“E viveu Matusalém cento e oitenta e sete anos, e gerou a Lameque. E viveu Matusalém, depois que gerou a Lameque, setecentos e oitenta e dois anos, e gerou filhos e filhas. E foram todos os dias de Matusalém novecentos e sessenta e nove anos, e morreu.” Gênesis 5:25-27
O facto de seres humanos viverem durante séculos – e não só durante décadas, como atualmente – está tão removido da nossa experiência recorrente que parece inacreditável. Estas longevidades, registadas no Livro de Génesis, capítulo 5, para além de serem frequentemente alvo da ridicularização por parte dos cépticos, são também fonte de desconforto para os teólogos, e motivo para os crentes coçarem a cabeça. Será que as pessoas realmente viveram todo este tempo? Como foi isso possível?
Antes de entrarmos na discussão científica, gostaria de ressalvar que as geneologias de Génesis não são as únicas do mundo antigo a conter longevidades enormes antes do Dilúvio (seguidas por um decréscimo na longevidade após o Dilúvio).
A arqueologia já revelou textos não-Bíblicos que ecoam Génesis 5. Por exemplo, o Prisma de Weld-Blundell (~ 3000 B.C) é apenas um dos vários artefactos que têm paralelos extraordinários com a descrição Bíblica.
O Prisma é um cuneiforme em argila com inscrições que registam 8 antigos reis sumérios até ao Dilúvio, e uma sucessão de reis um após outro. Eis aqui um excerto que começa com o último rei pré-Dilúvio.
Então Sippar caiu e a realeza foi entregue a Suruppak. In Suruppak, Ubara-Tutu tornou-se rei; ele reinou durante 18,600 anos. Um rei; ele reinou durante 18,600 anos. Cinco cidades; 8 reis reinaram durante 385,200 anos. E então o Dilúvio varreu tudo. Depois do Dilúvio ter varrido tudo, e a realeza ter descido do céu, a realeza estava em Kis. Em Kis, Gisur tornou-se rei; ele reinou durante 1200 anos.
Obviamente que as longevidades registadas nesta lista são bem maiores do que aquelas presentes nos registos de Gênesis. Ofereço este exemplo para se ver o quão espantoso é outra cultura antiga documentar a mesma tendência:
1) Longas longevidades
2) Dilúvio
3) Longevidades encurtadas
2) Dilúvio
3) Longevidades encurtadas
Os cépticos já alegaram que a Bíblia simplesmente emprestou histórias de outras mitologias, mas esta inferência têm muito pouca documentação em seu favor.(…) Para além da corroboração arqueológica, existem evidências científicas que dão credibilidade ao conceito de longevidades extremamente longas.
Os detalhes científicos em torno do envelhecimento ainda não são totalmente entendidos, e, de facto, quanto mais compreensão os pesquisadores adquirem na área da senescência (a ciência do envelhecimento), mais plausível a longevidade de Génesis 5 se torna.
A última evidência especulativa vem da área da Bioquímica. Embora os pesquisadores ainda não tenham um conhecimento compreensivo da senescência, eles já descobriram que certos processos bioquímicos nas células vivas aparentemente contribuem para o processo de envelhecimento. Um exemplo é o mecanismo que as nossas células usam para converter oxigénio a partir da sua forma tóxica e altamente reactiva para uma forma preliminar de oxigénio.
Durante este processo, o oxigénio segue através de formas intermédias chamadas de “Espécies Reactivas de Oxigênio” (“Reactive Oxygen Species” – ROS), que são, na verdade, mais tóxicas que a forma preliminar do oxigénio. As enzimas bem como outros compostos dentro das células agem como amortecedores para protegerem a célula dos efeitos destrutivos das ROS, mas estes enzimas não são expressos em níveis suficientemente elevados para proteger as células por um longo período de tempo. Logo, o conteúdo da célula é eventualmente danificado e a célula começa a envelhecer.
Experiências com organismos tais como as nematóides (lombrigas), onde as defesas anti-oxidantes da célula eram particularmente fortificadas, resultaram num aumento de 40% da expectativa de vida dos nematóides. Os pesquisadores acreditam que a longevidade humana pode ser aumentada através duma intervenção farmacológica semelhante.
Outro exemplo proveniente da Bioquímica é a descoberta de que a restrição calórica promove a longevidade. Estudos demonstraram uma extensão de vida na ordem dos 40% numa vasta gama de organismos sempre que a ingestão de calorias é reduzida por 30%-70%, ao mesmo tempo que a dieta nutricional é mantida. Aparentemente, a restrição calórica aumenta a actividade duma enzima chamado sirtuin.
Sempre que a ingestão de comida é reduzida, a célula entra num estado de menor consumo de energia, causando um aumento na actividade dos genes sirtuin. Através duma série subsequente de processos bioquímicos, o genoma do organismo é estabilizado, o que limita o desgaste que ocorre no ADN durante o metabolismo; o envelhecimento é atrasado. Curiosamente, já foi apurado que um composto encontrado nas uvas e no vinho tinto – o resveratrol – é um eficaz activador de sirtuin.
Ainda não se sabe se estas ou outras manipulações bioquímicas para o aumento da vida da célula poderiam ter um efeito sinérgico e eventualmente serem combinadas para produzirem um impacto ainda maior na expectativa de vida.
No entanto, um crescente aumento do nosso conhecimento da actividade química nas células que desempenham um papel significante na senesciência torna a alteração da longevidade cientificamente plausível.
Se a intervenção humana pode causar um impacto apreciável no processo de envelhecimento, certamente que o Criador Onisciente tem o controle absoluto da Bioquímica humana.
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