Ontem [17/01/2015] foi um dia triste para a família e os amigos de Marco Archer, o brasileiro condenado à morte pela justiça da Indonésia. Archer foi preso no país em 2004 tentando levar 13 quilos de cocaína escondidos nos tubos de uma asa delta. A droga foi descoberta pelo raio x, no Aeroporto Internacional de Jacarta. Archer conseguiu fugir do aeroporto, mas duas semanas depois acabou preso novamente. A Indonésia pune o tráfico de drogas com pena de morte, e certamente o brasileiro sabia disso. Teria ele contado com o velho “jeitinho brasileiro”? Achava que poderia burlar a vigilância, como fazem tantos traficantes e malfeitores aqui no Brasil? Por que, mesmo sabendo do risco que corria, ele decidiu levar consigo a carga mortal?
Não quero entrar na discussão a respeito da desproporcionalidade da pena ou se o sistema de justiça indonésio é justo ou não. Não concordo com a pena de morte, pois creio que um ser humano não tem o direito moral de tirar a vida de outro ser humano. Mas também abomino os traficantes que não pensam nas vidas destruídas pelo “negócio” que eles ajudam a alimentar. De certa forma, os traficantes sentenciam à morte milhares de pessoas todos os dias. Uma morte lenta e desgraçada, muito pior do que a morte instantânea causada por um tiro na cabeça.
Archer chegou ao fim da linha por desafiar as leis de um país. Mas incontáveis pessoas arriscam a vida todos os dias, ao desafiar as leis de Deus, as leis da existência. Acreditam que passarão incólumes por aqui, desprezando os preceitos estabelecidos justamente para a proteção delas. O pecado é como um pacote de cocaína: põe em risco aquele que o transporta e destrói aquele que o recebe. No fim das contas, todos os que se envolvem com ele acabam prejudicados. E, finalmente, aqueles que se apegarem ao pecado serão destruídos com ele. O maior perigo está em justamente nos acostumar a ele e achar que o “jeitinho brasileiro” sempre resolve. Que podemos brincar com o pecado como quem brinca com fogo pensando que não vai se queimar.
Quatro horas após o fuzilamento, o corpo de Marco Archer foi cremado. Só restam cinzas dele agora. Nem o apelo da presidente Dilma fez com que a sentença fosse mudada. Cinzas… É nisso que se resume uma vida dominada pelo mal. E é exatamente esse o fim de uma vida desconectada da Fonte.
Ontem foi um dia triste para a humanidade. Mais um de nós acabou em cinzas.
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