''É bom ser mulher!!!! Porque podemos ser todas em uma só, fortes e corajosas, frágeis e acessíveis, mães, filhas, amantes, donas de casa, profissionais. Somos sensíveis e analisamos no dia-a-dia a melhor maneira de demonstrar o que pensamos . "Nosso cérebro dá conta de vários serviços ao mesmo tempo. ''Porque mulheres são como chocolates. Podem ser brancas ou negras. Podem ser doces ou amargas. Podem até virem acompanhadas, mas no final todo mundo gosta.'' Irene Mell
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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
sábado, 26 de fevereiro de 2011
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
O infarto do novo século
Problemas emocionais e ambientais, associados à predisposição genética, também são gatilhos para doenças cardíacas
Compartilhar: Uma forte dor no coração, como se ele rasgasse por dentro, subitamente. A frase parece apenas uma metáfora clichê, sempre acessível para descrever uma mágoa profunda, mas não física. O coração partido, porém, no auge do século 21, deixou de ser muleta dos sofredores e passou a fator de risco para problemas cardíacos.
Depressão e problemas emocionais, associados a uma predisposição genética, estão entre as causas de infartos em pacientes jovens, alerta Marcelo Ferraz Sampaio, cardiologista do Hospital Oswaldo Cruz, chefe do Laboratório de Biologia Molecular do Instituto Dante Pazzanese, em São Paulo e especialista no tema.
Problemas emocionais e ambientais, associados à predisposição genética, também são gatilhos para doenças cardíacas
Compartilhar: Uma forte dor no coração, como se ele rasgasse por dentro, subitamente. A frase parece apenas uma metáfora clichê, sempre acessível para descrever uma mágoa profunda, mas não física. O coração partido, porém, no auge do século 21, deixou de ser muleta dos sofredores e passou a fator de risco para problemas cardíacos.
Depressão e problemas emocionais, associados a uma predisposição genética, estão entre as causas de infartos em pacientes jovens, alerta Marcelo Ferraz Sampaio, cardiologista do Hospital Oswaldo Cruz, chefe do Laboratório de Biologia Molecular do Instituto Dante Pazzanese, em São Paulo e especialista no tema.
O médico revela que nos últimos anos, o índice de infartos atípicos no setor de emergência do hospital foi surpreendentemente alto. Além do fator numérico, os pacientes tinham características clínicas semelhantes: jovens, em sua maioria mulheres, saudáveis, mas com incidentes cardíacos severos.
“Observávamos, ao fazer a identificação da artéria, que o coração tinha infartado, mas não havia lesão. Começamos, então, a desvendar como essa artéria poderia ter provocado a restrição de fluxo por mais de 20 minutos, sem ter nenhum comprometimento.”
Ao confrontar os pacientes com pesquisas internacionais, o especialista constatou que essas artérias sofrem um Sistema de Restrição Dinâmica ao Fluxo. A consequência e o processo são semelhantes ao que ocorre em um infarto tradicional, provocado pela conhecida lista de fatores de risco: obesidade, diabetes, hipertensão e cigarro. Neste caso, no entanto, o gatilho é emocional.
Como ocorre
A passagem de sangue é obstruída não pelas placas de gordura, mas por um estreitamento das paredes da artéria, responsável por interromper o fluxo. O mesmo evento é diagnosticado em casos de overdose de drogas como cocaína e crack, ou no uso de anabolizantes.
"Também é possível que as plaquetas do sangue fiquem como se fossem 'tresloucadas', interrompendo o fluxo subitamente, gerando os infartos. Descobrimos que esses pacientes têm alteração da formação das plaquetas”, explica o especialista.
Esse mesmo processo ocorre em pacientes com depressão. “A doença emocional, em tese, não é fator de risco pra doença cardíaca, mas pode ser, em determinadas circunstâncias, o fator principal”, endossa Sampaio.
Magra, saudável, ativa e aparentemente feliz. Os três adjetivos costumeiramente usados para definir a professora de física Iris Galetti também a mantinham fora do grupo de risco de mulheres com problemas cardíacos.
Em janeiro de 2008, durante uma reunião no colégio onde trabalhava, primeiro dia após as longas férias de verão, a professora sentiu um mal-estar pungente. Uma forte dor no peito e braços dormentes. A pressão, porém, ao ser medida na enfermaria do local de trabalho, estava normal.
Com náuseas e dores no peito, ao chegar ao hospital, Iris descobriu que tinha infartado. Foram oito dias na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e mais uma semana no quarto, até receber alta. Aos 49 anos, ela tinha perdido boa parte do coração – o ventrículo esquerdo ficou com o músculo praticamente morto.
“Jamais pensei que eu poderia infartar. Minha família tem histórico de câncer, não de problemas cardíacos. Achei que os médicos estavam errados. Nunca fui hipertensa, sedentária, e tenho uma verdadeira obsessão por alimentação saudável.”
No entanto, há mais de quatro meses Iris tentava digerir, sozinha, uma mágoa muito profunda. Nas palavras da professora, que prefere reservar a história, a decepção foi difícil de suportar. Por meses, o problema emocional ocupou boa parte de sua vida pessoal.
“Depois do infarto eu me dei conta do que tinha ocorrido. Lembro que o médico que me atendeu quando fiz o segundo cateterismo disse que minha artéria tinha rasgado, como se uma lâmina a tivesse cortado, literalmente.”
O estresse da vida profissional e o excesso de responsabilidades, dentro e fora de casa, somados aos conflitos e decepções pessoais, transformaram-se em um coquetel venenoso para um coração normal, sem problema algum.
O fator genético
A literatura médica mundial aponta que 15% dos infartos sem os fatores de risco tradicionais – cigarro, diabetes, obesidade e hipertensão – foram desencadeados por processos que começaram no âmbito psicológico. A matemática, porém, não é simplista e imediata. Para que o coração partido ultrapasse a metáfora é preciso que exista uma série de combinações genéticas e ambientais.
A analogia da chave e da fechadura é a maneira como Sampaio consegue traduzir os preceitos da medicina genética a seus pacientes. Nas palavras do médico, a predisposição dos genes nada mais é do que uma fechadura. “A porta está fechada. A chave é o estresse emocional, e a fechadura sua carga genética. Quando a chave certa encontra a porta certa, a doença aparece.”
O mapeamento genético, porém, não seria uma forma de prevenção. Embora o Projeto Genoma tenha mapeado todos os genes que existem no organismo humano, a medicina ainda não conseguiu antecipar quais combinações entre esses genes são responsáveis por desencadear as mais variadas doenças. A única forma de manter-se longe dos infartos, tradicionais ou atípicos, seria a manutenção da saúde, tanto mental quanto física, defende o médico.
“Hoje os alimentos não são mais saudáveis, passam por agrotóxicos para conservação. Não só comemos mal, como recebemos o alimento em pior estado. A falta de tempo é desculpa para tudo. A pressão do dia a dia faz com que o artifício de relaxamento e prazer seja uma comida calórica, gordurosa. O chocolate nos dá o prazer que não temos no trabalho, na família, na relação sexual. Esse comportamento social do mundo moderno gera pessoas mais expostas.”
A experiência individual não serve apenas de alerta. Para contornar os problemas emocionais, Iris trocou a lousa pelos pincéis – ministra aulas de pintura em faiança para mais de 30 alunos, produz peças para venda e toca o próprio ateliê. O coração bate devagar, quase ao som do new age, música fundo de suas aulas, mas ela se define clinicamente como ótima: controla a alimentação, toma uma taça de vinho nos dias mais agradáveis, pratica atividade física regularmente - uma caminhada leve de 60 minutos - e aposta que ultrapassará a casa dos 100.
Na receita médica, as indicações permanecem universais, e cabe a cada um achar seu componente pessoal: alimentação balanceada, atividade física regular, lazer, tranquilidade e terapia – esvaziar a mente dos problemas e não permitir que eles consumam o organismo – podem ajudar a blindar o coração.
Novela coloca a endometriose em cena
A doença feminina é responsável por 15 mil internações anuais na vida real. Saiba mais
Camila Pitanga na novela global Insensato Coração interpreta Carol, profissional bem-sucedida da área de marketing, com seus trinta e poucos anos, solteira, sem filhos e que morre de medo de não conseguir engravidar.
Uma característica que compõe a personagem justifica tamanho receio da infertilidade: na trama, Carol tem endometriose, doença feminina que tem sintomas pontuais e diagnóstico tardio.
O problema de saúde colocado em cena pela atriz está mesmo ligado à fertilidade e, por ano, é responsável pela internação de 15 mil mulheres da vida real, conforme levantamento feito pelo Delas no site do Ministério da Saúde.
Doença é uma das principais causas de infertilidade. Veja como ela surge e como pode ser tratada
Compartilhar: Motivos para se preocupar com a endometriose não faltam. Essa doença é uma das principais causas de infertilidade feminina e está relacionada a inúmeros casos de cólicas menstruais – dois verdadeiros pesadelos para a mulher.
Acha pouco? Pois saiba que a endometriose pode progredir e prejudicar o funcionamento de praticamente todos os órgãos da pélvis, como intestino grosso, apêndice e bexiga.
A doença pode surgir cedo, em mulheres jovens, mas geralmente leva anos para ser diagnosticada. Isso porque seus principais sintomas, cólicas menstruais e sangramento excessivo, são ignorados por muitas mulheres.
Em fase inicial, o tratamento da endometriose é simples e nem toda portadora está fadada à impossibilidade de engravidar. Em casos mais complexos, há necessidade de cirurgia. Exercícios físicos, boa alimentação e uso de pílula anticoncepcional são indicações para evitar o problema
'Mubarak quer que nos matemos', diz egípcio no Cairo
Compartilhar: Pela primeira vez desde o início das manifestações pela renúncia do presidente Hosni Mubarak, em 25 de janeiro, manifestantes pró e contra o líder egípcio entraram em choque nesta quarta-feira no Egito, tendo como cenário o local que virou símbolo do movimento anti-Mubarak: a Praça Tahrir, ou da Libertação. Perante os braços cruzados do Exército e da polícia, que deixaram os choques correrem livremente, um manifestante disse à reportagem do iG: "Mubarak quer que nos matemos."
A erupção da violência entre os grupos rivais, que deixou 639 feridos e pelo menos três mortos, levou o centro do Cairo ao caos absoluto, sob o olhar passivo dos policiais e militares. A violência eclodiu por volta das 12 horas locais (8 horas de Brasília), quando milhares de defensores de Mubarak se aproximaram da Praça Tahrir para enfrentar os membros da oposição, que na terça-feira prometeram manter seus protestos apesar do anúncio de Mubarak de que não tentará a reeleição nas eleições de setembro.
Sete horas depois, às 19 horas locais, os grupos rivais se preparavam para um confronto que parecia ter conseqüências imprevisíveis. Como havia bloqueios nas saídas da praça, os opositores do regime estavam cercados no local sem ter como sair. O clima era de extrema tensão.
Havia centenas de manifestantes com ferimentos na cabeça, causados por pedradas. Como gestos de convocação para uma batalha, homens quebravam calçadas para fazer pedras e portavam barras de ferro de um metro de comprimento.
Havia informações de que, do lado de fora da praça, estavam policiais à paisana possivelmente portando armas de fogo. A todo momento no fim da tarde, explodiam ondas de violência, com correria e gritos. A reportagem do iG ouviu sete tiros de munição não-letal por volta das 16h40 (12h40). Cerca de uma hora e meia depois, duas rajadas foram disparadas. Coquetéis molotov e granadas de gás lacrimogêneo também foram lançados, além de pedras.
A onda de violência desta quarta-feira contrastou com as manifestações pacíficas de terça-feira, quando mais de 1 milhão de egípcios em todo o país exigiram a renúncia do presidente. A diferença foi a entrada em cena dos manifestantes pró-Mubarak, que elevaram o clima de tensão em defesa do presidente, que anunciou que só deixará o poder após as eleições de setembro.
Para muitos, não é o suficiente. Na manhã desta quarta-feira, só havia quem quisesse a deposição de Mubarak na praça, cuja tradução é Praça da Libertação/Liberação. Havia cartazes bem-humorados, como “Mubarak, boa viagem para a Arábia Saudita”, em referência ao país em que se exiliu o presidente deposto da Tunísia Zine El Abidine Ben Ali.
Por volta das 13 horas (9 horas em Brasília), era possível ver a movimentação em massa de manifestantes carregando fotos, cartazes e banners com a imagem do presidente caminhando em direção à praça, que é uma confluência de ruas que a cruzam, com muitos jardins no meio, e cerca de dez entradas, criando um raio de cerca de 400 metros a partir de seu centro.
Em cada uma das entradas da praça, tanques do Exército marcavam posição com barricadas, enquanto havia centenas de veículos militares no centro da capital. Mas os militares, que na terça-feira prometeram não usar a força contra os manifestantes, permaneceram inertes. Na prática, quem coordenava o controle de chegada à Tahrir eram voluntários, em redundantes barreiras de homens de braços dados, verificando os documentos e fazendo revista pessoal e de bolsas – a fim de evitar a entrada de armas.
Quando os partidários de Mubarak começaram a se aglomerar nesses postos de controle, por volta das 14 horas (10 horas de Brasília), com o Exército dividindo os dois grupos, as hostilidades começaram a escalar. Dos gritos com palavras de ordem de lado a lado, passaram aos xingamentos, e logo pedras do tamanho de abacaxis começaram a voar de lado a lado, ferindo quem estava próximo às barreiras.
Preocupada com o Egito, China censura a rede
Logo depois, os manifestantes pró-governo, que no início do dia eram expulsos da praça com alguma truculência, passaram a sair em meio a socos, tapas no rosto e aberta hostilidade. No início dos choques, o iG presenciou ao menos 13 homens com o rosto sangrando, um deles com dentes quebrados, e apanhando enquanto eram levados para a divisa dos dois grupos. Um jornalista inglês também foi espancado ao tentar interromper uma dessas agressões.
À medida que o tempo passava, os ânimos se exaltavam cada vez mais. Havia militantes a favor de Mubarak montados a cavalo e até em camelos, prontos para uma inusitada guerra campal medieval. Também havia relatos de pessoas armadas com facões, facas e barras de ferro. Um helicóptero militar passou a sobrevoar a área.
O centro da praça se esvaziou e a multidão que, antes protestava sem violência, embora de forma raivosa, encaminhou-se para três saídas, que concentravam os opositores.
A estudante canadense Kimi S. esforçou-se e, surpreendentemente, conseguiu por cerca de 20 minutos demover homens a não transformar em arma uma pilha de pedras sobre a qual montou “guarda”. Toda vez que alguém pegava uma pedra – de uma mureta destruída com esse objetivo – ela tirava da mão do agressor, que era surpreendido com a atitude e cedia.
Mesmo falando apenas inglês, foi atendida na maioria das vezes. “Vocês estão dando armas a eles! Não façam isso, eles vão jogar contra vocês de volta”, dizia. “Mas eles vão nos matar! Não tem ninguém para nos defender aqui. Cadê o governo?”
Um casal de meia-idade também fez o mesmo e, após quase três minutos tentando, tirou da mão de um rapaz uma viga de ferro assemelhada a um pé de cabra.
Sucessivos grupos passavam carregando homens sangrando, atingidos na cabeça, para os primeiro-socorros. Outros vinham andando. Havia centenas com gaze ou a cabeça enfaixada. Minutos depois, porém, assim que tiros de bala de borracha foram ouvidos e a confusão aumentou, os esforços de paz da canadense e do casal foram frustrados.
Homens, mulheres e crianças passaram a reunir tudo o que pudesse ser usado como arma em um eventual confronto. Pedras do tamanho de paralelepípedos eram quebradas para ficar menores, outros montes eram carregados até a “zona de batalha” em sacos, banners, plásticos e bolsos. “Mubarak quer que nos matemos. Diga isso ao mundo. Eles (os partidários do presidente) são policiais à paisana”, disse, nervoso, um rapaz ao iG, às 18 horas (14 horas de Brasília).
Uma obra que ocupa parte da área servia de paiol para manifestantes anti-Mubarak se armarem de vigas de ferro, pedaços de pau e mais pedras. Em dado momento, era possível ver dezenas de pedras no ar ao mesmo tempo, voando de um lado ao outro da barreira. Muitos passaram a improvisar sua segurança usando cachecóis na cabeça como capacetes. Um homem portava um capacete semelhante ao de operários de obra. Rumores passaram a circular, como o de que jornalistas estrangeiros seriam alvo de ataques.
Opositor ferido é carregado durante choques na Praça Tahrir, no Cairo
Em meio ao caos e à tensão que pairava no local, porém, coexistia uma peculiar tranquilidade em alguns bolsões na praça. Havia gente deitada nas barracas de camping usadas na vigília desde a semana passada, e centenas se ajoelhavam para rezar no horário da oração muçulmana. Além de manifestantes homens, havia muitas mulheres, algumas idosas, e crianças sitiadas no local. A situação era crítica.
Todas as saídas aparentavam estar bloqueadas para a multidão pelos tanques do Exército e pela ameaça das pedras e de uma multidão de opositores enfurecidos. Após tentar três diferentes rotas de escape, a reportagem do iG conseguiu deixar o local por uma via vicinal. O perímetro de segurança e o cerco dos manifestantes pró-Mubarak ultrapassava 1 km do centro da praça.
As estreitas e desertas ruas sob iluminação feérica nos arredores da praça revelaram o resultado de dias de protestos: dezenas de carros queimados e virados de cabeça para baixo, lixo espalhado por toda parte, assim como barricadas e homens armados de paus e pés de cabra. Com a saída da polícia das ruas, no fim da semana passada, moradores adotaram milícias e improvisaram postos de controle e revistas nos bairros, para evitar roubos e saques de residências.
Nesses momentos, ser brasileiro ajuda e a lembrança do nome de um jogador de futebol é instantânea, acompanhada de um sorriso e da liberação de passagem. Mas nem sempre.
Apesar do anúncio oficial do governo, na prática o toque de recolher passou a vigorar uma hora antes do previsto, às 15 horas (11 horas de Brasília), como frisou um capitão do Exército, que assegurava, com uma guarnição, as áreas das embaixadas dos Estados Unidos e do Canadá, já fora do extenso perímetro da praça.
“É ilegal estar na rua depois das 15h, de acordo com o governo. Eu deveria prendê-los”, disse ao repórter e a dois egípcios que buscavam uma saída do conflito. Nas ruas e na praça, dezenas de milhares também desafiavam o inútil toque de recolher do governo.
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