quinta-feira, 2 de outubro de 2014

O Instituto Nacional do Câncer, órgão do Ministério da Saúde, recomenda, para a população em geral, como método de rastreamento, que a partir dos 50 anos e até os 69 anos as mulheres realizem uma mamografia a cada dois anos pelo menos. Mas cada médico tem a autonomia para indicar o exame quando achar necessário.
Segundo o Inca, pessoas com parentes de primeiro grau (mães, irmãs) com a doença devem receber acompanhamento médico a partir dos 35 anos e realizar os exames indicados pelo profissional. Excesso de exames causa estresse e apreensão desnecessários. A mamografia também é recomendada antes de iniciar terapia de reposição hormonal, e durante a reposição anualmente, e também antes de cirurgia plástica.
Câncer de mama
O câncer de mama é o mais incidente em mulheres, representando 23% do total de casos de câncer no mundo em 2008, com aproximadamente 1,4 milhão de casos novos naquele ano. É a quinta causa de morte por câncer em geral (458.000 óbitos) e a causa mais frequente de morte por câncer em mulheres.

A taxa de mortalidade por câncer de mama ajustada pela população mundial apresenta uma curva ascendente e representa a primeira causa de morte por câncer na população feminina brasileira, com 11,3 óbitos para 100.000 mulheres em 2009. As regiões Sudeste e Sul são as que apresentam as maiores taxas, com 12,7 e 12,6 óbitos para 100.000 mulheres em 2009, respectivamente.No Brasil, excluídos os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama também é o mais incidente em mulheres de todas as regiões, exceto na região Norte, onde o câncer do colo do útero ocupa a primeira posição. Para o ano de 2012 foram estimados 52.680 casos novos, que representam uma estimativa de 52 casos para 100 mil mulheres. E há a estimativa de 12 mortes para 100 mil habitantes.
Estima-se que por meio da alimentação, nutrição e atividade física é possível reduzir em até 28% o risco de a mulher desenvolver câncer de mama. Nos homens, alguns fatores de risco são iguais aos das mulheres: histórico familiar, obesidade, sedentarismo e antecedente de patologias mamárias.
Outros fatores de risco como ginecomastia (isso pode ocorrer com aplicações de hormônio), hiperestrogerismo, doença testicular, doença hepática, fratura óssea acima de 45 anos e a síndrome de Klinefelter podem também ser perigosos.
Dicas
A obesidade deve ser evitada por meio de dieta equilibrada e a prática regular de exercícios físicos são importantes. A ingestão de álcool, mesmo em quantidade moderada, é contraindicada, pois é fator de risco para esse tipo de tumor, assim como a exposição a radiações ionizantes em idade inferior aos 35 anos.

No vídeo ao lado, o ginecologista José Bento e a oncologista Marina Sahade tiram dúvidas dos internautas.
Estudos apontam que o brócolis é um alimento que pode auxiliar na prevenção do câncer de mama, porque contém indole 3 carbinol. Outros crucíferos como a couve-flor e repolho também contém essa substância que é anti-cancerígena.
Ainda não há certeza da associação do uso de pílulas anticoncepcionais com o aumento do risco para o câncer de mama. Podem estar mais predispostas a ter a doença mulheres que usaram contraceptivos orais de dosagens elevadas de estrogênio, que fizeram uso da medicação por longo período e as que usaram anticoncepcional em idade precoce, antes da primeira gravidez.
O INCA não estimula o autoexame das mamas como método isolado de detecção precoce do câncer de mama. A recomendação é que o exame das mamas pela própria mulher faça parte das ações de educação para a saúde que contemplem o conhecimento do próprio corpo.

Evidências científicas sugerem que o autoexame das mamas não é eficiente para a detecção precoce e não contribui para a redução da mortalidade por câncer de mama. Além disso, traz consequências negativas, como aumento do número de biópsias de lesões benignas, falsa sensação de segurança nos exames falsamente negativos e impacto psicológico negativo nos exames falsamente positivos. O exame das mamas feito pela própria mulher não substitui o exame físico realizado por profissional de saúde (médico ou enfermeiro) qualificado para essa atividade.

O exame clínico das mamas, quando realizado por um médico ou enfermeira treinados, pode detectar tumor de até 1 (um) centímetro, se superficial. Deve ser feito uma vez por ano pelas mulheres entre 40 e 49 anos.
A mamografia (radiografia da mama) permite a detecção precoce do câncer, ao mostrar lesões em fase inicial, muito pequenas (medindo milímetros). Deve ser realizada a cada dois anos por mulheres entre 50 e 69 anos, ou segundo recomendação médica.
Mulheres muito jovens que necessitarem investigar nódulos devem associar ultrassom e mamografia, pois a mamografia muitas vezes não consegue detectar lesões e mamas muito jovens e muito densas.
Você sabia?
Embora a hereditariedade seja responsável por apenas 10% do total de casos, mulheres com história familiar de câncer de mama, especialmente se uma ou mais parentes de primeiro grau (mãe ou irmãs) foram acometidas antes dos 50 anos, apresentam maior risco de desenvolver a doença.

Esse grupo deve ser acompanhado por médico a partir dos 35 anos. É o profissional de saúde quem vai decidir quais exames a paciente deverá fazer. Primeira menstruação precoce, menopausa tardia (após os 50 anos), primeira gravidez após os 30 anos e não ter tido filhos também constituem fatores de risco para o câncer de mama. Mulheres que se encaixem nesses perfis também devem buscar orientação médica. As formas mais eficazes para a detecção precoce do câncer de mama são o exame clínico e a mamografia.
A mulher tem direito a reconstruir a mama se ela tiver de ser retirada após um câncer, inclusive pelo SUS e pelos planos de saúde, mas muitas mulheres ainda demoram anos para ter acesso à cirurgia.
De acordo com o Ministério da Saúde, atualmente existem 1.535 mamógrafos no SUS. Uma auditoria do Denasus, iniciada em 2011, mostrou que 1.293 estão em uso (84%) e 224 sem uso (14 estão na embalagem e 18 não houve registro). O Ministério informou ainda que nos casos de mamógrafos quebrados, a administração local deve encaminhar a paciente para um hospital que tenha convênio com o SUS para fazer o exame. As dúvidas podem ser tiradas pelo Disque Saúde -- 136.

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