Coloquei o apartamento do meu pai para alugar no carnaval do Rio. Um rapaz respondeu. Simpático, educado. Achou o preço ótimo. Pelo que me falou sobre ele, eu disse Ok, vou reservar para você. Perguntei quais eram as idades do grupo. Ele respondeu que faria o depósito do sinal. Insisti perguntando as idades do grupo. Respondeu que mandaria logo e me pediu o contrato de temporada para assinar rapidamente e fechar negócio. Pedi de novo os nomes e as idades dos interessados. Tudo por email. Quando eu percebi que havia uma certa enrolação, telefonei para o celular do candidato. O rapaz, engenheiro formado, paulistano, aparentemente rico e de boa família, tinha 26 anos. Dois eram amigos de 28 e 29 e havia uma trinca – “ou mais” – de 20 a 23 anos. “Primos”. Bom, aí a coisa começou a emperrar.
Resolvi olhar os perfis nas redes sociais. Eram bonitos, fortes e saudáveis os dois mais “velhos”. O que me contatou tem, como foto principal, uma imagem sem camisa, músculos bem definidos, numa mesa de bar, rodeado por latas de cervejas. Nada demais, um cara festeiro, curte a vida, não?
Outra foto o mostra no meio da Fiel do Corinthians. Ok, um cara apaixonado por seu time, uma torcida “aguerrida”… quem não ama seu clube de futebol, né?
A outra foto o mostra rindo, de boné, com uma camiseta com os seguintes dizeres: SEX & PILLS & DRUGS & TATTOO & MUSIC & SEX = Rehab+iMode. Nesse momento, eu agradeci o interesse e desejei boa sorte a todos.
Fico pensando. Será que as moças e os rapazes que se despem física e emocionalmente nas redes sociais acham que “tudo bem”? O meu candidato pode ser uma pessoa muito legal mesmo e as fotos talvez apenas traduzam a personalidade de um jovem popular, feliz, sedutor e cheio de vida. Mas, na hora de entregar o apartamento dos pais a um grupo de inquilinos, ou na hora de se contratar alguém ou de chamar um profissional para uma empreitada, dificilmente a pessoa opta pelo risco.
A primeira coisa que se faz hoje é verificar o perfil do candidato na rede social. Tem gente que faz essa “verificação” virtual até mesmo antes de correr o risco de se apaixonar… E as fotos podem dizer mais do que mil palavras.
Menos, pessoal. Menos.
(Ruth de Aquino, Época)
Nota: Fiquei, mais uma vez, pensando no que um cristão revela no Facebook. Talvez alguns o vejam na igreja, sentadinho, bonitinho, lá, durante o culto. Mas, quando vão bisbilhotar seu Face, o que veem? Compartilhamento de piadas indecentes? Fotos em situações no mínimo anticristãs? Exibição de partes do corpo que não deveriam vir à luz? O que veem? Deveriam ver as marcas de um cristão autêntico que é o mesmo em qualquer lugar, seja na igreja ou na escola; seja na vida real ou na virtual.
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