terça-feira, 1 de maio de 2012


 
Quando o filho completou 12 anos, o pai o enviou para um doutor em divindade, com o qual estudou até completar 24 anos. Ao terminar seu aprendizado, voltou para casa cheio de orgulho.

Perguntou-lhe o pai:
– Como podemos conhecer aquilo que não vemos? Como podemos saber que Deus, o Todo-Poderoso, está em toda parte?
O rapaz começou a recitar passagens bíblicas para provar a existência de Deus, mas o pai o interrompeu:
– Isso é muito complicado. Não existe uma maneira mais simples de aprendermos sobre a existência de Deus?
Ele respondeu:
– Não que eu saiba, meu pai. Hoje em dia sou um homem culto, e preciso desta cultura para explicar os mistérios da sabedoria divina.
– Perdi meu tempo e meu dinheiro enviando meu filho aos teólogos! – reclamou o pai.
E pegando seu filho pelas mãos, o levou à cozinha. Ali, encheu uma bacia com água e misturou um pouco de sal. Depois, saíram para passear pela cidade. Quando voltaram para casa, o pai pediu a ele:
– Traz o sal que coloquei na bacia.
Ele procurou o sal, mas não o encontrou, pois já havia se dissolvido na água.
– Então, não vê mais o sal? – perguntou o pai.
– Não. O sal está invisível.
– Prova, então, um pouco da água da superfície da bacia. Como ela está?
– Salgada.
– Prova um pouco da água do meio. Como está?
– Tão salgada como a da superfície.
– Agora prova a água do fundo da bacia, e diga: qual o gosto?
Ele provou, e o gosto era o mesmo que experimentara antes.
– Você estudou muitos anos e não consegue explicar com simplicidade como o Deus invisível está em toda parte – disse o pai.
– Usando uma bacia com água e chamando de “sal” a Deus, eu poderia fazer qualquer camponês entender isso. Por favor, meu filho, esqueça a sabedoria teológica que nos afasta de Deus, e torne a procurar a fé e a inspiração que nos aproxima d‘Ele”.




Algumas vezes, durante o Seu ministério terreno, Jesus usou a expressão "quem tem ouvidos para ouvir, ouça" (Mateus 11.15; 13.9,43; Marcos 4.9; Lucas 8.8; 14.35). E no término de todas as cartas, Ele a usa novamente. É muito provável que o Seu objetivo seja dar o mesmo sentido que deu nas vezes anteriores, na conclusão de algumas parábolas, as quais focalizavam a vida eterna.

Quando o Senhor diz "Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas..." (Apocalipse 2.7), significa que Ele fala. Agora, o grande problema é saber quem tem ouvidos para ouvir a Sua voz!

Normalmente, temos ouvidos para ouvirmos as vozes exteriores, dificilmente para ouvirmos a voz do Espírito, dirigida ao interior do nosso coração, através da Sua Palavra.

O espírito da geração que o Senhor Jesus encontrou aqui na Terra é o mesmo de hoje. A maioria das pessoas está preocupada com o sucesso pessoal, e os cristãos também estão incluídos nesta maioria.

A voz de Deus não tem encontrado eco no coração dos Seus filhos. Daí o fracasso da Igreja atual e de inúmeros cristãos. Como é que o servo pode saber a vontade do seu Senhor, se não há comunhão com Ele? Como é que o discípulo pode aprender do Mestre, se não há contato com Ele?

O Senhor Jesus mostra o prêmio para aqueles que vencerem: "...Ao vencedor, dar-lhe-ei que se alimente da árvore da vida que se encontra no paraíso de Deus." (Apocalipse 2.7)

O privilégio de participar dos frutos da árvore da vida, da vida eterna! Mas para vencer, é preciso lutar. Ninguém é capaz de conquistar algo sem participar de uma disputa.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Versiculo do dia

Pesquisa mostra que um em cada 10 portadores não conta ao parceiro fixo que tem HIV

Foto: Getty Images
Pessoas infectadas pelo HIV não sabem como contar o diagnóstico ao marido e acabam em silêncio
Aids, doença que abala o mundo desde os anos 80, enfrenta um silencioso fio condutor da epidemia. A camisinha ainda é encarada como termômetro de confiança entre casais e, por isso, parte das pessoas portadoras do vírus mantém sigilo sobre seu diagnóstico, até mesmo para os parceiros estáveis.
Um dos trabalhos que detecta o segredo dos portadores do vírus HIV foi feito pela Casa da Aids, do Hospital das Clínicas de São Paulo. Na entidade, são atendidos 3.200 pacientes e 292 foram sorteados para uma pesquisa sobre estilo de vida. Deste total, 66% afirmaram ter relações estáveis com parceiros não soropositivos. Um em cada dez deles admitiu não contar ter a doença.
O medo do abandono do namorado (a), marido (esposa) e companheiro (a) após o relato é o que mais reforça o silêncio entre os casais, afirma o diretor do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, David Uip, um dos maiores especialistas brasileiros no assunto. O perigo, reforça ele, é que mesmo quando sabem do diagnóstico, as relações sexuais entre ambos continuam sendo mantidas sem proteção, postura adotada tanto por pacientes de hospitais públicos quanto pelos que freqüentam as clínicas privadas.
Nas unidades de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) responsáveis por acolher mulheres grávidas e com HIV, a dependência econômica também aparecem como justificativa para o silêncio. As grávidas não revelam aos pais das crianças que estão infectadas por um vírus que tem como forma principal de transmissão o sexo sem camisinha, mesma “fórmula” que as fez engravidar.
Para a enfermeira e professora da Universidade Federal do Alagoas, Renata Karina Reis, os mesmos motivos que fazem com que elas sejam contaminadas geram o silêncio sobre o diagnóstico. A especialista, que fez seu mestrado e doutorado sobe casais sorodiscordantes (quanto um tem o diagnóstico e o outro não), fala que o sexo feminino tem ainda mais dificuldades para negociar o preservativo.
“A maioria das mulheres que hoje entra para as estatísticas de aids tem escolaridade baixa, não tem renda própria o que acaba reforçando a posição de submissão em várias áreas da vida, inclusive na negociação do preservativo”, afirma Renata.
Segundo os ginecologistas que atendem estas mulheres, o segredo dificulta a adesão ao tratamento para que o HIV – que exige mais visitas aos médicos e mais medicamentos ingeridos – não seja transmitido ao bebê durante a gestação. O resultado é que o Brasil ainda tem em seus boletins clínicos 1% de transmissão vertical, ou seja, 1% de crianças que já nascem contaminadas pelo vírus da aids (quase 5.000 por ano).
Culpa de quem?
A avaliação dos especialistas é que, apesar de os dois gêneros enfrentarem dificuldades para falar sobre a doença são as mulheres as que mais acabam revelando a verdade sobre a doença, justamente por serem mais suscetíveis às pressões de manter um segredo tão dolorido. Não dividir o diagnóstico com o parceiro é deixar boa parte da vida na “clandestinidade”. É ter de disfarçar os muitos remédios necessários para controlar a doença em vidros de outros medicamentos, não partilhar as angústias de uma enfermidade e esconder as possíveis sequelas da doença.
O maior silêncio masculino pode ser uma das explicações para o aumento da participação de casos entre mulheres com mais de 50 anos nos dados nacionais de aids, conforme mostrou o último balanço. Em 2000, esta faixa-etária do sexo feminino respondia por 8% do total de casos. Nove anos depois, a parcela subiu para 15%, quase o dobro.
Culpar os portadores do vírus do HIV – que sabem do diagnóstico – e transmitem aids para outras pessoas é uma iniciativa que já faz parte de projetos de lei em trâmite no País e postura adotada por 61% dos profissionais de saúde que atendem soropositivos, conforme mostrou pesquisa ainda inédita da Faculdade de Saúde Pública e publicada pela Agência Estado.
A ressalva feita pela professora Renata Karina Reis é que mesmo entre os que silenciam o diagnóstico não transmitem o HIV de forma intencional ou consciente. Prova disso, reforça o médico e sociólogo Artur Perrusi – ele coordena um grupo ligado à Universidade da Paraíba que trabalha com a sorodiscordância –, é que mesmo quando o parceiro sabe da doença do outro a camisinha continua sendo negligenciada.
“Já ouvi casais dizendo que o preservativo é a lembrança constante de que são sorodiscordantes. E de forma geral as pessoas sabem muito pouco sobre a transmissão. Mesmo na sala de aula da Universidade, as perguntas que aparecem são antigas e denotam falta de conhecimento simples”, afirma Perrusi.
“Por isso, é difícil criminalizar e culpabilizar neste cenário. É diferente quando a transmissão – e é neste ponto que ainda tenho dúvidas – é feita como uma forma de vingança.”
Segundo todos os especialistas, os potentes coquetéis antiretrovirais que garantiram com que o vírus HIV deixasse de ser uma sentença de morte não derrotaram o preconceito enfrentado pelos portadores. Os soropositivos vivem mais, mas ainda têm pouco acolhimento nas unidades para discutir vida sexual, namoro e profissão. “O foco de tratamento é quase exclusivo em medicamentos”, diz a professora Renata.
Uma linda rosa
Foto: Alex Ferro/Agência Pedra Viva/Divulgação
Mara é HIV positivo e casada há cinco anos com Evandro. "Tomei a decisão certa ao contar para ele no 5º encontro sobre a aids."
Mara Moreira tinha só 18 anos quando descobriu o HIV, três meses após casar virgem com o primeiro marido. Ela ficou viúva 1 ano e meio depois de trocar alianças e a morte do companheiro por aids fez com ela passasse sete anos em total isolamento da vida amorosa, das relações sexuais e da possibilidade de dividir a vida com outra pessoa.
O apoio do Grupo Vidda do Rio de Janeiro, no entanto, fez com que ela arriscasse tentar viver mais uma história de amor. Em uma sala de bate-papo, com o codinome “Rosa”, ela encontrou preencheu uma ficha e encontrou Evandro, 98% de afinidade com suas preferências e gostos.
Foram dois meses trocando mais de 200 mensagens por dia até que os dois resolveram marcar o encontro. No shopping, ela atestou que de fato o “amigo virtual” não mentiu sobre os seus 1,90 m de altura e olhos claros. Agora, era hora dela pensar se a mentira sobre seu diagnóstico seria um caminho ou não. Ao mesmo tempo, não conhece ninguém que no primeiro encontro diz “oi, tudo bem? Então, tenho diabetes.” Com o HIV também não era assim.
No 5º encontro, ela depois de pensar muito, resolveu falar sobre a sua condição. Mara é evangélica, segue as determinações de que sexo só depois do casamento, mas não queria deixar só para esta hora a revelação. Evandro ouviu a notícia e foi embora. Naquele dia, as constante média de 200 mensagens de celular trocadas por dia se resumiu a nenhuma.
No fim da tarde, a mensagem “não é porque eu descubro que a Rosa tem espinho que eu vou deixar de achá-la bonita e admirar seu perfume”, confirmou que Mara Moreira havia tomado a decisão certa.
Hoje, eles estão casados há 5 anos, felizes e fazendo da camisinha uma parceira. “A maioria das pessoas não conta ao namorado que tem o vírus por medo da reação, mas não imagina que esta reação pode ser boa. Eu sou feliz hoje e dividir o diagnóstico e poder partilhar várias outras coisas da vida. Não é só a doença.”

Clínicas de reprodução assistida recebem seis casais soropositivos por mês 

Em 10 anos, 47.705 mulheres que vivem com HIV engravidaram no País, informa o Ministério da Saúde. Uma parte delas, para realizar o sonho de ser mãe, precisou da união de duas técnicas que “nasceram” praticamente juntas e agora, quase vinte anos depois, estão evoluídas e podem se encontrar nos consultórios clínicos.

Foto: Getty Images Ampliar
Para pessoas com aids, fertilização in vitro é a possibilidade de gravidez. A camisinha não deve ser descartada, dizem os médicos
Uma é a fertilização in vitro e a outra o coquetel antiaids. A primeira garantiu aos casais com dificuldade na fertilidade a realização do sonho de ter um filho. A segunda permitiu que o vírus HIV deixasse de ser uma “sentença de morte” e ampliou a sobrevivência dos infectados. “Hoje, sabemos que boa parte das pessoas que vive com HIV vai morrer com o vírus e não por causa dele”, afirma Mariângela Simão, coordenadora do Programa Nacional de DST/Aids do Ministério da Saúde.
A maior sobrevida dos pacientes de aids fez com que os planos da maternidade ou paternidade cruzassem o caminho dos soropositivos. A reprodução assistida despontou como solução para quem pode pagar por até R$ 50 mil pelo tratamento. Em média, são quatro casais que todo mês procuram este tipo de serviço. .
“Existe a possibilidade de realizar a inseminação artificial com risco inferior a 1% de contágio do HIV”, explica Ligia Previato Araújo, embriologista do Centro de Reprodução Humana de São José do Rio Preto, entidade que recebe em média quatro casais sendo um soropositivo (chamados de discordantes) todo mês. “Quando o homem é soropositivo, fazemos uma lavagem do esperma até que a carga viral fique nula e fazemos a inseminação direto no óvulo e não no útero”, explica.
A demanda de casais discordantes na clínica de São José do Rio Preto, informa o diretor clínico da unidade Edilberto de Araújo Filho, é nacional. “Há três anos passamos a receber pessoas de São Paulo, Goiás, Minas Gerais, de todos os locais”, conta.
Perfil
Renato Fraietta, especialista em reprodução assistida da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), diz que no serviço local em média entre seis e oito casais discordantes procuram a unidade para a fertilização in vitro. “Em maioria, são os homens os portadores do vírus HIV e a idade é semelhante a dos casais que não têm aids e recorrem a técnica”, diz. “A procura aumentou bastante. Mas as medidas de segurança são imprescindíveis. Nenhum especialista fala em descartar a camisinha”, completa.
Os casais que convivem com o HIV e querem engravidar precisam ser acompanhados diretamente por um infectologista, orientados sobre a forma segura da reprodução. O pré-natal também precisa ser acompanhado de perto e há um momento certo para a inseminação.
Aumento da oferta
Não são todas as clínicas particulares que aceitam casais discordantes e existem no País cinco serviços públicos conveniados ao Ministério da Saúde que prestam este serviço, sendo um no Distrito Federal, outro em Pernambuco e três em São Paulo.
O mais antigo deles fica na Faculdade de Medicina do ABC, em São Paulo, e foi inaugurado em 2006. Até hoje atendia uma média de oito casais discordantes por mês. Nesta terça-feira, dia 4 de maio, foi fechada uma parceria com o Centro de Referência e Treinamento (CRT/aids) do governo de São Paulo e a capacidade para acolher casais soropositivos será ampliada para 12 mensais.
“É uma necessidade ampliar a oferta de reprodução assistida aos casais discordantes. Usamos técnicas que possibilitam a pessoa ter acesso à maternidade, de uma forma segura, que protege o feto e o parceiro”, afirmou Maria Clara Gina, coordenadora do CRT/Aids

Coordenador do Ministério da Saúde explica como vai funcionar a terapia de remédios que promete prevenir a transmissão do HIV

O Ministério da Saúde oficializou nesta segunda-feira, dia 4, uma política de saúde inédita no cenário da transmissão do vírus HIV, uma das principais causas de morte da população feminina em idade fértil e também a doença que a cada ano acomete mais mulheres.
Depois de um ano de discussão, o Departamento de DST, Aids e Hepatites virais - ligado ao Ministério - definiu que os 737 centros de referência em tratamento de doenças sexualmente transmissíveis existentes no País, a partir de agora, devem receber pessoas não contaminadas pelo vírus HIV e que tiveram relações sexuais inseguras (o preservativo estourou, por exemplo) para receber um tratamento medicamentoso preventivo, uma tentativa de coibir a transmissão da doença.
O mecanismo de ação é parecido com o da pílula de emergência para impedir a gravidez e, por isso, a técnica é chamada de “coquetel do dia seguinte" da aids. O procedimento consiste em oferecer, de graça, ao paciente – homem ou mulher – uma mistura de três medicamentos em até 72 horas após a relação sexual desprotegida. A mesma medicação deve ser tomada por 28 dias consecutivos, pode trazer efeitos colaterais graves e perde a eficácia se ingerida repetidas vezes.
Por isso, em entrevista ao Delas, o coordenador da proposta do Ministério da Saúde, o infectologista Ronaldo Hallal, sustenta que a camisinha permanece como forma mais segura e simples de prevenir o contágio pelo vírus HIV. A seguir, ele responde sete dúvidas sobre a “pílula do dia seguinte" da aids.
Foto: Magda Fernanda Ascom Aids/divulgação
Ronaldo Hallal, infectologista do Ministério da Saúde, explica o coquetel do dia seguinte da aids
Delas: Como surgiu o “coquetel do dia seguinte” da aids?
Ronaldo Hallal: A ideia surge a partir do conhecimento sobre a prevenção da aids acumulado nos últimos anos. Os antirretrovirais (medicamentos oferecidos para combater o vírus HIV) são usados de forma preventiva há muitos anos no caso da transmissão vertical entre mães e filhos durante a gravidez. Outro emprego preventivo de medicamentos contra a aids é no caso de acidentes biológicos. Há mais de vinte anos profissionais de saúde que sofrem acidentes, têm a luva furada no trato com o paciente ou são expostos a materiais contaminados já fazem esse tipo de prevenção. Tendo como base esses modelos começaram estudos para que a técnica seja usada também em pessoas que tiveram relações sexuais desprotegidas.
Delas: Como funciona o coquetel do dia seguinte?
Hallal: As pesquisas mostram que a utilização dos antirretrovirais é mais eficiente nas primeiras duas horas após a relação sexual desprotegida. O alcance máximo da prevenção é em até 72 horas após o risco. Mais do que isto não há efeito nenhum. Os medicamentos devem ser usados por 28 dias consecutivos. É importante lembrar que os efeitos colaterais dessas drogas não são desprezíveis. Por isso, o preservativo (masculino e feminino) ainda é a técnica de prevenção mais segura e barata.
Delas: Quem poderá e quem não poderá receber este tipo de tratamento?
Hallal: Varia caso a caso. Existem 737 serviços especializados em tratar pessoas que vivem com HIV no País. Esta mesma rede servirá de referência para atuar nesta nova situação. Assim como acontece em casos de acidentes com profissionais de saúde ou atendimento de vítimas de violência sexual, deve ser feita uma avaliação de risco e benefício do coquetel preventivo. Esta avaliação é individual. Passadas 72 horas da relação sexual desprotegida, por exemplo, não há benefícios do uso. A exposição crônica (relações sexuais consecutivas sem prevenção) também não possibilita efeitos benéficos. Em práticas sexuais sem penetração, tipo sexo oral, não é indicado. Existe ainda uma série de outros critérios que são avaliados caso a caso, como por exemplo, se era sabiamente conhecido que o parceiro tinha HIV, entre outras circunstâncias.
Delas: Os locais de oferta do coquetel já estão definidos?
Hallal: Esta nova política de saúde é fruto de uma discussão ampla realizada desde o ano passado, que envolveu pessoas atuantes no campo social da aids, comitês técnicos, assessores do Ministério da Saúde, experts no assunto e especialistas das secretarias de saúde estaduais e municipais. Já há um caminho percorrido, mas é preciso haver adaptações e definições claras, sobre quais unidades vão oferecer o coquetel, acompanhadas de uma divulgação informativa sobre esta possibilidade. Mas esta definição será feita localmente. Cabe a cada município ou Estado definir.
Delas: Qual é o risco de utilizar muitas vezes o "coquetel do dia seguinte" da aids?
Hallal: Pode desencadear uma resistência aos antirretrovirais, sem contar os efeitos colaterais. Isso significa que, caso a pessoa contraia o vírus HIV no futuro, será muito mais difícil encontrar um tratamento que faça efeito. E o risco de contaminação é grande, pois a exposição ao risco é constante. Este impacto nas opções terapêuticas contra a aids é um grande problema. Quanto mais restrita for a possibilidade de medicamentos, menor a chance de haver um convívio tranqüilo com o vírus HIV.
Delas: A geração atual não viveu os tempos mais severos de aids (nos anos 80) e já nasceu com um tratamento medicamentoso eficaz de controle da doença. Houve uma banalização da aids? Se sim, como conter uma nova onda de banalização com a terapia preventiva?
Foto: Magda Fernanda Ascom Aids/divulgação
Cartilha lançada que estabelece as diretrizes do coquetel do dia seguinte da aids
Hallal: Existe mesmo um efeito paradoxal do controle da epidemia. Existe uma geração que não conviveu com os efeitos mais graves da aids. Mas a doença não deve ser banalizada. O tratamento tem efeitos adversos importantes. O desafio agora é estabelecer uma comunicação eficiente e fazer com que a mensagem correta chegue às pessoas. É só por meio de uma boa adesão das práticas de relações sexuais seguras que vamos evitar danos futuros de adquirir HIV.
Delas: Já há relatos de pessoas que, já predispostas a ter uma relação sexual sem camisinha, consomem antirretrovirais, misturados a ecstasy e medicamento para disfunção erétil antes de ir para a balada. Como coibir um uso inadequado do coquetel preventivo e até uma comercialização clandestina dele?
Hallal: Há um controle do Ministério da Saúde. Caso ocorram repetidas buscas por medicamentos da prevenção da aids, esta pessoa deve ser encaminhada para uma rede de saúde, deve passar por testes e esta procura repetida é considerada um critério de exclusão do acesso. Ou seja, ela não poderá continuar usando a rede para esse fim. O acesso universal ao tratamento antiaids, sem custos e sem entraves nos faz crer que a comercialização de antiretrovirais não é problema relevante. Mas precisaremos ter controle e ficar atentos às possíveis buscas repetidas. Se isso ocorrer, faremos alertas a todos os serviços de referência.

Por que, em pleno século 21, as mulheres temem mais a gestação que as doenças sexualmente transmissíveis


Foto: Getty Images/ ThinkStock Ampliar
Medo da gravidez supera o temor da Aidis?
No que depender do (des)conhecimento popular, a gravidez é muito mais complexa do que uma simples relação desprotegida.
Não saber o que é período fértil e quais as reais chances de gerar uma criança, talvez seja um dos menores males da ignorância feminina em relação à própria saúde sexual. aids, HPV e outras doenças sexualmente transmissíveis, além de pouco entendidas, não encabeçam a lista dos temores das mulheres após o sexo sem camisinha.
Segundo Priscila de Paula Giacon, chefe do departamente de ginecologia do Hospital Pérola Byington, a preocupação em relação a tais doenças só é vista em mulheres violentadas. Nesse grupo, o receio da contaminação é o mesmo de uma possível gestação indesejada.
“Nosso foco não é no atendimento de base, mesmo assim recebemos diariamente pacientes querendo fazer teste de gravidez ou tirar dúvidas sobre corrimento e infecção urinária. A preocupação só muda quando atendemos vítimas de abuso sexual.”
Presente na maioria dos consultórios ginecológicos, a pergunta reflete dois problemas crônicos no País: saúde e educação. Ana Carolina Carvalho Ambrogini, ginecologista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), revela que cansou de explicar às pacientes que gravidez não se dá por geração espontânea.
“Sempre há uma história exagerada que alimenta e potencializa a dúvida. A falta de informação, o apelo a conhecimentos rasos e crendices faz com que o problema se arraste, e independa de idade ou classe social."
Em 2005, Carolina fez parte do projeto Amar Bem, feito pelo psicanalista Moacir Costa – um serviço de 0800 para que a população pudesse tirar dúvidas sobre temas relacionados à sexualidade. A médica revela que nas três horas semanais como plantonista, 80% das perguntas eram relacionadas à gravidez.
"São questionamentos básicos que mostram o receio exagerado de quem não usou camisinha e se descuidou nos métodos anticoncepcionais. Entre público adolescente, a confusão e desorientação é ainda mais gritante."
Indispensável
De fato, o conhecimento popular pouco tem a contribuir para que as mulheres entendam que a pílula, o DIU, os hormônios injetáveis e os demais métodos de barreira não excluem o uso do preservativo. Na visão de Carolina, a demora no atendimento público dá margem para que as dúvidas sejam resolvidas com fontes alternativas e pouco confiáveis.
“O questionamento é presente, mas o atendimento nos postos de saúde é a longo prazo. Esse sistema moroso faz com que as pessoas busquem respostas na conversa com uma amiga, vizinha ou na internet.”
Tatiana Mandia, médica generalista do Programa de Saúde da Família (PSF), se deparou com as teorias caseiras anti-gravidez durante o atendimento na Unidade Básica de Saúde (UBS) da Vila Nova Cachoeirinha, em São Paulo. Uma mulher, grávida do terceiro filho, contou que tinha sido ensinada pela vizinha a urinar após a relação sexual. Dessa forma, garantia a vizinha, ela não engravidaria.
“Ela acreditava que a receita era contraceptiva. Revelou que usou tal método durante nove meses, e só engravidou quando deixou de usá-lo.”
Embora o público do posto onde Tatiana trabalha seja majoritariamente idoso, em média, 10 mulheres por dia buscam a unidade para fazer teste de gravidez.
Mitos e crenças
Segundo os especialistas, a maioria das mulheres admite o descuido em relação ao preservativo, mas não acha necessário investir na proteção quando está em um relacionamento. O mito do parceiro "limpinho" também faz com que um filho não programado seja o único risco de uma relação sem camisinha. A publicitária R.M. admite que seu temor número 1, em uma etapa de vida dedicada a trabalho e lazer, é uma gravidez inesperada.
"Já namoro há mais de dois anos. Os relacionamentos longos realmente desprezam a camisinha, vejo isso acontecer com muitas amigas. Tomo a pílula todos os dias e confio no meu parceiro. É exatamente por isso que não temo contrair nenhuma DST. Quando esqueço de tomar o anticoncepcional, fico com receio.”
A postura de R., de acordo com os médicos, não é isolada. Espelha o comportamento de uma geração de mulheres que se vê distante das doenças sexualmente transmissíveis, mesmo dispondo de acesso à informação, e atendimento médico eficiente.
“É um problema que atinge múltiplas esferas. Além dos déficits na educação, a sensível relação entre médicos e pacientes, o tempo limitado da consulta, a postura individual e o destemor comprometem a redução dos índices de HPV e de outras doenças no País”, concluem as profissionais.

REFLEXÃO PARA O DIA: “Liberdade”

Quantas pessoas estão se deixando levar pela moda, amigos, traumas do passado, enfim, pelo que dita a sociedade?
Não são firmes em seus ideais! Não são definidas. Não têm planos nem metas a traçar, porque são levadas pelas circunstâncias. O pior é que não gostam de aprender, porque querem estar à vontade, preferem ser levadas para onde é mais fácil e aventureiro.Esse tipo de pessoa não preserva nenhum princípio. Busca satisfazer aquilo que logo logo vai desaparecer e não vai dar nenhuma estabilidade e futuro.É triste essa realidade!Cristãos, que aparentemente seguem a Jesus, mas estão tão à vontade nos seus pensamentos, nas suas amizades etc. Não se preocupam em ponderar ou preservar aquilo que conquistaram com tanto sacrifício.
Parece que tudo é permitido.
"Ir atrás da moda, por que não?", diz ela. Fazer tudo que os amigos lhe sugerem, por que não? Ir a baladas ou estar com pessoas que não produzem nada, por que não? Namorar ou ficar com o rapaz, por que não?
Ela tem resposta para tudo. Sabe por quê? Ela é muito confiante no seu coração. Acha que tem controle de tudo. É autossuficiente. E sente-se bem assim, porque isso lhe dá a sensação de ser decidida e madura.
Na verdade, ela está querendo é liberdade. Liberdade para ser e fazer o que quer, sem mesmo ponderar o que aquilo pode trazer para ela. Não quer pensar no que pode efetuar nem quer perder os prazeres que aquilo lhe proporciona.
Ser livre nos seus prazeres é ser presa no seu orgulho. E a consequência disso é ser insatisfeita, porque nada subsiste. Sempre fica faltando algo. Pensa que está tudo sob o seu controle, quando na realidade está correndo atrás do vento, pela sua insistência em não querer avaliar e pensar.
Amiga, você já parou para pensar nas consequências da sua falta de ponderação?

A FORMAÇÃO DE DISCÍPULOS

          A Igreja do Senhor Jesus Cristo hoje é fruto do trabalho dos servos do Espírito Santo feito nos discípulos formados ontem. A Igreja do Senhor Jesus Cristo amanhã vai depender do trabalho que está sendo executado pelos servos do Espírito Santo nos discípulos que estão em formação hoje. Essa formação de discípulos somente pode ser realizada pelos verdadeiros discípulos do Senhor Jesus, e não por um simples leigo, seguidor, pregador ou instrutor teológico. Aqueles que tiveram a sua formação fundamentada nas condições requeridas pelo Senhor Jesus, ou seja: renúncia total de seu futuro, de seus projetos pessoais, de seus bens materiais, enfim, de toda a sua vida até à morte, é que podem formar discípulos. Se isto não for observado, então não há nenhuma condição nem de se fazer discípulo nem de se candidatar ao discipulado. Porque aquele que forma discípulos não pode requerer deles apenas a sua renúncia total, mas como também, ele mesmo tem que dar o seu primeiro exemplo, e assim mostrar com a sua própria vida a renúncia de discípulo que é, da mesma forma como o Senhor Jesus também o fez em relação ao Seu Pai. O Espírito Santo diz, através do apóstolo Paulo, que “nós devemos ter o mesmo sentimento que houve também no Senhor Jesus, pois Ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes a Si mesmo Se esvaziou, assumindo a forma de servo (discípulo), tornando-se em semelhança de homens. E, reconhecido em figura humana, a Si mesmo Se humilhou, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz”.

         Todo o tempo e paciência necessários por parte daquele que forma discípulos, devem ser observados, uma vez que o seu trabalho é o mais importante dentro do ministério cristão, pois, afinal de contas, ele deve estar se esmerando em transferir a visão e unção que o Senhor Deus lhe outorgou.

         Se os discípulos de ontem foram fiéis à sua chamada e escolha, e realmente renunciaram a tudo quanto tinham, de acordo com a Palavra do Senhor, que disse: “Se alguém vem a Mim, e não aborrece a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs e ainda a sua própria vida, não pode ser Meu discípulo. E qualquer que não tomar a sua cruz, e vier após Mim, não pode ser Meu discípulo. Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser Meu discípulo”. Os seus respectivos discípulos terão o seu exemplo para, por sua vez, constituírem outros discípulos com o mesmo caráter e no mesmo Espírito.

         É claro que o trabalho de formação de discípulos sempre está sujeito às condições de submissão e despojamento de si mesmo, que o formador de discípulos tem para com a voz do Espírito Santo. Se o formador de discípulos tem ouvidos para ouvir a voz de Deus, então os discípulos que ele formar também o terão; e quaisquer que sejam as condições contrárias que estes encontrarem no futuro, para o exercício do ministério, jamais os impedirão de alcançar os objetivos para o Senhor. E serão chamados de servos bons e fiéis. Foram fiéis no pouco, sobre o muito serão colocados. E a honra e a glória serão dadas ao Senhor que os escolheu para seus discípulos.

Não adianta usar xampus “milagrosos”. É preciso isolar o foco do problema e tratar a área afetada com terapias combinadas

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Queda excessiva é percebida facilmente
A queda de cabelo em mulheres é causada principalmente por fatores genéticos. Mas outros vilões como o desequilíbrio hormonal, o consumo de álcool e fumo, a deficiência de vitaminas no organismo e o uso de determinados medicamentos são gatilhos para o problema se manifestar em pessoas que já têm pré-disposição.

Os casos de calvície feminina deixaram de ser raros. “Nos últimos dez anos, aumentou em quatro vezes o número de mulheres que eu atendo. Elas já representam 45% das consultas deste tipo”, conta o médico Luciano Barsanti, especializado em tricologia, área da medicina dedicada aos problemas dos cabelos e do couro cabeludo.

De acordo com o especialista, autor do livro “Dr. Cabelo” (Editora Elevação), o estresse é atualmente um dos principais desencadeantes da calvície. O estilo de vida acelerado, comum para as mulheres modernas, detona o esgotamento físico e mental, e isso pode refletir na queda de cabelo.

Diferente dos homens e suas famosas “entradas” na testa, a calvície nelas afeta outras áreas. “Ocorre mais no topo da cabeça. Além disso, geralmente a mulher tem a área frontal normal, com a perda de fios mais difusa”, aponta o cirurgião plástico Ricardo Lemos, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e um dos autores do livro “Transplante Capilar - Arte e Técnica” (Editora Roca).

Perder até 100 fios de cabelo por dia é normal, mas acima disso fica preocupante. “É fácil notar a diferença porque a família toda percebe e começa a reclamar dos fios espalhados pela casa: no chão do banheiro, no travesseiro e até no banco do carro”, esclarece a dermatologista Silvana Lessi Coghi, da Sociedade Brasileira Dermatologia.

A particularidade da queda deve ser analisada e investigada por um médico. “Não adianta comprar um xampu antiqueda, que não tem nenhuma comprovação científica de eficácia, e não tratar o problema de fundo, que pode ser uma anemia por falta de ferro no organismo ou um problema na glândula da tireoide, por exemplo”, explica Silvana.

Curiosamente, a preocupação excessiva com a forma física tende a causar dificuldades com os cabelos, como é o caso dos regimes restritivos. “As dietas indiscriminadas, sem acompanhamento médico, deixam o organismo pobre em nutrientes. Essa conduta afeta os fios, que podem começar a cair em excesso”, alerta Barsanti, que ainda revela um aumentado de calvície em pessoas que passam pelas gastroplastias, conhecidas popularmente como cirurgias de estômago.

Os tratamentos para queda de cabelo
“É possível tratar com medicamentos já disponíveis no mercado. Um exemplo é um hormônio sintético que vem sendo usado tanto para homens, como para mulheres, com bons resultados”, exemplifica Silvana. Os fármacos podem ser aplicados na área afetada ou ingeridos oralmente. Outra indicação de tratamento muito usada atualmente é associação de terapias. “Você associa os fitoterápicos, que são medicamentos vindos de plantas, com as novas tecnologias, como os eletroestímulos, que são pequenos choques indolores no couro cabeludo, que estimulam a multiplicação celular”, revela Barsanti. Em média, cada sessão terapêutica combinada custa por volta de R$ 380. Para um bom resultado, elas precisam ser feitas por seis meses consecutivos, sendo duas a cada mês.

Quando os tratamentos farmacológicos ou tecnológicos não atingem o resultado esperado, ainda existe uma última opção: o implante capilar. “Antes de tudo, é preciso examinar a área doadora de fios. Nem sempre a mulher tem na cabeça dela cabelos suficientes para implantar na região afetada”, pontua Lemos, que elucida ainda que no caso de não haver uma quantidade mínima necessária, a alternativa é usar próteses. Quem tem cabelos suficientes para tirar de uma área e colocar na outra terá que desembolsar entre R$ 10 mil e R$ 20 mil pelo procedimento cirúrgico. Uma novidade desse tipo de cirurgia é o implante com os fios longos. “Uma vantagem dessa técnica é que ela permite que os fios sejam colocados na mesma angulação e mesma curvatura dos já existentes, o resultado acaba sendo mais satisfatório”, constata Lemos.

Deputado do PDT do Rio de Janeiro ocupa vaga após interinidade de secretário-executivo. Ele é neto do ex-governador Brizola

Foto: Divulgação Deputado Brizola Neto (PDT-RJ)
O Palácio do Planalto confirmou nesta segunda-feira (30) o nome do novo ministro do Trabalho, Brizola Neto (PDT-RJ).  Ele foi convidado há quase dois meses  pela presidenta Dilma Rousseff, mas acabou vetado pelo presidente nacional do PDT e ex-ministro Carlos Lupi.
Como o Poder Online antecipou , a presidenta Dilma Rousseff chamou Brizola Neto e Carlos Lupi para uma conversa hoje no Palácio do Planalto. Quando o deputado foi convidado pela primeira vez em março, Lupi foi contra a nomeação dele.
De lá para cá, Brizola trabalhou seu nome dentro do partido, sobretudo junto a integrantes da bancada da Câmara. Seu maior aliado no PDT é o deputado Paulinho (SP), que é também presidente da Força Sindical.
No momento mais crítico das negociações, Paulinho ameaçou romper com o governo e aderir à oposição. Brizola Neto também impôs uma derrota a Carlos Lupi, na disputa pelo diretório regional do PDT do Rio de Janeiro.
Lupi foi ministro do Trabalho entre 2007 e dezembro do ano passado. Ele deixou o cargo após uma série de denúncias de irregularidades na pasta. A mais grave refere-se ao uso de um avião de uma ONG que presta serviços à pasta do Trabalho.
Ao confirmar o nome de Brizola Neto como novo ministro do Trabalho, Dilma Rousseff disse, em nota, ter confiança de que ele “prestará grande contribuição ao país”. Segundo informações do Palácio do Planalto, a posse do novo ministro deverá ocorrer na quinta-feira (3), às 11h. Segundo o texto, a presidenta agradece a colaboração do ex-ministro Carlos Lupi e do ministro interino Paulo Roberto Pinto (interino) “na consolidação das conquistas obtidas pelos trabalhadores brasileiros nos últimos anos”.

domingo, 29 de abril de 2012

Estudos realizados em animais pretendem fazer o relógio biológico andar para trás

Foto: Getty Images Ampliar
Envelhecimento está ligado a vários processos biológicos
Cientistas vêm pouco a pouco desvendando os segredos do envelhecimento e alguns sugerem que em breve poderão desenvolver tratamentos para reduzir a velocidade ou mesmo reverter o processo.
No ano passado, uma equipe do Instituto do Câncer Dana-Farber, de Boston, nos EUA, divulgou na revista científica Nature um estudo no qual diz ter conseguido reverter o processo de envelhecimento em camundongos.
Eles manipularam cromossomos presentes nos núcleos de todas as células. O alvo principal da ação era a proteção dos telômeros. Os telômeros são estruturas presentes nas extremidades dos cromossomos. Eles protegem os cromossomos de possíveis danos, mas também diminuem de tamanho com a idade, até que as células não conseguem mais se reproduzir.
A equipe do professor Ronald DePinho manipulou as enzimas que regulam os telômeros, as telomerases, obtendo resultados significativos. Com o estímulo às enzimas, os camundongos pareciam fazer o relógio biológico "andar pra trás".
"O que esperávamos era uma estabilização do processo de envelhecimento, mas ao contrário, observamos uma reversão dos sinais e sintomas de envelhecimento", disse ele à BBC.
"Os cérebros destes animais cresceram em tamanho, aumentaram sua cognição, suas peles ganharam mais brilho e a fertilidade foi restaurada."
Humanos
Obviamente, aplicar estes princípios em humanos será um desafio bem maior. As telomerases já foram ligadas à incidência de câncer.
Muitos acreditam que as mitocôndrias possam desempenhar um papel bem maior no processo de envelhecimento. As mitocôndrias - material genético contido na célula, mas fora do núcleo - são as "usinas de energia" das células, mas também geram produtos químicos que são ligados ao envelhecimento. Há ainda o papel desempenhado por radicais livres - moléculas ou átomos altamente reativos que atacam o corpo humano.
Apesar de estarmos apenas começando a compreender como funciona o envelhecimento, alguns cientistas já testam tratamentos em humanos.
O professor David Sinclair é pesquisador de um laboratório especializado em envelhecimento da escola de Medicina da Universidade de Harvard.
Ele e seus colegas vêm trabalhando em uma droga sintética chamada STACs (ou Sirtuin activating compounds).

Estudos em camundongos obesos indicam que as STACs podem restaurar a saúde e aumentar a expectativa de vida dos animais. Já foram iniciados testes em humanos.
Há também estudos sobre o resveratrol, um antioxidante encontrado naturalmente no vinho tinto, que indicam que ele reduz o colesterol.
Sinclair diz que estas pesquisas "não são uma desculpa para comer batata frita o dia todo em frente à TV, mas uma forma de aumentar o modo de vida sadio e explorar as potencialidades de um corpo saudável".
"Não mudamos a quantidade de comida ingerida, os camundongos comem normalmente, mas seus corpos não sabem que eles estão gordos e seus órgãos e até a expectativa de vida são iguais a de um animal sadio", disse ele.
Questões éticas
Mas é correto fazer experiências em algo tão fundamental como envelhecer? Quais são as questões éticas envolvidas?

O professor Tim Spector, do hospital Kings College em Londres, que também faz pesquisas na área, diz que o foco não é aumentar a duração da vida, mas prolongar a saúde.
"Não interessa muito prolongar a vida se isto significar que você terá tanta artrite, por exemplo, que não poderá sair de casa", disse ele.
"Mas ao entender o processo de envelhecimento, podemos ajudar no combate a artrite, diabetes, doenças cardíacas, todas os males ligados ao envelhecimento", disse ele.
Já o professor James Goodwin, do programa Age UK de amparo à terceira idade do governo britânico, diz que a questão levantada pelas pesquisas é se seus resultados vão ser acessíveis a todos ou apenas aos mais ricos.
"Será que todos vão poder se beneficiar desta tecnologia?", pergunta ele.

Exames de ressonância mostram que adultos jovens e idosos deprimidos têm atividade cerebral parecida

Foto: The New York Times Pesquisa mostrou que idosos mentalmente saudáveis conseguem regular melhor suas emoções do que jovens
Estudos sugeriram que as condições dos idosos melhoram quando eles se libertam dos arrependimentos – já os adultos mais jovens, com mais tempo para efetuar mudanças na vida, podem obter mais benefícios continuando arrependidos.
Agora, pesquisadores alemães estão estudando a atividade cerebral para compreender o mecanismo biológico por trás desse fenômeno. Eles relataram as descobertas no periódico Science.
Com o uso de exames de ressonância magnética funcional, os pesquisadores descobriram que, após estarem diante de uma oportunidade perdida, as atividades cerebrais de adultos jovens (idade média de 25 anos) e de idosos deprimidos (idade média de 65 anos) eram semelhantes na região do cérebro denominada estriado ventral, a qual está associada a sentimentos de arrependimento.
Os idosos saudáveis exibiam um padrão cerebral diferente, sugerindo que eles eram capazes de regular as emoções de forma eficaz.
"Parece que temos a capacidade permanente de usar o cérebro para regular nossas emoções, mesmo quando somos velhos", afirmou a primeira autora do estudo, Stefanie Brassen, neurologista do Centro Médico Universitário de Hamburg-Eppendorf.
Ela e seus colegas pediram aos participantes que jogassem um jogo de computador criado para causar arrependimento diante de uma oportunidade perdida. Os jogadores podiam abrir caixas que continham ouro ou o diabo – se encontrassem o diabo, o jogo terminava e eles perdiam o que haviam conseguido. Os jogadores podiam decidir se queriam continuar jogando ao fim de cada rodada.
Após perder uma oportunidade, os jovens e os idosos deprimidos jogavam com mais ousadia as rodadas seguintes. Isso supostamente se deve ao arrependimento preservado de rodadas anteriores.
Os idosos saudáveis, diferentemente, não tendiam a se arriscar mais nas rodadas finais.
Por meio do estudo dos mecanismos cerebrais subjacentes, associados ao arrependimento, talvez seja possível fornecer treino e preparação para regular as emoções, afirmou Brasse