Executivos explicam reestruturação que tenta aumentar nível de governança e colocar em prática novo plano de negócios
O presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, realiza coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira (28) para explicar a nova estrutura organizacional da companhia, que resultará em um novo modelo de gestão. Nesta manhã, a empresa divulgou que cortará 30% de cargos gerenciais não operacionais buscando economia de R$ 1,8 bilhão por ano. A ação está dentro da Revisão de Modelo de Gestão e Governança da Petrobras. “Será uma nova forma de gerir a companhia”, afirmou Antonio Eduardo Castro, gerente de estratégia e planejamento da empresa.
A reestruturação envolve a fusão de áreas, centralização de atividades, novos critérios para a indicação de gerentes executivos e responsabilização formal de gestores por resultados e decisões. “As designações e despensas de executivos terão de ser aprovados pelo Conselho de Administração. Terão de passar por análise de reputação pelos conselheiros e, por fim, com referendo do conselho de Administração”, explicou Castro. Perguntado se a empresa não teria mais indicações políticas, a partir do novo modelo de governança, o presidente da estatal afirmou que essa forma de contratação é coisa do passado. "Eu não convivi e não convivo com indicações políticas. A competência primordial será das capacidades técnicas. As indicações políticas não fazem mais parte da empresa. Isso é uma grande blindagem para a empresa. Esses profissionais passarão por análise de sua reputação, inclusive o presidente. A meritocracia foi o que se deu em 2015 e ela prevalecerá daqui para a frente", explicou Bendine.
As funções gerenciais serão reduzidas de 54 para 41 nas áreas não operacionais. O número de diretorias passa de 7 para 6. Gás e Abastecimento serão integradas.
O comunicado da Petrobras informa que "serão criados seis Comitês Técnicos Estatutários compostos por gerentes executivos que terão a função de analisar previamente e emitir recomendações sobre os temas que serão deliberados pelos diretores, que serão corresponsáveis nos processos decisórios." As mudanças que resultem em alterações no Estatuto Social da Petrobras serão submetidas à aprovação da Assembleia Geral de Acionistas a ser convocada oportunamente.
O presidente da Petrobras explicou que a estatal tem três vetores de condução das atividades. "Esses vetores surgiram com uma nova realidade que se impôs, oriunda de uma mudança de cenário da indústria em todo o mundo [petróleo e gás] e da operação [Lava Jato] que investiga os mal feitos que se deram na estrutura da empresa. São eles, adequação do processo financeiro, ampliar a governança e o compliance", explicou Bendine.
Quando pergutado sobre a viabilidade das atividades com o barril de petróleo (Brent) a US$ 30, Bendine afirmou que o que vai permear as ações da companhia é que seja uma empresa mais ágil e eficiente. "O resultado operacional teve um grande avanço em 2015, e isso vocês verão nos resultados. [A empresa] está respondendo porque soube se adequar às condições de preços do mercado. Companhia tem de olhar para a eficiência. Esse é o nosso foco."O presidente reafimou que a nova visão, de trabalho e perfomance da empresa, é um "novo desenho e trará uma mudança de cultura, que será uma composição coletiva e gradual". "A empresa passa agora a trabalhar mais focada no seu business, com nova gestão. Não existe modelo pré-determinado para as áreas", disse Bendine sem se ater a como isso será feito, mas afirmou que a reorganização das áreas poderá ser feita de acordo com cada realidade, em específico.
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