terça-feira, 21 de junho de 2011

'Íamos fazer um bolinho', diz neta de Vó Quita que faria 115 anos no dia 9

Vó Quita morreu na madrugada desta terça-feira (21) em Carangola.
Corpo será enterrado às 16h no cemitério da cidadeA neta de Maria Gomes Valentim, a Vó Quita, de 114 anos, Jane Ribeiro Moraes, de 63 anos, disse que no próximo dia 9 faria uma comemoração para celebrar os 115 anos da avó. "Íamos fazer uma coisa íntima, um bolinho para amigos, vizinhos e parentes", disse Jane.
De acordo com ela, a família está atordoada com a perda da vovó centenária, mas, ao mesmo tempo, falou que foi muito bom conviver com ela. "Foi um privilégio conviver com ela. A gente tem muita coisa boa para lembrar".
Ainda segundo Jane, não haverá qualquer homenagem à Vó Quita porque ela era uma pessoa muito simples. "Mas vamos fazer uma missa muito bonita, sim, mas nada de especial hoje", afirmou.
Mulher reconhecida como a pessoa mais velha do mundo morre em MGCasa da mulher mais velha do mundo vira ‘ponto turístico’ em CarangolaMineira de 114 anos leva a vida com bom humor e muita pimenta Guinness elege mineira de 114 anos como a pessoa mais velha do mundoVó Quita morreu às 4h15 desta terça-feira (21), na Casa de Caridade de Carangola, na Região Zona da Mata, em Minas Gerais. Ela foi reconhecida pelo Guinness – o livro dos recordes – como a pessoa mais velha do mundo.
De acordo com o hospital, Vó Quita deu entrada no centro de saúde neste domingo (19) por causa de uma pneumonia.
O velório está sendo feito na Capela São Pedro e o enterro será às 16h, em Carangola.
O Guinness reconheceu Vó Quita como a pessoa mais velha do mundo no dia 18 de maio deste ano. Maria Gomes Valentim, de 114 anos, era moradora da cidade de Carangola, na Região da Zona da Mata de Minas Gerais.
A mineira morou durante toda a vida na mesma cidade. Maria Valentim se locomovia em uma cadeira de rodas e recebia o equivalente a um salário mínimo para sobreviver (R$ 545), além da assistência de familiares. A mineira também dependia o sistema público para tratamentos de saúde.
Ela se casou com João em 1913, mas seu marido morreu em 1946. Teve apenas um filho, quatro netos, sete bisnetos e cinco trinetos. Conhecida como Vó Quita, a mineira parece ter herdado a longevidade do seu próprio pai, que também viveu muito: 100 anos

Bebê nascida de sêmen congelado deve deixar hospital nesta quarta

Mãe e filha passam bem e devem deixar o hospital nesta quarta (22).
Justiça permitiu inseminação artificial sem autorização formal do pai.Dois anos e um mês depois do congelamento do sêmen do marido, a professora Katia Lenerneier deu a luz. O parto foi em Curitiba e a alta deve ser nesta quarta-feira (22), já que mãe e filha passam bem.
A mulher tentava engravidar quando o marido descobriu que tinha um tipo agressivo de câncer de pele, em fevereiro de 2009.
O casal chegou a perder um bebê, durante uma gravidez. Juntos, decidiram guardar o sêmen em uma clínica, a -200°C. Pouco tempo depois, ele morreu aos 33 anos.
Em entrevista ao G1, a professora fez cálculos, tentando lembrar quando gastou, ao todo, desde o congelamento até o parto. “Recebi muitos descontos, por causa da repercussão da história. Devo ter gasto mais ou menos R$ 30 mil. (...) Graças a Deus pelos descontos, porque é um dinheiro incompatível com a minha renda”. Ela é professora do ensino fundamental, na rede pública de Curitiba.
Mãe guarda sêmen de marido mort
e consegue gerar filha em CuritibaJustiça autoriza professora a usar
sêmen de marido morto no Paraná “Estes dois anos [de espera] foram razoavelmente curtos, considerando o tempo que Justiça demora para julgar alguns casos no país”. Pelos próximos seis meses ela fica em casa, cuidando da menina – que está aprendendo a mamar. "A gravidez foi boa".
A avó paterna foi nesta segunda-feira (20) ao hospital, e “ficou muito emocionada. Ela nem veio hoje [terça]. Minhas cunhadas também vieram e estão bem contentes, dando bastante apoio”, termina a mãe.



Casamento e crianças: uma combinação polêmica

A marcação “senhor e senhora” no convite indica que os filhos não foram convidados. Noivos podem optar por festa sem crianças?
Quando o professor universitário Pedro Paulo recebeu o convite do casamento de sua prima, não imaginou que o filho não havia sido incluído na lista de convidados. Na época, o menino tinha dois anos. “Liguei para a minha tia e enquanto conversávamos sobre o casamento falei para ela que tinha que ver a roupa do meu filho. Ela me disse que achava que eu não poderia levá-lo”, conta Pedro. Dito e feito.
Acontecimentos como este são mais comuns do que se imagina. Cada vez mais noivos optam por uma festa sem crianças. Segundo a consultora de casamentos Márcia Possik, os noivos não estão errados em fazer isso, uma vez que, em sua opinião, casamento não é evento para crianças. “O que uma criança de cinco ou seis anos vai fazer na rua, acordada até de madrugada, num local com o som alto? Não é um ambiente para crianças. Elas não estão erradas por chorar ou querer ir embora”, diz Márcia.
- Noivas conseguem diminuir custo da festa pela metade
Na opinião de Fátima Leonhardt, assessora e organizadora de casamentos, crianças podem se acidentar em certos ambientes da festa. Ela conta que já aconteceu de uma garotinha queimar gravemente o dedo em uma das velas de decoração da mesa em um dos eventos que organizou. “É correto levar criança em casamento? Não. Não é chique. É muito chato para a criança, não é programa para ela. A comida, por exemplo, é servida muito tarde. Os pais também não aproveitam, ou seja, não é legal para ninguém”, atesta a assessora.
Há quem tenha uma visão bastante diferente. De acordo com Cláudia Matarazzo, cerimonialista e autora do livro “Casamento sem frescura” (Editora Melhoramentos), um casamento é a celebração da família e, por isso, deve sim ter crianças. “Casamento é uma festa familiar. Não tem razão para barrar crianças. Elas gostam deste tipo de festa. Adoram ver a noiva. Eu acho que as pessoas complicam muito e acabam perdendo a essência desta comemoração”, comenta a cerimonialista.
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“Um casamento pela religião católica ou outra religião é um encontro em que você mostra o seu enlace para a família e sociedade. Barrar um filho nessa cerimônia é uma coisa constrangedora”, comenta Pedro, que optou por não ir à festa de casamento de sua prima. “A festa tem que ter a família toda. E em uma família têm priminhos, primões, tia velhinha. Todo mundo deve participar”, diz Cláudia.
Senhor e senhora
“Se no convite está escrito apenas ‘senhor e senhora’, já está implícito que não pode levar criança na festa”, diz Fátima Leonhardt.
Pedro conta que o convite que recebeu estava escrito “senhor e senhora”, mas que mesmo assim não entendeu tal marcação, afinal, acreditava que se tratava de um evento para a família. Márcia explica que a confusão é comum, porém passível de se tornar uma gafe: os pais acabam levando pessoas que não foram convidadas e não fazem parte do planejamento da festa.
Márcia Possik diz que a marcação “Senhor e senhora” no convite deve ser respeitada por motivos de etiqueta e, até mesmo, financeiros e operacionais. “Mesmo pequenas, é preciso ter um assento para crianças. Cada buffet tem um critério de idade: alguns começam a cobrar por pessoa a partir de sete anos e pode ser que no orçamento dos noivos não tenha espaço para todas as crianças”, comenta.
Apesar de ser a favor de crianças na festa e não indicar tal atitude, Cláudia Matarazzo diz que os noivos têm o direito de escolher quem convidar para sua festa e pedir para os convidados que não levem seus filhos.



Alinne Moraes: “No meu carro agora só toca samba e pagode”




Durante coletiva do remake de “O Astro”, a atriz falou que tem escutado samba e depois de 11 anos andou de metrô
Alinne Moraes surpreendeu os jornalistas na manhã de terça-feira (21) durante coletiva de imprensa do remake de “O Astro”, sucesso de Janete Clair de 1977. Na novela, que será exibida às 22h30 e estreia dia 12 de julho, a atriz interpretará Lili, uma manicure que vive em Madureira, zona norte do Rio, e enfrenta uma série de conflitos familiares. Será conhecida entre os outros personagens como a “Angelina Jolie de Madureira”.
A atriz interpretará a manicure Lili
Questionada sobre a preparação para a personagem, afirmou que não fez nenhum laboratório específico e já morou no Méier, na zona norte do Rio. “Morei no Méier assim que cheguei ao Rio quando gravei ‘Coração de Estudante’, minha primeira novela. O que acho mais engraçado é essa coisa do subúrbio. Sou de Sorocaba, em São Paulo, e é meio parecido com o interior. Fiz muitos anos de fonoaudiologia para minimizar o sotaque e interpretar uma carioca da Penha esta sendo um pouquinho mais difícil”, disse ela.
A personagem de Alinne será expulsa de casa e irá trabalhar como caixa de supermercado onde conhece o dono do estabelecimento, Salomão, personagem de Daniel Filho, que se apaixonará por ela. Posteriormente se tornará taxista e irá se apaixonar pelo filho de Salomão, Márcio, interpretado por Thiago Fragoso.
Com relação ao namoro com o empresário Felipe Simão foi enfática: “Gente eu não vou falar sobre vida pessoal mesmo”. A seguir o bate-papo com os jornalistas:
Elenco do remake se reúne em coletiva
Alinne Moraes: “No meu carro agora só toca samba e pagode”
Segundo a sinopse sua personagem é do tipo que “dá a cara a tapa”. Você também é assim?
Alinne Moraes: Sou com aquilo em que acredito, como o meu trabalho. Aí não tenho medo. Mas estou com 28 anos e tenho ficado um pouco mais medrosa, tenho sonhado menos. Estou muito feliz com o que eu tenho, muito realizada, então, acho que me tornei mais serena.
Trouxe alguma coisa da personagem para o seu dia-a-dia?
Alinne Moraes: Sim. Por exemplo, no meu carro agora só tem samba e pagode. Uma coisa que realmente não estava acostumada. Tinha só um Zeca Pagodinho em casa. O resto tive que comprar tudo. Mas não passei a gostar muito não (risos). Só ouço porque realmente tem algumas coisas muito lindas e inspira a minha personagem.
Teve outras experiências diferentes por causa da personagem?
Alinne Moraes: Nada que eu não conhecesse, mas não andava de metro há 11 anos e foi curioso. Me deu uma sensação de nostalgia, deu uma saudade. Mas de certa forma sei que é impossível, não posso mais ter esta vida. É normal pegar um ônibus, apesar de não precisar. Faz você se aproximar da realidade.
Alinne Moraes ao lado dos atores Thiago Fragoso e Fernanda Rodrigues
 Buscou alguma referência na primeira versão de “O Astro”?
Alinne Moraes: Nenhuma. Vi um pouco da abertura da primeira versão e algumas poucas cenas que estão no youtube, mas tentei ver com um olhar mais distanciado porque agora a trama se passa nos dias de hoje. Em 1977 a Lili era moderna, mas ser para frente era usar calça jeans e cintura alta. Hoje, no subúrbio, é a menina que usa short e calça da Gang, escuta Zeca Pagodinho e “vou não, quero não, minha mulher não deixa não” (faz referência a música “Minha Mulher Não Deixa Não” da banda Aviões do Forró).
 Teve pudor com alguma peça do figurino da personagem?
Alinne Moraes: Não. O figurino só ajuda. Quando fiz a Luciana de “Páginas da Vida” fiz questão de usar fralda não porque gostava, mas porque fazia parte da realidade da personagem. Dessa vez pedi para usar tamancos com salto de corda para dar um andar mais pesado.
Fez alguma mudança no visual?
Alinne Moraes: Como ela é chamada pelos outros personagens de Angelina Jolie da Penha (risos), quisemos deixar o cabelo bem natural, solto, sem chapinha ou babyliss. Um visual mais brasileiro mesmo.
Alguém já havia te comparado com a Angelina Jolie?
Alinne Moraes: Nunca. E nem acho que pareço. Todo mundo sempre diz que uma ou outra se parece com ela porque é um referencial de beleza. Acho a Nastassja Kinski (atriz alemã) muito mais parecida comigo do que a Angelina Jolie. Quem me dera!
Na novela o personagem de Daniel Filho se apaixonará pela Lili. Já teve algum relacionamento com um homem mais velho?
Alinne Moraes: Não que eu me lembre, mas acho tão natural... Na adolescência a diferença de idade é mais marcante, mas acho que depois dos 25 anos não tem muito isso. São experiências diferentes e você pode trocar. Pode se envolver até mesmo com amigos de 40, 60 anos. Essa coisa de número não está com nada.
No começo da trama a Lili é manicure. Sabe fazer a unha?
Alinne Moraes: Trabalho com moda desde os 12 anos então maquiagem, cabelo, essas coisas, são normais para mim. Sei tirar cutícula e fazer unha para mim é quase uma terapia. Vou muito ao salão fazer pé e mão, mas quando não dá tempo e estou em casa faço tranquilamente.
 A beleza atrai tanta a atenção para a sua personagem que chega até a atrapalhar um pouco a vida dela. Como é a sua relação com a beleza?
Alinne Moraes: Eu só tenho o que agradecer porque a beleza me abriu portas. Na verdade em tudo todo mundo procura o belo. O belo salva. Mas não estou falando só de mim, em qualquer arte, por exemplo. A beleza é uma dádiva, mas passa e temos que saber usufruir e agradecer.
Já procurou uma vidente?
Alinne Moraes: Já, mas de brincadeira. Acreditava mais nisso quando tinha uns 17, 18 anos. Hoje sou mais cética. Talvez daqui cinco anos resolva fazer um mapa astral, mas não tenho essa curiosidade. Na época me diziam muito que eu ia trabalhar com arte. Talvez interpretação ou música.



Golfinhos machos usam violência para aliviar frustrações

Pesquisadores testemunham ataques de grupo de jovens golfinhos a toninhas na Califórnia; causa seria excesso de testosterona
Pesquisadores americanos testemunharam três ataques de golfinhos a toninhas, um pequeno cetáceo parecido com um boto e que vive no hemisfério Norte. Os atos de violência ocorridos na baia de Monterey, na Califórnia, pareciam ocasionais, mas de acordo com um estudo, podem estar relacionados com frustrações sexuais de jovens golfinhos. Ataques como os vistos na Califórnia já haviam sido relatados no Reino Unido, no entanto, pela primeira vez, foi possível identificar que os agressores eram machos jovens.
Ataques dos golfinhos às toninhas seguem quase a mesma sequência. Primeiros os golfinhos imprensam (A), depois afogam (B), arremessam para cima (C)e por fim, golpeiam (D)
A descrição da cena deixa qualquer fã do seriado de TV Flipper horrorizado. Desde 2005, 44 carcaças de toninhas foram identificadas por sofrer ataques de golfinhos na baía de Monterey. Os três ataques testemunhados tinham em comum a perseguição de uma toninha por um grupo de até 16 jovens machos. Cercado, o animal era abatido por um, ou até três, golfinhos. Como os animais são monitorados pelos cientistas, sabe-se que Poke, Kelp e Naissance, Twinky, Phyto e Bat (como os animais são conhecidos) mataram as três toninhas.
“Vale dizer que no reino animal não existe vilão e mocinho. Animais têm sempre uma razão para fazer o que fazem.Muitas vezes, nós tendemos a humanizar o comportamento dos animais”, disse ao iG Mark Cotter, que faz parte do Okeanis, organização sem fins lucrativos de conservação na Califórnia, e que testemunhou os ataques.
Os motivos que levaram os golfinhos a atacarem as toninhas ainda estão sendo avaliados, mas acredita-se que esteja relacionado com a frustração sexuais dos jovens golfinhos, já que os ataques aconteceram durante a época de reprodução. De acordo com Cotter, jovens machos não conseguem ter acesso às fêmeas devido à competição com machos mais velhos.
Documentário sobre matança de golfinhos estreia no Japão
Híbridos podem florescer onde seus pais temem pôr os pés
Computador vai ajudar no entendimento de linguagem de golfinhos “Acredito que os golfinhos mais jovens têm os mesmos níveis de hormônios sexuais que os animais mais maduros e que durante a época de reprodução, que acontece na primavera e no outono eles poderiam estar liberando suas frustrações sobre os animais menores”, disse ao iG.
Cotter escreveu um artigo sobre os fatos no periódico científico Marine Mammal Science, onde descarta outros possíveis motivos para os ataques. De acordo com o estudo não há razão para competição por alimento entre as duas espécies, pois as duas espécies comem animais diferentes. Outro fato importante é que os golfinhos não ingerem partes do corpo das toninhas. Os pequenos cetáceos se parecem e são ainda menores que filhotes de golfinhos. De acordo com Cotter, em outras partes do mundo, como Reino Unido, Austrália e costa leste dos Estados Unidos, há também relatos de ataques a filhotes de golfinhos.




segunda-feira, 20 de junho de 2011

Acupuntura aumenta as chances Fertilização In Vitro

Técnica ganha força nas clínicas brasileiras. Apesar de coadjuvante, trabalhos justificam eficácia para além do efeito placebo
Foram oito tentativas de Fertilização In Vitro, nome completo da FIV, até o nascimento das filhas gêmeas em 2009. Durante três longos anos a nutricionista L. A, 42, imaginou o rostinho das crianças a cada procedimento feito. Perdeu dois bebês, um na segunda tentativa – aos quatro meses de gravidez – e outro na quinta, com menos de 30 dias de gestação.
Veja também: Mini FIV, a inseminação artificial mais barata chega ao País
A técnica de transferência embrionária é uma das alternativas mais comuns para tentar converter infertilidade em gestação. O processo, porém, demanda investimento financeiro e, muitas vezes, acarreta um grande desgaste emocional.
O sonho da maternidade, nesses casos, parece impor a insistência. Antes de optar por outras formas de se realizar como mãe, muitas mulheres buscam alternativas coadjuvantes que possam elevar as chances individuais de eficácia da FIV.
A história facilmente se repete. A advogada L.T precisou ler sete resultados negativos de gravidez antes de confirmar a gestação de gêmeos. Hoje, aos 39 anos, ela curte uma gestação tranquila, após dois anos de incansáveis tentativas.
O berço
É nesse contexto desfavorável à saúde mental e física da mulher que a acupuntura ganhou espaço dentro das clínicas de fertilização. “Estava completamente desequilibrada, em um estado emocional terrível. Já tinha engordado mais de 7k por conta do tratamento. Não aguentava mais, precisava me reestruturar antes de recomeçar", recorda a nutricionista.
Mitos e verdades sobre a fertilização
O sonho da fertilização e o pesadelo da laqueadura
Inicialmente a procura pela acupuntura como tratamento complementar à fertilização partiu das próprias pacientes, a exemplo de A.L e L. T..
Segundo Artur Adzik, presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH), hoje a maioria das clínicas aposentou o ceticismo e passou a indicar o tratamento para reconfortar os casais. A aceitação, aponta ele, é quase sempre imediata.
“Nao podemos prometer que a acupuntura vai fazer diferença no resultado, mas é um método coadjuvante, não invasivo, não medicamentoso que ajuda bastante.”
Além de melhorar o estado emocional, baixando os índices de ansiedade e nervosismo das (possíveis) futuras mamães, a acupuntura, sustentam os especialistas na área, apresenta mecanismos de ação para além do efeito placebo, ou calmante.
"Ela ajuda a controlar a ansiedade e o nervosismo, reações comuns no perfil das mulheres que buscam a fertilização, mas também melhora a vascularização do sistema reprodutivo. É um tratamento que exige um perfil diferenciado de acupunturista. Esse profissional precisa ser médico e ter conhecimento na área de reprodução humana", pontua Ana Lúcia Beltrame, ginecologista e médica do Centro de Reprodução Humana do Hospital Sirio Libanês, em São Paulo.
Comprovação
Trabalhos internacionais mostram os benefícios da acupuntura na fertilidade. O primeiro deles foi publicado em 2002 por um médico alemão e apontava um bom índice de eficácia: 42% das mulheres que fizeram FIV e acupuntura tiveram resultado positivo (ultrassonografia com batimento cardíaco do feto), contra 26% de pacientes que optaram apenas pela FIV.
Décio Thima, ginecologista e acupunturista, apresentou o único estudo brasileiro publicado em âmbito internacional, em 2007, durante o Congresso Americano de Reprodução Humana. Os resultados nacionais também são positivos. Das 70 mulheres que fizeram FIV com acupuntura no dia da transferência do embrião para o útero, 51% engravidaram. O número foi bem menos representativo no grupo de 70 pacientes que não fizeram acupuntura: 26%.
Para Wilson Tadeu Ferreira, médico acupunturista e diretor da Associação Médica de Acupuntura, os números mostram que os efeitos não estão limitados a aspectos psicológicos, ou a crenças individuais.
“Não é efeito placebo, medicina da fé. Se a paciente fizer o tratamento, mesmo não acreditando na eficácia dele, o resultado não será afetado. Hoje temos meta-análises que apontam índices de eficácia acima dos 65%. O objetivo da técnica, na FIV, não é apenas equilibrar o lado emocional das pacientes.”
O que é o exame de gravidez?
O principal mecanismo, explicam os especialistas, é o aumento do fluxo sanguíneo na região uterina. Os pontos estimulados pelas agulhas provocam vasodilatação principalmente nos órgãos da pelve, aumentando o fluxo de sangue do útero e dos ovários durante o tratamento de fertilização, principalemtne meia hora antres da transferência embrionária para o útero, e 30 minutos depois dela.
No dia da transferência, a sessão de acupuntura é voltada para implantação dos embriões. O recomendado, porém, é que as pacientes procurem a acupuntura antes de iniciar a FIV.
"A técnica ajuda a controlar a parte emocional e age no equilíbrio hormonal, favorecendo a fertilização desde o início", defende o ginecologista.
Ao aumentar o fluxo sanguíneo do ovário, melhora-se a qualidade dos óvulos. O aumento do fluxo de sangue no útero, por sua vez, favorece o endométrio, ensinam os médicos. "Hoje, podemos dizer que a técnica realmente aumenta a possibilidade de fertilização. Depende da mulher, e do estudo analisado.”, explica Thima.
Tire suas dúvidas: Fertilização: mais tentativas aumentam o sucesso?
A baixa qualidade do endométrio é uma das múltiplas causas de infertilidade na mulher. O endométrio é a camada que reveste a parede interna útero, a mesma que descama durante a menstruação, e onde o embrião se fixa para se desenvolver. Para que a fecundação ocorra, é preciso que o endométrio não seja irregular, nem fino.
“Ele é igual a uma cama. Se for bagunçada e desconfortável, ninguém terá prazer em deitar nela. Agora, se for aconchegante e quentinha, repleta de cobertores, todo mundo vai querer. Melhorando o fluxo sanguíneo, melhoramos o endométrio.”
Segundo o especialista, o endométrio “confortável” é fundamental para tornar a fecundação possível. “Na FIV, não adianta ter espermatozóides de boa qualidade se o endométrio não é bom. O tratamento pode ser usado para qualquer tipo de infertilidade, seja ela masculina ou feminina, é sempre feito na mulher.”
Para as mães que deram rosto às estatísticas, a crença é de que foi a acupuntura a responsável pelo "empurrãozinho extra" que faltava. O que foi inicialmente medida de desespero, hoje, é sinônimo de sucesso.
“A gestação está até mais tranquila graças a acupuntura. Não sinto enjôos e estou calma, extremamente feliz, à espera dos meus tão desejados bebês”, revela L. T



Namorar não é coisa de criança

É papel dos pais separar o que é do mundo adulto e do mundo infantil e não misturar tudo como muitos vêm fazendo
Muitas pessoas acham engraçadinho quando crianças falam que têm namorados, trocam beijinhos e declarações de amor. Os casais apresentam bebês como ótimos pretendentes para os filhos dos amigos, pais festejam o menino que será pegador, mães vibram com as meninas que destruirão corações, vídeos de crianças apaixonadas circulam pela internet encantando multidões. O que fica na cabecinha de quem ouve ou protagoniza esse tipo de coisa? Será que essa brincadeira aparentemente inocente não está jogando a infância em um terreno perigoso?
É papel dos pais separar o que é do mundo adulto e do mundo infantil e não misturar tudo como muitos vêm fazendo. Não é à toa que cada vez mais cedo, meninos e meninas com 12 anos de idade ou muito menos “ficam” com os coleguinhas da escola e vizinhos como se fossem adolescentes. E mães de crianças com cinco anos levam um susto quando pegam as filhas beijando uma amiguinha na boca durante uma brincadeira quando as bonecas Barbie namorando já não é suficiente.
- Pai nem sempre é homem, nem toda mãe é mulher
A indústria de brinquedos, roupas e cosméticos investe na “adultização” da infância e o mercado publicitário cresce às custas dos anos roubados das crianças. O problema é que os adultos, principalmente os pais, não percebem a gravidade do problema e caem na armadilha, estimulando o atropelo com brincadeiras que acabam incentivando os namoricos de mentirinha e conduzem a uma verdade preocupante: a erotização precoce.
Para a professora do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), Walkiria Grant, o namoro é a vivência da sexualidade, da atração pelo corpo do outro, portanto, não é assunto de criança. Apenas na adolescência, por volta dos 14 anos, o corpo sofre transformações e responde pela linguagem. Antes disso, qualquer iniciativa para erotizar as relações ou fantasias infantis deve ser evitada. O que os pais e a sociedade falam promove mudanças precoces interferindo negativamente no desenvolvimento infantil.
Meninas querem pintar as unhas cada vez mais cedo
A psicanalista adverte que as afirmações dos pais sobre namoros entre crianças funcionam como o consumo de produtos para adultos na infância. A mãe que compra um sutiã de bojo para a filha de 8 anos pode estar buscando resolver, por intermédio do corpo da criança, as dificuldades com a própria sexualidade. Em geral, cria-se um movimento de fusão entre as duas. “A filha funciona como um cabide da sexualidade da mãe. O que ela não está podendo viver na sua sexualidade? É um movimento inconsciente. Ela dá para a filha o que quer para ela”, explicou. Segundo a professora, a publicidade só convence quem tem o desejo em relação ao objeto. Por isso, o desejo de compra da mãe deve servir como um alerta para que ela busque lidar com uma verdade que é dela e não da filha.
Na avaliação de Walkiria Grant, pais que têm uma vida sexual reprimida vivem a sexualidade pelo prazer dos filhos. “Quanto mais comprometida estiver a vida sexual, mais escorregam. Os pais são o grande nó: ou impedem o adolescente de namorar ou empurram o filho para a sexualidade precoce”.
Não é porque está na moda e na mídia, que todos vão agir da mesma forma. Ela ressalta que a atitude dos pais deve ser de provocar as crianças para pensarem em outras coisas. Não se deve jogar luz, valorizar, dizendo coisas como: “O meu filho é macho, já está beijando”. As crianças precisam ser estimuladas a viver em sociedade sem foco na sexualidade e nas suas vontades.
A sexualidade vivenciada de maneira precoce e distorcida afasta a criança daquilo que é próprio da idade, como o aprendizado escolar. A criança precisa estar com a sexualidade adormecida, com o foco fora do seu próprio corpo, para poder enxergar o mundo. “Ou joga a energia para a sexualidade ou joga para o aprendizado. Mais tarde, quando já teve tempo para aprender o que é das letras e dos números, tem energia para jogar com as duas coisas. A criança focada no corpinho dela não se volta para o professor. Além de problemas de sexualidade precoce, terá mais dificuldade no aprendizado escolar.” A psicanalista adverte que a criança capta o sentimento dos pais. Mesmo sem uma palavra de aprovação, se a mãe se mostrar orgulhosa porque a filha “deu um selinho”, a prática vai se repetir.
Os pais não podem ter medo de ser careta, é necessário dizer: “Isso não é coisa de criança. Você só vai beijar e namorar quando crescer.”





Livro traz dicas para criação de filhos inspirado em fórum online

Entre os conselhos contidos na publicação estão 'seja hipócrita a respeito de palavrões' e 'os suborne em época de provas'
Um influente site britânico lançou um livro com dicas para a criação de filhos coletadas em discussões online.
O livro de 416 páginas, publicado pelo site Mumsnet, traz dezenas de "regras", que podem ser entendidas mais como dicas pouco ortodoxas e bem humoradas, distribuídas em oito capítulos.
Entre elas, estão conselhos como 'chame seu bebê da forma que você quiser', 'seja hipócrita a respeito de palavrões','se preferir o outro filho, leve esse segredo para o túmulo', 'não abdique do trabalho pelos filhos', 'deixe-os comer besteiras', 'os suborne em época de provas' e 'nunca compre um hamster'.
"O objetivo do livro é ajudar você a se tornar o pai ou mãe que seria se tivesse praticado antes com outros dois ou três filhos", disse à BBC Justine Roberts, uma das autoras do livro The Mumsnet Rules (As Regras de Mumsnet, em tradução livre, sem previsão de lançamento no Brasil).
Pais de primeira viagem
A própria autora explica, quando perguntada como conseguiu ser bem-sucedida profissionalmente enquanto criava quatro filhos, que aprendeu "a aceitar o erro, a imperfeição" ao mesmo tempo em que seguia "tentando fazer seu melhor".
"Pais, especialmente os de primeira viagem, tendem a ser muito perfeccionistas e nós queremos mostrar que é possível ver o lado engraçado, se divertir com as coisas ridículas que fazemos", afirma Justine. "Ter o tipo de sabedoria que só vem com a experiência. Resumindo: relaxar um pouco e ser mais confiante."
Roberts e a coautora, Natasha Joffre, dizem que, ao analisar centenas de diferentes opiniões, chegaram a alguns consensos, especialmente em relação aos temas mais sérios.
Mesmo assim, Justine diz que quando uma das filhas leu o livro caiu na gargalhada, dizendo que "o oposto de cada uma das regras se aplicaria à nossa família".
"É um pouco irônico que o livro tenha 'regras' no título já que uma das regras é não seguir cegamente os manuais", diz ela.
O site foi criado no ano 2000 por duas mães, a jornalista Justine Roberts e Carrie Longton, que trabalhava como produtora de TV.
Hoje, Mumsnet conta com mais de 50 funcionários e 1,5 milhão de membros que participam mensalmente dos fóruns de discussão.
Considerada uma das redes sociais britânicas mais relevantes, a Mumsnet se transformou em uma força política no país.
No aniversário de 10 anos do site foi atendido pelo então primeiro-ministro do país, Gordon Brown, que o classificou de "uma das grandes instituições britânicas
A imprensa britânica apelidou o pleito geral do ano passado de "Eleições da Mumsnet", por que políticos acreditavam que o voto das mães seria decisivo.



domingo, 19 de junho de 2011

Elas fazem arte apesar da dor da artrite

Por trás da rigidez que afeta as mãos, a leveza das pinturas, cerâmicas e bordados
A dor dita o tempo e o traço de Cândida Villela Cruz, 59 anos. Ela que descobriu o talento para os desenhos quase que por acaso, precisou de sete anos para encontrar um método de voltar a usar as mãos nos rabiscos, que sempre deram sustento e prazer.
A história de mulheres que fazem arte apesar da artrite. Na foto, o desenho da ilustradora científica Candida Villela Cruz, artrítica há 26 anos
“Aprendi a respeitar meu corpo. Trabalho até a dor nas mãos não deixar mais eu continuar. Daí paro, respiro, alongo e volto a desenhar. Feliz e realizada”, afirma Cândida que há 26 anos convive com a artrite reumatóide, doença que afeta cerca de 600 mil brasileiros, enrijece mãos e pés (especialmente) e, sem tratamento adequado, condena os portadores à dor extrema e à limitação de movimentos.
O diagnóstico deste problema de saúde ainda traz dúvidas, receios e preconceitos. Mas a doença também pode abrir possibilidades. Como uma das formas de terapia é o desenvolvimento de trabalhos manuais, após a artrite, alguns se descobrem artistas. Ou simplesmente aprendem que não precisam abandonar seus dons por causa dela.
Foi o caso de Cândida, Amélia Kayo, 62 anos e Taieco Honda, 64 anos. A rigidez que cruzou o caminho das mãos destas senhoras, quando elas ainda eram jovens, não as impediu de hoje ter leveza para desenhar, pintar, fazer cerâmicas e bordados.
“E olha que durante muitos anos eu não consegui nem tomar banho sozinha”, lembra Amélia que arrumou meia hora para a entrevista, já que além de terminar o ponto de cruz de uma toalha, ainda tinha hidroginástica para fazer, almoço do marido para deixar pronto e buscar a neta na escola.
A doença
“Artrite reumatóide é uma das 120 doenças reumáticas que existem. Ela é caracterizada pela inflamação das articulações e os sintomas principais são dores, em especial nas juntas, que persistem por mais de seis semanas”, explica o presidente da Sociedade Brasileira de Reumatismo, Geraldo da Rocha Castelar.
Um dos mitos mais perigosos da artrite reumatóide é que ela ainda é associada à terceira idade. O fato é que a maior parte, afirma Castelar, adoece antes dos 45 anos (as mulheres também são maioria dos casos, por razões desconhecidas pela ciência). Por isso, as pessoas podem prolongar o sofrimento até chegar ao diagnóstico correto e ao tratamento eficaz.
“A demora em procurar ajuda compromete a cartilagem e ossos, o que diminui o leque de tratamentos”, completa o presidente.
Para aumentar o diagnóstico precoce, a Sociedade Brasileira de Reumatologia diz ser preciso conscientizar os médicos de todas as especialidades para reconhecer os sintomas e fazer os encaminhamentos corretos. Outro desafio é ampliar o número de reumatologistas. “Hoje existem 2 mil reumatologistas no País. Se eles cuidarem só de artrite reumatóide, terão de dar conta de 300 pacientes cada”, diz o presidente.
“Sem contar que a doença abriga uma população diversa e miscigenada. Cada uma delas terá benefícios diferentes com os tratamentos disponíveis”, completa Geraldo da Rocha Castelar ao traçar que também é preciso, via ajuda individualizada, aumentar as chances dos portadores de encontrar a medicação mais adequada.
Os remédios disponíveis são caros (custos mensais que variam entre R$ 300 e chegam a R$ 6 mil), mas uma parte significativa deles distribuídos gratuitamente na rede pública, após um cadastro no programa de medicamentos de alto custo do governo federal.
Medo da dor
Após encontrar as drogas mais adequadas, o portador de artrite reumatóide pode amenizar as dolorosas sequelas da artrite, mas por vezes é preciso ajuda para este primeiro passo.
Enfrentar a dor, e parar de ter medo dela, é um processo importante da recuperação, acredita José Oswaldo de Oliveira Júnior, diretor Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (Sbed). “Muitas vezes o trabalho que precisa ser feito é de estímulo do paciente. Ele pode desistir de fazer fisioterapia ou trabalhos manuais por projetar a dor que um dia sentiu.”
Cotovelo e dedinho do pé
Taieco Honda confirma que a dor é o principal obstáculo da artrite. Há 33 anos, quando ela só tinha 31 de idade, sentiu os dedos das mãos inchados, quadro seguido por uma dor insuportável, “constante e parecida com aquela de quando você bate o dedinho do pé no canto da cama, sabe?”.
Tem dor no ombro? Fique atento!
A então datilógrafa - que dependida do tato para sobreviver - chegou a temer que a experiência dolorosa a privasse do ofício. “Mas com tratamento especializado, medicamentos e força de vontade, cumpri os 30 anos de trabalho e me aposentei”, lembra Taieco.
Engana-se que as mãos foram aposentadas também. A artrite levou à cerâmica e da argila ela hoje faz os vasos para outra paixão, as plantas. “Montei um ateliê com outros nove amigos, mas as mãos sem dor me dão mais diversão do que dinheiro.”
Também foi com cara de “fisioterapia” que Amélia Kayo, 62 anos, reencontrou o amor pelo bordado e a nova paixão pela pintura. Quando tinha 34 anos, em uma viagem com o marido, ela sentiu uma pontada no cotovelo, “aquele choque dolorido que não passa” e não conseguiu mais levantar o braço. Teve o diagnóstico de artrite reumatóide imediatamente, mas demorou mais de uma década para achar um medicamento que permitisse que ela voltasse a andar sozinha e mexer os membros superiores.
Cândida convive com a dor da artrite há anos mas aprendeu a respeitar o corpo. "Com isso não preciso abandonar as minhas paixões manuais, como o desenho e a culinária"“Fiz todos os tratamentos possíveis e imagináveis para a artrite reumatóide. Quando encontrei o remédio e o médico certo, entrei para o Grupasp (Grupo de Pacientes Artríticos de São Paulo).
Lá na entidade, as mãos artríticas de Amélia foram convidadas a pintar, voltar a costurar e fazer artesanato. “Hoje até vendo algumas peças. Tenho uma vida normal e pude voltar a cozinhar também.” Seus olhos enchem de água quando vê a família com água na boca por causa da feijoada, sua especialidade.
Aviso, não castigo
Não dá para saber se os 6.356 pacientes que foram internados por artrite reumatóide entre janeiro e abril deste ano (levantamento feito pelo iG Saúde no banco virtual do Ministério da Saúde) poderão fazer arte mesmo com as mãos doloridas pela artrite.
Mas Cândida Villela Cruz, que agora pode voltar a usufruir profissionalmente dos seus desenhos como ilustradora científica de pássaros e plantas, ensina que superar a dor é criar alternativas. “Eu ainda não me livrei dos episódios doloridos, mas caso a minha mão esteja doendo, uso as pernas e todas as outras partes do corpo, nas milhares de atividades que descobri após a doença.”
O médico Geraldo Castelar alerta que dor não é castigo e, sim, um aviso do organismo que aquela atividade precisa ser suspensa, ainda que momentaneamente, ou feita de outra maneira. “Com apoio especializado, o trabalho com as mãos pode ser terapêutico para o corpo e também cabeça.”



Pais e portadores de doença rara sofrem com falta de conhecimento




Fraturas nos ossos de portadores da osteogênese imperfeita são confundidas com agressão e diagnóstico muitas vezes é equivocado
Em uma noite fria de julho de 1997 a comerciante F. e seu marido J. levaram o filho B., então com cinco anos, ao pronto socorro de um hospital em Curitiba para tratar de uma fratura no braço.
Portadores contam como lidam com a doença
Duas horas depois o casal estava no plantão de uma delegacia de polícia, sob acusação de maus tratos, tentando explicar para a delegada que a fratura da criança não foi provocada por espancamento.
B. sofre de uma doença rara, a osteogênese imperfeita, também conhecida como síndrome dos ossos de cristal, cuja principal característica é tornar os ossos frágeis a ponto de quebrá-los com um simples aperto de mão.
"Como se não bastasse toda a preocupação com meu filho, que àquela altura da vida já tinha sofrido umas 30 fraturas, tive que passar pela humilhação de ser levada a uma delegacia, ameaçada de prisão e de perder a posse de B. Tudo porque ninguém naquele hospital sequer tinha ouvido falar na doença dele", disse F., que concordou em contar sua história sob a condição de que os nomes da família fossem mantidos em sigilo.
A ignorância e falta de conhecimento estão entre as maiores dificuldades enfrentadas no Brasil pelos portadores da osteogênese imperfeita (OI), doença hereditária provocada pela falta ou má qualidade de colágeno no organismo e que atinge uma em cada 21 mil pessoas em todo o mundo.
Nos casos mais leves, a falta do colágeno provoca uma deficiência na estrutura óssea que torna o esqueleto frágil e quebradiço, causando dificuldades de locomoção, insuficiência pulmonar e perda de audição. Nos mais graves os ossos ficam tão frágeis que as crianças não resistem às contrações uterinas da mãe e morrem no parto.
Casos como o de F. estão longe de ser uma exceção. "É muito comum acontecer de pais de crianças com OI serem confundidos com agressores, pois a forma e a sequência das fraturas são muito parecidas com as provocadas por agressões", explicou o orotpedista Cláudio Santili, coordenador do centro de referência em OI da Santa Casa de São Paulo, considerado o maior especialista na doença do Brasil.
A terapeuta ocupacional Danielle Cotrim Garros
Segundo a terapeuta ocupacional Danielle Cotrim Garros, um estudo feito com 263 crianças com suspeita de espancamento mostrou que, do total, 248 eram vítimas de agressões, nove não tiveram as causas das fraturas identificadas e seis (2,2%) eram portadoras de OI. O número é muito maior do que a média mundial de incidência, 0,004%.
A assistente social Sônia Regina Oliveira Costa
A falta de informação sobre a OI no País fez com que Sônia Regina Oliveira Costa , autora de uma tese acadêmica sobre a doença, propusesse a criação de uma carteira de identificação para os portadores da síndrome.
Embora atualmente a OI possa ser facilmente diagnosticada ainda no exame pré-natal, a estimativa da Associação Brasileira de Osteogênese Imperfeita (Aboi) é que menos de 10% dos casos são conhecidos no Brasil. A estimativa é que existam 12 mil portadores de OI no País enquanto apenas mil foram cadastrados.
Desde 1999, quando a Aboi foi criada, o Ministério da Saúde, então sob o comando de José Serra, criou 14 centros de referência que oferecem tratamento grátis. O pamidronato dissódico, medicamento que apresenta os melhores resultados terapêuticos, foi incluído na lista de remédios genéricos e a equipe da Santa Casa liderada por Santili está na vanguarda da pesquisa científica sobre a doença.
"Falta informação. Há 12 anos não tem uma notificação no Acre. Será que não surgiu um caso lá neste tempo todo? O que está acontecendo com estas crianças? Onde eles estão morando? Quem cuida delas?", questionou a antropóloga Adriana Dias, uma das fundadoras da Aboi, ela própria vítima da falta de informação sobre a doença.
Aos 40 anos, Adriana já sofreu mais de 150 fraturas e 30 cirurgias. "Hoje sabemos que muitas cirurgias e tratamentos aos quais fui submetida estavam equivocados ou poderiam ter sido evitados. Sem elas poderia ter uma qualidade de vida muito melhor", disse ela.
Casos de erros de diagnóstico também são comuns. A farmacêutica cearense Célia Regina Vieira Bastos, portadora de OI, criou um site no qual registra dezenas de relatos de pacientes e familiares, a maioria do interior do nordeste.
Um exemplo: "Quando meu filho nasceu o médico diagnosticou como anão. Fiquei inconformada. Passei dois anos entre consultas e exames até chegar ao diagnóstico certo", disse a mãe de Adélio, 10 anos, de Quixadá (CE).
Segundo Adriana, a Aboi já chegou a registrar casos grosseiros de erros médicos. "Temos relatos até de gente que teve a perna amputada", disse ela.





Nasce o primeiro filho de Taís Araújo

A atriz deu à luz por volta do meio-dia deste sábado (18), no Rio
Nasceu o primeiro filho do casal Taís Araújo e Lázaro Ramos. O menino, que deverá se chamar João, veio ao mundo por volta do meio-dia deste sábado (18), na maternidade Perinatal, na Barra da Tijuca, Rio.
Taís e Lázaro haviam chegado à maternidade às 8h40 do sábado, em carro dirigido por ele. O veículo foi direto para a garagem subterrânea.
O casal de atores oficializou sua união - depois de sete anos de namoro - em um cartório carioca na semana passada.



Ronaldo Fraga fecha SPFW verão 2012 com Carnaval na passarela

Com coleção inspirada em Noel Rosa, Ronaldo Fraga encerrou com confetes, samba e boas roupas a temporada de moda de São Paulo
O Carnaval de Ronaldo Fraga encerrou o SPFW verão 2012
Que ele iria aprontar alguma todo mundo já desconfiava... Ronaldo Fraga é especialista em pesquisar um tema, tirar dele tudo o que pode, e levar à passarela verdadeiras aulas de moda. O anúncio de que sua inspiração era Noel Rosa só aumentou as expectativas. Pois no encerramento desta 31a edição do São Paulo Fashion Week , Ronaldo Fraga fez o que sabe de melhor: emocionou a platéia e ainda botou o povo da moda para brincar um Carnaval de antigamente, com editores, convidados e repórteres fazendo guerra de confete no meio da passarela.
O desfile começa com um sósia de Noel assumindo o microfone, para em seguida erguer as cortinas e revelar sambistas da Vila Isabel, que fariam a trilha ao vivo. Na passarela, Ronaldo se mostra firme e vestível como nunca. Os símbolos dos carnavais dos anos 30 estão todos lá, colombinas, pierrôs, em estampas ou na forma. Em preto e branco, as peças passeiam pelos macaquinhos e plissados. As transparências são sofisticadas, em saias com bordados. O perfil tão peculiar de Noel vira imagem em roupas de silhuetas mais ajustadas do que de costume. A hot pant tem babados, os vazados vêm em sobreposições, e os confetes ficam com a parte colorida, em maxipaetês. A pauta musical vira bordado em saias longas, o tule ganha bordados de roupa de colombina, em peças de uma sofisticação desprentensiosa, delicada. Ronaldo nunca foi tão possível na forma como neste verão 2012.
Para fechar, os sacos de confete dados aos convidados (tinha um em cada lugar marcado) foram a senha para um dos encerramentos de desfile mais marcantes dos últimos anos. A platéia jogando confete nas modelos, no próprio Ronaldo quando passou para os aplausos, e.... todo mundo em todo mundo, com os músicos tocando as obras primas de Noel. É assim que se faz uma coleção Carnaval. O resto é discurso...



sábado, 18 de junho de 2011

Reposição hormonal é segura em curto prazo, diz estudo

Adequada às necessidades individuais, as maiores beneficiadas do tratamento seriam mulheres entre 50 a 59 anos
A terapia de reposição hormonal, quando adequada às necessidades individuais de cada mulher, parece ser segura durante a menopausa. Os dados são de um relatório revelado na última semana, no Congresso Mundial da Menopausa, em Roma.
“A evidência é bastante convincente de que mulheres jovens e saudáveis se beneficiam do tratamento de diversas formas”, disse Roger Lobo, professor de obstetrícia e ginecologia da Universidade de Columbia, em Nova York, e membro de um grupo de trabalho que atualizou as diretrizes de reposição hormonal da Sociedade Internacional da Menopausa.
“Acho que a descoberta mais importante é que a principal indicação para a reposição hormonal são os sintomas”, disse Lobo. Ele explica que o termo “mulheres jovens” se refere à faixa etária de 50 a 59 anos, no início da menopausa.
As recomendações provavelmente ajudarão a por fim à controvérsia surgida em 2002, com base em um relatório alarmante da grande pesquisa americana Women’s Health Initiative (WHI). Tal estudo, que teve início com um ensaio de prevenção de doenças cardíacas, concluiu que a reposição hormonal não protegeu o coração, além dos riscos terem superados os benefícios na prevenção de doenças crônicas.
Mas, ao revisar a terapia de reposição hormonal e evidências adicionais, o grupo de especialistas em menopausa concluiu que este tipo de tratamento geralmente é seguro para a maioria das mulheres que se encontram na menopausa.
Além disso, ao aliviar sintomas incômodos da menopausa, como ondas de calor e secura vaginal, Lobo diz que a reposição hormonal melhora a qualidade de vida e a sexualidade. Os autores ressaltam que o tratamento também pode ajudar a evitar a osteoporose e o câncer de cólon.
“E, nestas mulheres com menos de 60 anos, realmente existem evidências de benefícios também ao coração”, disse Lobo.
Como a reposição hormonal é um tratamento altamente individualizado, os autores dizem que a decisão da mulher de dar início ou de continuar o tratamento deve ser discutida com o médico.
A menopausa, o medo e o câncer de mama
As recomendações atualizadas, publicadas no periódico Climacteric, também encorajam as mulheres em terapia de reposição hormonal a revisar a decisão a cada ano juntamente com o médico, interrompendo a mesma ocasionalmente para verificar se os sintomas retornam. Recomenda-se a utilização em curto prazo, somente durante o período necessário para alívio dos sintomas, e na dosagem mais baixa possível.
Uma das razões para a reversão é que a idade média das participantes do estudo anterior era de 63 anos, que é geralmente após o final dos sintomas e também um momento incomum para iniciar a reposição hormonal.
“A reposição hormonal ainda é o tratamento mais eficaz para os sintomas vasomotores (como as ondas de calor) e para a atrofia urogenital (incluindo a secura vaginal)”, informa o relatório.
“Outras queixas em relação à menopausa, como dores musculares e nas articulações, alterações de humor, distúrbios de sono e disfunção sexual (como a redução de libido) podem apresentar melhoras durante a reposição hormonal”, complementaram os autores.
Outras descobertas
Possíveis riscos e efeitos colaterais aumentam com a idade, dizem os especialistas. Por isso, muitos anos após o final da menopausa as mulheres devem ser especialmente cautelosas, mesmo que para muitas delas a terapia hormonal em longo prazo possa ser segura, diz Lobo.
A reposição hormonal combinada, incluindo estrógeno e progesterona, aumenta levemente o risco de câncer de mama. Mulheres com histórico familiar da doença não deveriam fazer o tratamento.
Mulheres acima dos 60 anos, que sofrem um risco maior de AVC com a reposição hormonal, podem considerar o uso do patch hormonal transdérmico, que não está associado a riscos elevados de AVC.
Mulheres que já passaram por uma histerectomia podem se beneficiar da reposição hormonal com a redução do risco de doenças cardíacas.
Elizabeth Poynor, ginecologista oncologista do Lenox Hill Hospital, de Nova York, que está familiarizada com o estudo, da sua opinião favorável ao mesmo: “Estamos fechando o círculo em relação à reposição hormonal. Estamos percebendo que, para algumas mulheres, ela realmente traz benéficos. No início, o tratamento era prescrito para todas as mulheres, depois passamos a não mais indicá-lo (após as descobertas de 2002) e agora chegamos à individualização, que é a forma correta de utilizá-lo”.
Ela complementa: “A reposição hormonal definitivamente não é um tratamento padrão, por isso gostei dos resultados deste estudo”. A Sociedade Internacional da Menopausa financiou o estudo e não recebeu recursos de fontes externas.




Galãs maduros e “com pegada” ainda arrancam suspiros das mulheres





Elas falam do charme inigualável de José Mayer, Antônio Fagundes entre outros atores veteranos
Os cabelos já estão grisalhos ou até brancos, as rugas se espalham pelo rosto sem cerimônia e a barriguinha saliente não consegue mais ser escondida. Mesmo assim, os galãs maduros continuam reinando no coração das mulheres.
É só pegar as últimas novelas do horário nobre da Rede Globo e analisar. Em “Viver a Vida”, José Mayer viveu Marcos, um conquistador incorrigível. Na sequência, em “Passione”, foi a vez de Tony Ramos ganhar destaque com o simples e romântico Totó. E atualmente, no ar em “Insensato Coração”, Antônio Fagundes é o protetor Raul, um homem maduro e charmoso que roubou a mocinha dos braços de Lázaro Ramos.
Qual jovem ator poderia substituir Antônio Fagundes, Fábio Júnior, José Mayer, Tony Ramos e Tarcísio Meira? Talvez nenhum. Há quem diga que os veteranos têm um charme pouco provável de ser encontrado nos garotões.
Quando perguntada sobre o seu galã favorito, a dentista paulistana Harly Tucci, 58 anos, dá um suspiro, abre um sorriso e diz sem pestanejar: “José Mayer”. Empolgada, ela explica: “Ele é um homem que eu gostaria de ter, que todas as mulheres gostariam de ter. Ele mexe com os hormônios da gente, com a libido. Eu sairia com ele na hora que ele quisesse”, conta com entusiasmo.
A dentista lembra que começou a gostar de Mayer a partir da novela “A Gata Comeu”, exibida pela Globo em 1985. “A profundidade do olhar já dizia tudo”, recorda Harly. Para ela, entre os jovens galãs atuais, apenas Rodrigo Santoro se aproxima do estilo dos veteranos. “Os meninos mais novos são muito arrumadinhos. O galã não precisa ser lindo, mas tem que ser viril e um pouco rústico, com cara de macho”, ressalta.
Paula Teixeira nem chegou aos trinta, mas apesar disso, a mineira de Belo Horizonte, 26 anos, concorda com Harly. “O José Mayer não é um homem bonito no conceito tradicional. Seu charme está na voz e no jeito de andar, de agarrar as atrizes”, explica. Ela conta que se apaixonou por Mayer ainda muito jovem, com 11 anos, durante a exibição da novela “A Indomada”, em 1997. “O personagem dele era forte, bom caráter e muito charmoso".
Atualmente no ar pela novela “Insensato Coração”, da Rede Globo, Antônio Fagundes é o preferido da administradora de empresas Rubia Bacchetti Sammarco, 59 anos. “Ele continua com a pegada que tinha antigamente. A voz, a pegada, a forma como ele olha... Continua com uma voz máscula”, descreve a paulistana, elencando os atributos do astro que na trama namora uma mulher pelo menos vinte anos mais jovem – e bota “pelo menos” nisso!
O cantor e ator Fábio Junior também cativa Rubia. “O Fábio encanta pelo jeito de moleque", ela diz. Moleque? Mas ele tem 57 anos! “Ah, é aquele olhar meigo e brincalhão”, define. Entre os galãs jovens, a administradora não vê nenhum substituto para os veteranos, mas considera esse um movimento natural. “As mulheres de hoje não procuram tanto o homem provedor, machão e protetor. Os meninos de hoje são metrossexuais. Os rapazes daquela época tinham outra postura, menos preocupação com a beleza e estética”, opina.
Para Edilamar Galvão, doutora em comunicação e professora de Radio e TV da FAAP de São Paulo, o sucesso desses galãs maduros entre as mulheres se deve muito aos personagens que eles interpretam ao longo de suas carreiras.
“Esses atores construíram uma carreira com personagens dominadores, fortes e viris”, pontua a acadêmica. “Talvez isso explique o sucesso entre as mulheres, especialmente as que estão acima dos 30 anos, que tendem a buscar homens emocionalmente mais estáveis, sem tantos conflitos comuns aos mais jovens”, completa.
Mas até quando esses veteranos serão galãs? Harly tem a resposta na ponta da língua: “Para sempre, aos 80 anos vão fazer vovozinhos charmosos que encantam todas as mulheres”. Rubia concorda e diz: “Não importa a barriguinha ou o cabelo rareando, eles sempre farão sucesso”.



Reconhecer emoções dos outros é mais difícil para quem usa botox

Limitação da expressão das próprias emoções atrapalha na hora da empatia, diz novo estudo norte-americano
Não é novidade que pode ser difícil saber o que os usuários de botox estão sentindo. Mas, aparentemente, aqueles com os rostos paralisados têm pouca ideia do que os outros estão sentido também. Não, injeções de toxina botulínica, até onde se sabe, não afetam o cérebro. Mas, de acordo com um novo estudo, pessoas que usam toxina botulínica são fisicamente incapazes de reproduzir as emoções alheias, e isso acaba afetando sua habilidade de também compreender aqueles sentimentos.
A idéia da pesquisa assinada pelo professor-assistente de psicologia da University of Southern California David T. Neal, e Tanya L. Chartrand, professora de marketing e psicologia da Duke University Fuqua School of Businesspartiu de um estudo realizado nos anos 1980, que descobriu que homens e mulheres juntos há muito tempo começavam a ficar parecidos uns com os outros, especialmente se o casamento era feliz. “Então pensamos: o que vai acontecer agora que existe o botox?”, diz Neal.
De acordo com a teoria do estudo, nós inconscientemente imitamos as expressões de nossos interlocutores, e essa repetição então geral um sinal que vai do que o rosto expressa para seu cérebro. Finalmente, este sinal permite que o ouvinte entenda o que a outra pessoa sente ou quer dizer.
Embora os dois primeiros passos deste processo tenham sido estabelecidos em pesquisas anteriores, ainda não era claro se a repetição das expressões faciais realmente ajudava as pessoas a fazerem julgamentos melhores sobre as emoções dos outros. Daí a importância do usuário de botox, um novo espécie de laboratório. E, como grupo de controle, foram usados pacientes com Restylane, um produto para preenchimento que não altera as funções musculares.
Pets "viram gente" para dono conseguir expressar sentimentos
Em uma das experiências, mulheres que tinham recebido injeções de toxina botulínica nas duas semanas anteriores receberam uma oferta de 200 dólares para ligar fotografias de olhos a uma lista de emoções. O grupo de controle recebeu a mesma tarefa. As usuárias de botox foram significativamente menos eficazes em decodificar tanto expressões positivas quanto negativas do que aqueles que tinham feito preenchimento.
Uma segunda experiência do mesmo estudo descobriu que pessoas com expressões amplas são melhores ao decifrar emoções. Participantes receberam uma aplicação de gel no rosto que os obrigava a fazer mais força para criar expressões de emoção, e foram mais bem-sucedidos para identificar as emoções dos outros.



sexta-feira, 17 de junho de 2011

Ivan Lessa: Eu, psicopata


Autor de livro defende que psicopatas dominam e vão continuar moldando o mundoJon Ronson é um jornalista e escritor que só se pode classificar de “figurinha difícil”. Ele vai onde os outros de sua profissão não vão. Bizarro, idiossincrático, suas pautas, suas agendas, o que lhe interessa, enfim, é aquilo para o qual a maior parte de seus colegas profissionais não dá pelota.
Jon Ronson, de 44 anos, dá bola. E muita. Tem vários livros e documentários de televisão na bagagem profissional. Um virou até filme que vocês devem conhecer. É aquele "Os homens que encaravam cabras", com o George Clooney tentando fazer humor e mantendo a um mínimo suas boquinhas e seus olhos úmidos enternecidos viradinhos para nós e a câmera.
Jon Ronson publicou este ano um livro que deu bastante o que falar. Seu título que aqui traduzo (e recomendo uma tradução decente no Brasil) é "O Teste do Psicopata". Vamos deixar claro, antes de mais nada, que não se trata de um teste para os psicopatas responderem, mas, se quiserem, nada os impede, aliás nada deve impedir ou ficar no caminho de um psicopata na acepção rigorosa do termo.
Jon Ronson ouviu um galo diferente cantar: que os psicopatas não são bem aquilo que os livros, filmes e séries policiais de TV nos ensinaram. Na verdade, e esse o argumento central de seu livro, os psicopatas são os verdadeiros donos do mundo em que vivemos. Sem matar ou esfolar.
Ele enfileira dados fascinantes (Ronson bate perna para completar seus escritos). Apenas um por cento da população mundial é composta de psicopatas (ou ao menos com tendências psicopatas) tal como a gente aprendeu no colégio. E esse, em geral, é um professor de matemática, feito desses de filme sueco dos anos 50.
Quarenta e cinco por cento dos psicopatas são líderes nos mundos dos negócios e da política. A psicopatia, argumenta Ronson, e vai adiantando dados, moldou, molda e continuará moldando o mundo que vivemos. Os psicopatas de cartola e casaca, digamos assim. Nada a ver com Hitler ou Jack o Estripador. Aquele camaradinha que está nas colunas sociais e nas páginas ditas nobres dos órgãos de comunicação.
Jon Ronson narra como, por volta dos anos 60, um jovem psiquiatra canadense, Elliott Barker, chegou à conclusão de que tinha matado a charada da psicopatia. Depois de visitar algumas dezenas de clínicas terapêuticas pelo mundo inteiro, Barker “deduziu” que a maior parte das pessoas oculta sua considerável camada psicopata sob um aspecto exterior da maior naturalidade, ou, se preferirmos, no máximo com uma neurazinha, que essas todos nós a temos.
Um pesquisador forneceu material precioso para o preciosista Jon Ronson: o pesquisador Robert Hare, autor de um questionário que objetiva dar nosso índice de psicopatia. Sim, parece coisa de revista ou suplemento de jornal, mas a coisa é séria e levada a sério por quem é do ramo. Passando os olhos no tal questionário, sem ter nada de melhor a fazer, coisa comum para mim, fui botando um “x” nos quesitos enumerados.
Não entrarei em muitos detalhes, para não devassar minha intimidade nem assustar aquelas pobres almas que ainda me toleram por uma ou duas horas por semana. Vou logo esclarecendo que a psicopatia, em seus dois conceitos, não tem solução. É pastar com o resto do rebanho ou dar um tiro (no bom sentido) na praça mais que pública da política e dos negócios.
São 20 as perguntas do questionário. Dou uma pala de apenas qualquer coisa como lá pela metade das questões que respondi no afirmativo. O teste quer saber se eu sou metido a besta. Sim, senhor, sou sim, e já fui mais. Sim de novo, também achava que eu tinha um certo charme, que o teste, safado, insiste em chamar de “superficial” (superficial é os tinfas, “seu” teste).
E, na corrida, alinhavo outras perguntas que eu, como bom psicopata que sou respondi sem mentir (sabiam que o psicopata de Robert Hare não mente? Acredita piamente em tudo que diz): é, o tédio me faz companhia constante; sim, preciso muito ser estimulado; não posso negar que a verdade, total, nunca foi de minha intimidade, eu costumava “exagerar” um pouquinho, digamos assim; batata, sou brutal em minhas respostas: difícil eu me sentir culpado de uma coisa ou ter remorsos de outra, culpo sempre quem estiver mais à mão dando sopa; sempre fui impulsivo; e prossigo: a irresponsabilidade foi minha companheira fiel durante décadas, uma espécie de violão de estimação; mais: nunca assumi responsabilidade pelos meus atos, não importa sua natureza, pois não sou trouxa.
Pronto. Sinto-me despido. Mas meio em paz comigo mesmo, que já não era sem tempo. Posso não ter matado ninguém nem ter enriquecido ou sido eleito deputado (o que dá na mesma, confere?), mas a confissão me lava a alma, corta meu cabelo, as unhas das mãos e dos pés. Eu também, irmãos, como quase todos nós, sou um psicopata.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Hugh Hefner se vinga de noiva que o abandonou na capa da Playboy

Fundador da publicação ordenou que colasse adesivo na revista: "noiva em fuga"Por essa Crystal Harris não esperava. Após desistir do casamento com Hugh Hefner, fundador da Playboy, a coelhinha e estrela da edição deste mês da publicação, teve uma surpresa quando a revista foi lançada.
Na capa em que aparece semi-nua, um adesivo com a mensagem “Runaway Bride in this issue" (Noiva em fuga nesta edição). Harris cancelou o casamento cinco dias antes da cerimônia.
A revista já estava pronta e tinha a seguinte chamada: America's Princess: Introducing Mrs. Crystal Hefner (Princesa americana: apresentando a senhora Crystal Hefner).



Marido é acusado de assédio por expor na internet caso de esposa com chefe

Advogados acreditam que caso pode ajudar a definir os limites da livre expressão na internet
Um marido traído foi acusado, na Grã-Bretanha, de assediar o ex-amante da esposa divulgando detalhes do caso dos dois usando twitter, blogs e vídeos online. O bombeiro hidráulico e empresário Ian Puddick, de 41 anos, descobriu que sua esposa, Leena Puddick, mantinha um romance com seu então chefe, Timothy Haynes, após ler uma mensagem de texto em seu telefone celular em 2009.
O bombeiro hidráulico e empresário Ian Puddick, que é acusado de usar a internet para assediar o ex-amante de sua esposa
Puddick teria se vingado telefonando para amigos e colegas de trabalho de Haynes e publicando detalhes tórridos do romance na internet. "Acho que a maior parte do país - graças à internet - sabe que tive um caso", disse Haynes, que teria perdido o emprego por causa do relacionamento com Leena.
Haynes, que também é casado, disse ao tribunal que ele e a esposa precisaram de terapia depois do "constrangimento e vergonha" a que foram expostos. Puddick foi acusado de assédio, e o caso está sendo julgado em um tribunal em Londres.
'Assédio'
O caso teria começado em 2002, depois que Haynes e Leena, que era sua assistente pessoal, mantiveram relações sexuais em uma festa de Natal do escritório. O tribunal ouviu detalhes de e-mails e mensagens íntimas que Haynes mandou a ela durante os anos em que mantiveram o romance.
O advogado de Puddick descreveu Haynes como "desonesto" e disse que ele "sofreu o mesmo grau de assédio que um ladrão que é pego pela polícia", mas Haynes alegou que sua vida foi seriamente afetada pela campanha de Puddick.
"Todos os meios, inclusive Twitter, foram usados para produzir informações sobre mim e o caso. Tudo isso está causando angústia e preocupação à minha mulher. Estamos muito nervosos, dada a natureza explícita do website, pelo fato de que crianças podem ter acesso a ele", disse.
Polícia
Haynes fez uma primeira reclamação à polícia em 2009, após receber mensagens e telefonemas, mas abandonou o caso em uma suposta tentativa de deixar o incidente para trás. Ele voltou a procurar a polícia em 2010, depois que Ian Puddick criou websites com detalhes do romance.
Os Puddick estão agora juntos novamente, enquanto a esposa de Haynes, Annja, ficou ao lado do marido o tempo todo. A batalha legal está sendo vista por advogados como um caso que pode ajudar a definir os limites da livre expressão na internet.



quarta-feira, 15 de junho de 2011

De moedas a broches: como evitar que as crianças engulam objetos?








Pais não devem deixar objetos pequenos ao alcance das crianças. Cuidados com substâncias químicas devem ser maiores aindaSair correndo para tirar alguma coisa que o filho inocentemente coloca na boca é uma atitude que a maioria dos pais já deve ter tomado. Principalmente durante a fase oral dos pequenos, que, segundo Alessandra Cavalcante, pediatra do Hospital e Maternidade São Luiz, em São Paulo, acontece aproximadamente até os dois anos de idade. “É quando a criança quer conhecer o mundo pela boca”, diz. Porém, nada impede que as crianças mais velhas coloquem objetos estranhos na boca e, sem querer, os engulam. Os donos de moedas deixadas por aí que o digam.
É comum que, aproximadamente até os cinco anos de idade, este tipo de situação ocorra. Segundo Cavalcante, os culpados são a fase oral e a peraltice da criançada: “Algumas crianças têm mania de colocar tudo na boca mais do que outras, então os pais precisam ficar ainda mais atentos”. As moedas são as mais fáceis de irem goela abaixo pela facilidade de serem encontradas, mas existem outros objetos mais perigosos que merecem também toda a atenção dos pais, de pregos a baterias de controle remoto.
Bottom com imagem do cantor Mick Jagger - Foto: Geraldo Bubniak/Fotoarena1/13
De acordo com Mario Vieira, chefe do Serviço de Gastroenterologia Pediátrica do Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba, os pais devem prevenir este tipo de acontecimento e enfatizarem aos filhos de forma educativa, desde bem pequenos, que não devem colocar objetos estranhos na boca. “Mas, acima disso, é preciso ter o máximo de cuidado para que os objetos não estejam acessíveis para as crianças”, afirma.
Pequenos e perigosos
Objetos de aproximadamente dois centímetros, por exemplo, não devem ser deixados ao alcance dos pequenos, como em prateleiras baixas. Mas é preciso estar atento mesmo assim e os pais devem ter muito cuidado com os brinquedos deixados nas mãos dos filhos: eles devem sempre estar ligados às indicações de faixa etária. Mesmo estando de acordo com a faixa etária é preciso checar se não tem nenhuma peça pequena que possa se soltar.
Durante anos Vieira guardou objetos, já retirados de dentro das crianças (veja galeria acima), e até mesmo um pingente com a bandeira do Brasil faz parte da coleção, entre outros objetos, cortantes ou não. “São coisas que foram retiradas após terem sido engolidas, mas existem casos em que os objetos vão parar na via respiratória e irem para o pulmão, o que torna a remoção mais difícil. Também, em alguns casos, a ingestão de objetos pode até levar à morte imediata”, explica o especialista.
Mario Vieira ressalta a atenção que os pais devem ter com produtos com soda cáustica, como desentupidores de pia e limpadores de fogão. Este tipo de substância queima gravemente o aparelho digestivo.
As baterias existentes em relógios, controles-remotos e até mesmo nos tênis infantis com luzes que piscam ao mesmo tempo em que a criança pisa no chão, também podem causar o mesmo acidente. “Estas baterias soltam um líquido muito lesivo para a mucosa do aparelho digestivo, uma substância cáustica que pode levar à queimadura do esôfago”, diz Vieira. Portanto, por mais inofensivos que alguns objetos pareçam, não é aconselhável deixá-los espalhados pela casa ao alcance dos pequenos.
O especialista do Hospital Pequeno Príncipe conta que os pais devem evitar deixar os filhos na cozinha enquanto não estiverem sob observação de um adulto. “Lugar de criança não é na cozinha nem na área de serviço”, diz. E mesmo evitando que a criança ponha o pé neste lado da casa, Vieira indica que os produtos devem estar guardados à chave ou em armários altos.
Soluções simples evitam problemas com crianças em condomínios
Cadê aquele broche que estava aqui? A pediatra do Hospital São Luiz também lembra que deixar bolsas abertas e enfeites muito pequenos em casa podem atrair a curiosidade das crianças. Para a pediatra Anna Julia Sapienza, do Hospital Infantil Sabará, em São Paulo, os pais devem estar também atentos aos brinquedos de irmãos mais velhos perto dos irmãos mais novos. Mas então fica a dúvida: como saber se a criança engoliu algum objeto caso nenhum adulto tenha visto?
Segundo Vieira, existem sintomas que podem surgir caso a criança tenha engolido algum objeto estranho sem ninguém ter visto. São eles: recusa alimentar, vômitos com facilidade e excesso de salivação. “Muitos pais testemunham a ingestão, outros não. Temos casos que os pais levam o filho ao médico por conta de algum outro problema e descobrem uma moeda no esôfago com a ajuda de um raio-X”, diz.
Para Sapienza, se o responsável tiver visto a criança engolir qualquer objeto sólido, o indicado é levar ao hospital mais próximo. Ainda, lembra: “Se a criança estiver chorando ou com tosse, não devem ser feitas manobras de desobstrução como tapas nas costas ou pressão na barriga, ou tentativas de pescar o objeto da boca às cegas. Estas manobras só podem ser tomadas por pessoas treinadas em primeiros-socorros que possam reconhecer a obstrução total”. Caso a obstrução total aconteça, a criança não irá chorar e nem tossir, mas a ajuda deve ser buscada imediatamente, já que ela pode não estar conseguindo respirar.
Ele afirma que, felizmente, na maioria dos casos o objeto pode ser eliminado naturalmente, mas os pais não devem contar com isso. Levar ao pronto-socorro, caso a ingestão acidental aconteça, é o mais prudente.