terça-feira, 21 de junho de 2011

Casamento e crianças: uma combinação polêmica

A marcação “senhor e senhora” no convite indica que os filhos não foram convidados. Noivos podem optar por festa sem crianças?
Quando o professor universitário Pedro Paulo recebeu o convite do casamento de sua prima, não imaginou que o filho não havia sido incluído na lista de convidados. Na época, o menino tinha dois anos. “Liguei para a minha tia e enquanto conversávamos sobre o casamento falei para ela que tinha que ver a roupa do meu filho. Ela me disse que achava que eu não poderia levá-lo”, conta Pedro. Dito e feito.
Acontecimentos como este são mais comuns do que se imagina. Cada vez mais noivos optam por uma festa sem crianças. Segundo a consultora de casamentos Márcia Possik, os noivos não estão errados em fazer isso, uma vez que, em sua opinião, casamento não é evento para crianças. “O que uma criança de cinco ou seis anos vai fazer na rua, acordada até de madrugada, num local com o som alto? Não é um ambiente para crianças. Elas não estão erradas por chorar ou querer ir embora”, diz Márcia.
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Na opinião de Fátima Leonhardt, assessora e organizadora de casamentos, crianças podem se acidentar em certos ambientes da festa. Ela conta que já aconteceu de uma garotinha queimar gravemente o dedo em uma das velas de decoração da mesa em um dos eventos que organizou. “É correto levar criança em casamento? Não. Não é chique. É muito chato para a criança, não é programa para ela. A comida, por exemplo, é servida muito tarde. Os pais também não aproveitam, ou seja, não é legal para ninguém”, atesta a assessora.
Há quem tenha uma visão bastante diferente. De acordo com Cláudia Matarazzo, cerimonialista e autora do livro “Casamento sem frescura” (Editora Melhoramentos), um casamento é a celebração da família e, por isso, deve sim ter crianças. “Casamento é uma festa familiar. Não tem razão para barrar crianças. Elas gostam deste tipo de festa. Adoram ver a noiva. Eu acho que as pessoas complicam muito e acabam perdendo a essência desta comemoração”, comenta a cerimonialista.
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“Um casamento pela religião católica ou outra religião é um encontro em que você mostra o seu enlace para a família e sociedade. Barrar um filho nessa cerimônia é uma coisa constrangedora”, comenta Pedro, que optou por não ir à festa de casamento de sua prima. “A festa tem que ter a família toda. E em uma família têm priminhos, primões, tia velhinha. Todo mundo deve participar”, diz Cláudia.
Senhor e senhora
“Se no convite está escrito apenas ‘senhor e senhora’, já está implícito que não pode levar criança na festa”, diz Fátima Leonhardt.
Pedro conta que o convite que recebeu estava escrito “senhor e senhora”, mas que mesmo assim não entendeu tal marcação, afinal, acreditava que se tratava de um evento para a família. Márcia explica que a confusão é comum, porém passível de se tornar uma gafe: os pais acabam levando pessoas que não foram convidadas e não fazem parte do planejamento da festa.
Márcia Possik diz que a marcação “Senhor e senhora” no convite deve ser respeitada por motivos de etiqueta e, até mesmo, financeiros e operacionais. “Mesmo pequenas, é preciso ter um assento para crianças. Cada buffet tem um critério de idade: alguns começam a cobrar por pessoa a partir de sete anos e pode ser que no orçamento dos noivos não tenha espaço para todas as crianças”, comenta.
Apesar de ser a favor de crianças na festa e não indicar tal atitude, Cláudia Matarazzo diz que os noivos têm o direito de escolher quem convidar para sua festa e pedir para os convidados que não levem seus filhos.



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