SLEEVE: uma alternativa menos agressiva
Boa notícia para os obesos: nova técnica de cirurgia bariátrica pode fazer emagrecer com menos riscos e menos sacrifício.
Para as pessoas realmente obesas, as opções são duras: enfrentar a variedade de doenças quase sempre associadas a quem está várias dezenas de quilos acima do peso desejado ou cortar, literalmente, o estômago. Chamada de cirurgia bariátrica por derivação gástrica, a operação reduz o estômago a um pedaço mínimo diretamente ligado à porção média do intestino e por ser mais complexa está sujeita, embora a poucos, riscos.
Com os avanços tecnológicos, vem sendo bem recebida como opção menos complexa uma técnica nova, a gastrectomia vertical, que tira um pedaço menor do estômago e mantém todas as suas conexões originais, sem desvios nem atalhos. Reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina em Fevereiro de 2010 esta técnica apresenta um aumento cada vez maior de adeptos.
Na versão hoje mais comum da derivação gástrica, chamada de cirurgia de Fobi-Capella, realizada em cerca de 75% dos casos, a redução chega a alcançar 95% do estômago. A pequena parte que continua funcional – situada justamente no ponto de menor elasticidade – é ligada à porção média do intestino. Por causa desse atalho, a absorção dos nutrientes diminui drasticamente. A parte isolada do estômago continua produzindo suco gástrico, que é eliminado pelas vias normais, e não precisa ser removida. Já a gastrectomia vertical não altera o caminho seguido pelos alimentos, mas elimina a porção ociosa do estômago. Essa parte, equivalente a cerca de 80% do estômago, é cortada e retirada – o que torna a cirurgia, evidentemente, irreversível.
A cirurgia pode ser feita por laparoscopia, às vezes com um corte de 2 centímetros na altura do umbigo, contra 6 da operação tradicional. O tempo de internação diminui para dois dias e a dieta é menos restritiva – e todo mundo já ouviu histórias sobre o sofrimento, e os abusos, de obesos operados que só podem comer porções de passarinho. A cirurgia bariátrica de qualquer tipo é indicada para obesos mórbidos cujo índice de massa corpórea (IMC) esteja acima de 40 ou na faixa de 35 no caso de pessoas que sofrem de doenças associadas ao peso excessivo, como diabetes ou hipertensão.
Como acontece com frequência na medicina, a eficiência da gastrectomia vertical foi descoberta por acaso. Praticada há cerca de trinta anos como parte inicial de um procedimento mais complexo recomendado principalmente em casos extremos de obesidade, a técnica foi experimentada em 2002 pelo médico canadense Michel Gagner como primeira parte de uma cirurgia bariátrica em duas fases. Mas um grande número de pacientes perdeu cerca de 70% do excesso de peso apenas com a gastrectomia, sem necessidade de passar pela segunda etapa do procedimento. Ao que tudo indica, a técnica poderá se tornar a operação mais realizada no Brasil em pouco tempo.
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