quinta-feira, 16 de abril de 2015

Divorciados têm risco maior de ataques cardíacos, diz estudo

Universidade americana observou que estresse causado por divórcio aumentou em até 24% risco de infarto em mulheres e em 10% em homens; novo casamento teve efeito positivo

Estudo aponta que risco causado por estresse com divórcio equivale ao de pressão alta e diabetes
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Estudo aponta que risco causado por estresse com divórcio equivale ao de pressão alta e diabetes
Divorciados são mais propensos a sofrer ataques cardíacos do que pessoas que permanecem casadas, segundo uma pesquisa da Universidade Duke, nos Estados Unidos.
Uma análise de 15.827 pessoas mostrou que as mulheres são as mais afetadas, e este risco quase não foi alterado mesmo depois de elas casarem novamente.
O estudo, publicado no periódico científico Circulation, avalia que estresse crônico, como o enfrentado em processos de divórcio, tem um impacto de longo prazo no organismo.
Ao longo da pesquisa, realizada entre 1992 e 2010, cerca de uma a cada três pessoas se divorciou.
Os cientistas descobriram que mulheres que passaram por um divórcio têm 24% mais chances de sofrer um ataque cardíaco do que aquelas que ficaram casadas. O risco aumentou para 77% quando a mulher tinha enfrentado mais de um divórcio.

Dor no peito: sIntoma clássico, a dor também pode irradiar-se para o lado esquerdo do corpo e ombro, além das mandíbulas. É uma dor de pressão no peito. Foto: Thinkstock/Getty Images
Náuseas ou vômitos: o infarto libera os sinais aminérgicos, que colocam a pessoa em alerta e causa dor no estômago. Foto: Thinkstock/Getty Images
Palpitações: esse sintoma às vezes acompanha um infarto, por conta das arritmias provocadas por ele. Foto: Getty Images
Falta de ar: o mau funcionamento do coração afeta os pulmões, que leva à falta de ar. Foto: Getty Images
Sudorese: esse sinal é causado pelos sinais aminérgicos, de alerta, quando uma pessoa está infartando. A sudorese sempre vem acompanhada de outros sintomas. Foto: Getty Images
Fraqueza excessiva e repentina: nem todas as pessoas que infartam tem esse sintoma, mas uma pequena porcentagem apresenta esse sinal. Foto: Getty Images
Tontura: Calvilho explica que somente algumas pessoas relatam que sentem tonturas, sempre acompanhadas por outros sinais. Foto: Getty Images
Desmaio: pessoas podem ter uma síncope, decorrente de uma arritmia ou parada cardíaca. Foto: Getty Images
Tosse seca: com os pulmões afetados por conta do infarto, a pessoa pode ter tosses. A tosse sempre é acompanhada de outros sintomas. Foto: Thinkstock/Getty Images
Ansiedade: um recente estudo canadense mostrou que, nas mulheres, o infarto também pode ser confundido com ansiedade e agitação . Foto: Getty Images
Dor no peito: sIntoma clássico, a dor também pode irradiar-se para o lado esquerdo do corpo e ombro, além das mandíbulas. É uma dor de pressão no peito. Foto: Thinkstock/Getty Images
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Entre homens, as chances aumentaram 10% após um divórcio e 30% após mais de um.
"É um risco significativo e comparável ao de ter pressão alta ou diabetes", diz a cientista Linda George, uma das autoras do estudo.
Um novo casamento teve um efeito positivo muito pequeno sobre este risco entre as mulheres, mas o eliminou entre os homens.
"Acredito que esta seja a parte mais interessante da pesquisa", avalia George.
Mas por quê?
Os pesquisadores chegaram à conclusão de que mudanças no estilo de vida, como cortes na renda, não aumentaram o risco de infarto.
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"Sabemos que o estresse psicológico pode afetar o sistema imunológico e levar a inflamações mais frequentes e um desequilíbrio hormonal", afirma George.
"Se esta função imunológica permanecer alterada por muitos anos, isso pode ter um preço para o organismo."
A pesquisadora destaca que a diferença do impacto do estresse entre homens e mulheres também é encontrada em casos de depressão e que o divórcio representa um "fardo psicológico" maior para as mulheres, apesar de não ser possível neste momento "entender o que de fato está ocorrendo".
Ao mesmo tempo, medicamentos podem reduzir o risco causado pela pressão alta, mas não há uma solução simples para a dor causada pelo divórcio.
A recomendação dos cientistas é buscar o apoio de amigos e familiares.
Para Jeremy Pearson, da British Heart Foundation, que promove estudos de males cardíacos, é sabido há algum tempo que a saúde mental pode afetar o coração.
"Mas os resultados deste estudo não são uma evidência definitiva (da ligação entre o estresse causado pelo divórcio e o maior risco de infarto). Precisamos de mais estudos antes de considerar o divórcio um fator de risco significativo para ataques cardíacos."

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