Cerca de 14% da população está desabrigada e falta água e luz; município busca doações de materiais de construção e comida
Em poucos minutos, o tornado que atingiu Xanxerê (SC) nesta segunda-feira (20) transformou parte da cidade em um "campo de batalha", comparou o prefeito Ademir José Gasparini (PSD), enquanto ainda contabilizava os danos, na tarde desta terça-feira (21).
"É uma situação indescritível. Fiz um sobrevoo na cidade, a gente vê uma cena de guerra, um campo de batalha onde não sobrou praticamente nada. Caminhões de roda para cima, carros amontoados, casas que saíram de um local e foram parar de outro lado da rua", diz Gasparini, em entrevista ao iG, por telefone. "É uma coisa assim que a gente não imaginava ver na vida."
Veja imagens da tragédia em Xanxerê
Imagem aérea mostra destruição causada pelo tornado que atingiu Xanxerê (SC) na tarde de 20.4.15. Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina
1/10
O tornado - uma espécie de funil de ventos que desce de uma nuvem de grandes dimensões e atinge o solo - ocorreu por volta das 15h e passou por seis bairros de Xanxerê. Os ventos, segundo o prefeito, chegaram a 200 km/h, o que classifica o evento na categoria 2 de uma escala de 0 a 5.
Cerca de 7 mil pessoas, ou 14% da população total da cidade, está desabrigada. O ginásio da cidade, que poderia servir de abrigo, desabou.
"Quase 3 mil residências foram atingidas e a maioria delas não foi destelhamento. Foi praticamente destruição total", afirma Gasparini. "A grande maiora [dos desabrigados] está em um vizinho, num parente perto de casa. E temos como base de apoio as escolas municipais e estaduais, com colchões e cozinha para servir alimentação e dar uma assitência", diz o prefeito.
Leia também:
Com a queda de cinco torres de energia elétrica, falta luz em toda a cidade, e o abastecimento de água também foi prejudicado. Postos de saúde, centros comunitários e escolas foram danificadas, e e as aulas tiveram de ser suspensas por tempo indeterminado.
"Precisamos que se restabeleça energia elérica. Até que isso aconteça, não temos previsão de quando poderemos voltar a uma normalidade."
Um centro de apoio foi montado no Centro de Exposições da Feira Estadual do Milho (Femi), na rua José de Miranda Ramos, 455, para receber doações, e uma conta corrente para doações em dinheiro será abertapela Prefeitura.
"O que a cidade precisa agora é de comida, roupa, água e, principalmente, de material de construção", enumera o prefeito.
Gasparini decretará situação de calamidade pública, e deve ter essa situação reconhecida pelo governo do Estado. As medidas permitem à prefeitura fazer contratações mais rapidamente e dá acesso a recursos municipais, estaduais e federais reservados para essas ocasiões. O estrago, entretanto, ainda não terminou de ser contabilizado.
"Não tem uma previsão exata [do volume de recursos financeiros que será necessário]", diz o prefeito. "A proporção do estrago é muito grande."
Nenhum comentário:
Postar um comentário