Item teve variação de 15,82% este mês. Consumidor já paga R$ 4 pelo quilo do produto
Rio - O tomate corre o risco de voltar a ser o vilão do orçamento. O produto tem sido o maior responsável pela alta da inflação este mês, pressionando o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) divulgado ontem pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O indicador passou de 0,45% para 0,49% no último levantamento. Segundo o estudo, o fruto ficou 15,82% mais caro, ante os 7,91% na pesquisa anterior.
Este ano, o quilo do tomate chegou a custar até R$ 15 e atualmente pode ser encontrado na faixa de R$ 4 em alguns mercados da cidade. De acordo com André Braz, economista do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da FGV, o preço tende a continuar subindo até janeiro do ano que vem.
“Essa alta já era esperada, pois o tomate é sensível às oscilações climáticas. O preço mal começou a subir. Normalmente no verão é quando aumenta mais. O ápice deve ser em janeiro, quando o tomate ficará mais caro ainda, e só em fevereiro o valor deve estabilizar”, explica o especialista.
Apesar de o alimento já estar com o preço alto, Braz afirma que ainda está abaixo do encontrado no mesmo período do ano passado.
Com relação à inflação, o economista explica que o produto influencia os resultados, mas ainda não causa tanta preocupação. “O tomate tem uma participação na inflação, mas não preocupa tanto porque alimentos in natura têm esse comportamento volátil mesmo. Ou seja, essa oscilação nos preços já é esperada”, afirma o economista.
TRIGO MAIS CARO
O pão francês foi outro item que contribuiu para a alta do IPC-S, com variação de 2,22% para 2,55%. Segundo André Braz, isso se deve ao aumento no preço do trigo. Como boa parte do cereal é importada e o dólar está desfavorável para o Brasil, todos os derivados do trigo devem ficar mais caros. “Não só o pão francês, como vários tipos de pães, massas e biscoitos vão subir de preço”, avalia.
Alimento rende mais se for consumido em molhos
Para consumir o tomate sem gastar tanto, a dica da gastrônoma Luciana Rios é optar pelo alimento cozido e na forma de molhos. “Os nutrientes do tomate são melhor aproveitados quando vão ao forno, ou seja, o molho é a melhor opção. Além disso, para fazer render mais, o ideal é acrescentar cenoura e beterraba, que mantêm a cor e as vitaminas do alimento”, explica.
Ainda de acordo com a especialista, o principal nutriente do tomate é o licopeno, que tem alto poder antioxidante. Essa substância pode ser encontrada também em outros itens, como pimentão vermelho, melancia, repolho roxo, mamão, morango, goiaba, cenoura, abóbora e pitanga.
A analista Gabriela Massini, de 34 anos, no entanto, não abre mão de comer tomate, independentemente do preço. “Se estiver em promoção, é melhor. Mas compro mesmo quando fica mais caro. Todos lá em casa adoram tomate”, diz ela.
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