sábado, 12 de janeiro de 2013

Justiça Bloqueia Bens de Líder da “Igreja da Maconha”


Justiça Bloqueia Bens de Líder da “Igreja da Maconha”

A Justiça de Americana (127 km de São Paulo) decretou o sequestro dos bens de Geraldo Antonio Baptista, o Geraldinho Rastafári, 53, líder da Primeira Igreja Niubingui Etíope Coptic de Sião do Brasil, a conhecida como “igreja da maconha”. Ele foi preso em agosto sob a acusação de tráfico de drogas. Com a medida, os bens do líder religioso não podem ser vendidos até que o julgamento dele ocorra pela Justiça.
“Perdemos nossa liderança, então o movimento cai um pouco. Muitos universitários, principalmente, ficaram com receito após a prisão. Mas continuamos funcionando normalmente”, disse. Procurado, o Ministério Público não se pronunciou sobre o caso.
A próxima audiência do caso está marcada para o dia 17 de janeiro, segundo informações do Fórum de Americana. Geraldinho foi preso em flagrante, em 15 de agosto do ano passado, quando foram encontrados 37 pés de maconha em sua casa.
Na ocasião, dois jovens de 18 anos foram presos e um adolescente foi apreendido. Ele afirmou que a planta é cultivada para uso religioso, o que é permitido pela legislação brasileira, e consumida apenas em ocasiões de culto, mas acabou sendo enquadrado por tráfico.
Manifesto
À espera de julgamento, Marlene e os adeptos da “igreja da maconha”, bem como defensores da causa, têm usado a internet para realizar uma campanha a favor da libertação de Geraldinho.
Até a tarde de hoje, mais de 3.200 pessoas já assinaram uma petição virtual pedindo a libertação de Geraldinho. Segundo Marlene, o grupo também pede o auxílio de entidades como a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
Segundo os advogados de Geraldinho, ele irá dizer, durante o julgamento, que a maconha pode ser usada de forma ritual nos cultos da igreja e que, ao não permitir que isso ocorra, a Justiça desrespeitaria o item constitucional que garante liberdade religiosa aos brasileiros.
“Nosso objetivo é defender não só a liberdade do Geraldinho, mas também a liberdade religiosa, garantida a todos os brasileiros pela Constituição”, afirmou Marlene. “O uso cerimonial da cannabis [nome científico da maconha], que para os adeptos da cultura Rastafári Niubingui é sagrado.”
Meta
A meta do grupo é fazer com que o caso chegue o mais rapidamente possível só STF (Supremo Tribunal Federal), corte que julga casos que envolvem preceitos constitucionais.
A defesa usará a mesma argumentação já elaborada para a religião do Santo Daime, que usa em seus cultos um chá elaborado com a alucinógena ayahuasca.
“Nossos advogados são os mesmos, e nosso objetivo é provar que podemos usar a canabis ritualmente”, disse Marlene.
Nota: É quase surreal a reportagem feita com o líder desse grupo que se diz religioso. É preciso respeitar todas as manifestações de crença ou descrença que existem, mas alguns aspectos precisam ser pontuados. Um deles é que não há qualquer registro na literatura judaica ou cristã que relacione o uso da maconha com qualquer um dos emblemas da ceia de Cristo ou algo do gênero. Desconheço esse tipo de associação e creio que seja mera invencione para justificativa do grupo em questão.
Outro aspecto é que o Tetraidrocanabinol ou THC, uma das principais substâncias psicoativa presente na maconha, tem comprovados efeitos nocivos para o cérebro humano e clinicamente já se sabe que altera a capacidade de entendimento. Esse fator é totalmente incongruente com o ensino bíblico de que adoramos a Deus com a mente limpa, clara e livre de alterações químicas com efeitos alucinógenos. Não há, portanto, compatibilidade alguma entre o uso de um entorpecente e a religião que liga o homem a Deus. A não ser que o conceito de Deus seja distorcido completamente  e usado de forma indevida ou, no mínimo, contrário ao que a Bíblia preconiza.
Parece muito mais um grupo de apologia ao uso da maconha do que uma religião que se propõe a realmente melhorar a vida das pessoas. Liberdade de culto todos devem ter, mas isso implica oferecer algo que, pelo menos, não tenha repercussão negativa para adultos e até crianças que porventura vão se espelhar nos pais que fazem parte de grupos como esse.

Nenhum comentário:

Postar um comentário