Rio - A possibilidade de deslizamento de encostas em Duque de Caxias, na Baixada, já era de conhecimento da prefeitura e do governo do estado. Levantamento requisitado pelo Departamento de Recursos Minerais do Estado do Rio de Janeiro mapeou 98 áreas de risco iminente a escorregamentos e foi entregue a autoridades em abril de 2011.
Com a enxurrada em Xerém, casas foram soterradas, e famílias perderam seus pertences: estudo de 2011 já previa perigo para muitas áreas | Foto: Severino Silva / Agência O Dia
Professor de Geografia da rede pública de Caxias, André Tenreiro disse que o estudo iria ser utilizado no material escolar das aulas, mas que um funcionário, a mando do prefeito anterior, Zito, pediu que fosse mantido em sigilo.
Ainda segundo André, o tenente-coronel José Ronaldo dos Reis, comandante da Defesa Civil municipal à época, foi exonerado do cargo dois dias depois de ter disponibilizado o estudo para a Secretaria de Educação.
Reis, em seu blog, afirma que o relatório foi entregue pessoalmente ao vice-prefeito Jorge Amoreli, da gestão anterior, por representantes do Estado, em sua presença, pouco antes de sua saída do governo.
Após o temporal desta semana, pequeno córrego virou um grande rio | Foto: Marino Azevedo / Governo do Rio / Agência O Dia
R$ 5 mil para cada família
Verba poupada na prevenção será gasta na recuperação após a tragédia. Na visita do governador Sérgio Cabral e do ministro de Integração Nacional, Fernando Bezerra, a Xerém, foi anunciado o benefício de R$ 5 mil a cada uma das 300 famílias que perderam tudo na enxurrada. O valor será usado para a compra de móveis, eletrodomésticos e utensílios.
“O estado será responsável pela recuperação das margens dos rios”, informou o prefeito Alexandre Cardozo. Os prazos para pagamentos do IPVA e ICMS serão prorrogados por seis meses nas áreas afetadas. Com o governo federal, ficará a tarefa de iniciar os trâmites para o aluguel social dos desabrigados, a dragagem e drenagem das ruas e auxílio na reconstrução de pontes.
“Vamos tirar os volumes das ruas, coletar lixo, desobstruir galerias e dar mobilidade à região. Depois vamos limpar tudo e orçar as verbas indenizatórias”, disse Cardoso.
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