quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Multimídia, Um Recurso Auxiliar No Culto


Multimídia, um Recurso Auxiliar no CultoUm dos recursos cada vez mais usado na comunicação são os recursos de multimídia (sons, vídeos, slides, imagens). A exemplo do computador e do celular, este recurso veio para ficar. Ele tem sido uma bênção na condução dos cultos, palestras, estudos bíblicos e reuniões. Apesar de ser um instrumento valioso para a igreja, ele pode trazer problemas se for mal usado. O desafio então é usá-lo corretamente. As vantagens dele são conhecidas e não é necessário descrevê-las. Porém, quais seriam os perigos do uso inadequado dos recursos de multimídia?
1. Recursos audiovisuais sempre são bem vindos no culto. No entanto, quando eles se tornam o centro das atenções, o culto perde o foco. O foco do culto não devia estar no recurso, mas na mensagem para a qual o recurso transmite. O senhor Jesus também se utilizou de recursos para ensinar. Certa vez, ele subiu a um monte para falar melhor (Mateus 5:1); noutra ocasião, ele utilizou um barco para ensinar a multidão na praia (Lucas 5:3). Em ambas as situações, o foco não estava nos recursos, mas na sua Palavra. Quando um recurso de multimídia é responsável por encher a igreja, é preciso perguntar se ele não está sendo mais valorizado do que a própria Palavra.
2. Em alguns lugares, todo o culto é projetado no projetor ou no telão, inclusive hinos e leituras bíblicas. Isso faz com que as pessoas deixem de folhear a Bíblia e o hinário. O único contato com a Bíblia passa a ser o visual. Com o tempo, elas não saberão mais localizar passagens ou livros da Bíblia. Mesmo que, no futuro, a Bíblia deixe de ser impressa em papel é preciso saber “folheá-la” eletronicamente.
3. Há casos em que são projetados excesso de imagens, cores e texto. Isso faz com que o culto vire uma poluição visual. O excesso de informação e ilustração, ao invés de ajudar, perturba. Em alguns casos, também acontece uma projeção indiscriminada de imagens. Muitas delas são “catadas” na internet sem a menor reflexão sobre sua origem. Algumas imagens beiram ao chocante. A impressão que se tem, é que, o texto projetado não é suficientemente forte, por isso, precisa ter uma imagem de impacto para que fale mais que o texto. É sempre melhor que as imagens sejam discretas para que a atenção não esteja nelas, mas no texto.
4. O uso dos recursos de multimídia pode também afetar o sistema litúrgico tradicional. Ele tem sido usado para se investir excessivamente na variedade litúrgica. Mesmo que se mantenha o esqueleto da liturgia, o que dita o tom é a variedade. Isso oferece o perigo de descartar a histórica liturgia e seu rico conteúdo. Com o tempo, também se corre o risco de perder a identidade cultual.
5. Os recursos de multimídia tem a vantagem de oferecer novidades, mas nisso também mora um perigo, pois o que é novo hoje, amanhã não é mais. Com isso, é necessário buscar sempre mais novidades, para, de alguma maneira, continuar agradando. O perigo é fazer das novidades o centro do culto.
6. E o bom uso dos textos projetados  também passa pela escolha mais adequada da fonte, isto é, o formato da letra. Evite as serifadas como a Times New Roman e semelhantes. Prefira letras como Arial, Tahoma, Verdana. E quanto ao tamanho da letra, use aquele em que a pessoa mais distante da tela possa ler, sem nenhuma dificuldade. Assim, o valor do culto não pode depender o projetor. O culto depende da Palavra e dos sacramentos, pelos quais Deus age. A ausência do projetor e de outros recursos não deveria desmerecer o culto, pois o centro das atenções é o altar, onde estão a Palavra e os sacramentos.
Os recursos de multimídia devem ser usados como uma ferramenta no culto, para ajudar as pessoas a entenderem melhor o que Deus está dizendo. Ele não deveria substituir nem Bíblia, nem hinário, nem pastor. A imagem que ele transmite deve sublinhar a mensagem, e não dispersar o pensamento com ilustrações muito diversificadas. Ele deve ser um recurso para memorizar, para fixar ideias, para mostrar gráficos e mapas, para mostrar a grandeza do amor de Deus por nós. Também deveria ser usado como recurso da nossa resposta ao amor de Deus.

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