Madri
Partido ultradireitista chega pela primeira vez a um Parlamento regional no país, com um programa que rejeita o aborto livre e gratuito e as listas eleitorais paritárias
O programa eleitoral do Vox – as 100 medidas que a agremiação apresentou na sua convenção no ginásio Vistalegre (Madri), já que disputou as eleições deste domingo, 2, na Andaluzia sem uma plataforma específica – inclui sem meias-palavras a revogação da lei contra a violência de gênero “e de qualquer norma que discrimine um sexo em relação ao outro”, rejeita o aborto coberto pela saúde pública e as listas eleitorais paritárias, ou seja, com igual número de homens e mulheres, e pede a supressão de “órgãos feministas radicais subvencionados”. A ideologia desse partido, que passou de 0 a 12 deputados no Parlamento andaluz, implica cortes de direitos e saltos para trás no que foi obtido nas últimas décadas pelo pelo movimento feminista. “São propostas de uma sociedade fascista que não reconhece as mulheres como sujeitos de direito”, avalia Justa Montero, feminista com ampla trajetória e uma das promotoras da greve feminista do último 8 de março, que levou milhões de mulheres às ruas da Espanha no Dia Internacional da Mulher. “Esta não é a mudança da qual a Andaluzia necessita, nem as mulheres, nem os homens, nem ninguém”, diz Lucía Avilés, porta-voz da organização Mulheres Juízas.
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