Depois de 23 anos de diplomacia infrutífera, que começaram com a Rio 92, e passando por encontros em Kyoto, Bali, Copenhagen e Cancún, entre outros, a Conferência do Clima de de Paris, em dezembro deste ano, é a última chance de um acordo global com chances reais de evitar o caos climático.
Mas, para isso, todos os governos do planeta devem declarar seu compromisso voluntario de redução de CO2 a partir de 2020. O prazo acordado para isso seria hoje, 31 de março de 2015.
Mas muitos governos, incluindo Brasil, China e Russia, só para falar de alguns dos maiores poluidores, resolveram não cumprir o combinado. União Européia, Suíça, Noruega e até o México fizeram o que estava acordado. Os EUA prometem seu anúncio para hoje.
O próximo passo, nisso que está sendo chamado de “Caminho para Paris”, é um encontro técnico de cientistas e diplomatas do Painel do Clima da ONU em junho, na cidade de Bonn, na Alemanha.
E no mesmo mês de junho, para gerar um ambiente político favorável às negociações de Paris, acontece um encontro de cúpula da ONU, reunindo chefes de Estado, na sede das Nações Unidas, em Nova York.
O prazo final e irremovível para os países entregarem suas propostas de redução voluntária de emissão de CO2 é o dia 1 de outubro. Depois disso, cientistas do Painel do Clima da ONU vão contabilizar os cortes propostos por todos os países e fazer um monte de contas e simulações em avançados modelos de computador.
Essas reduções voluntárias de CO2 serão suficientes para evitar que a temperatura média global suba mais do que 2 graus Célsius até o final do século, evitando o cenário mais catastrófico?
Se a resposta for negativa, como é mais do que provável, caberá à Conferência de Paris negociar cortes adicionais de todos os países. Exatamente por isso, cada passo do chamado “Caminho para Paris”, a preparação para essa conferência, é tão importante. Cada tonelada a mais de CO2 voluntariamente cortada agora é um entrave a menos nas negociações que vão acontecer no final do ano.
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