De acordo com o estudo, aqueles que se enxergam fora dos padrões de masculinidade e que se preocupam com isso têm risco maior de desenvolver comportamentos violentos
O que muitos desconfiavam sobre os homofóbicos pode ser verdade: eles são violentos por medo de também não se encaixarem nos padrões de masculinidade. Segundo uma pesquisa realizada pela Divisão de Prevenção à Violência de Atlanta, nos EUA, os homens que se enxergam como fora dos padrões de gênero masculino - ou que sentem que as outras pessoas possam pensar isso deles -, estão mais propensos a praticar atos violentos do que os que se sentem confortáveis consigo.
De acordo com o estudo publicado no periódico científico Injury Prevention, a maneira como os homens percebem a própria masculinidade afeta o comportamento deles. O cara supermasculino, o famoso "machão", por exemplo, tem uma maior probabilidade de desenvolver comportamentos vistos como tipicamente masculinos, como correr mais riscos, abusar de drogas e álcool e ser violento.
O foco da pesquisa, porém, foi descobrir as consequências do que os pesquisadores chamam do "estresse de discrepância masculina", que afeta aqueles que não se enxergam dentro dos padrões da sociedade para o gênero masculino e também se preocupam que outras pessoas não o enxerguem como másculo.
Os pesquisadores utilizaram as respostas de 600 homens norte-americanos, com idades entre 18 e 44 anos, a uma pesquisa online realizada em 2012 sobre as percepções deles do gênero masculino e se eles consideravam que se encaixavam ou não nos padrões. Eles também responderam a perguntas sobre comportamento de risco.
A pesquisa mostrou ainda que os homens que se sentem menos masculinos e que não se preocupam com isso são os que têm menos chances de apresentarem comportamentos violentos ou de dirigir sob efeito de drogas e álcool.A análise apontou que aqueles que se consideravam menos masculinos do que a média e que sofriam de estresse de discrepância masculina eram mais suscetíveis a cometer atos violentos, inclusive com armas, e que resultam em ferimentos na vítima do que aqueles que não se enxergam como supermasculinos, mas que não se importam muito com isso.
"Isso pode sugerir que o uso de substâncias tóxicas e os comportamentos abusivos são métodos menos salientes de demonstração da masculinidade tradicional, em contraste com comportamentos relacionados a sexo e violência, talvez devido ao potencial privado do ato", afirmaram os pesquisadores.
O estudo apontou também que os homens altamente masculinos apresentam as mesmas chances de desenvolverem comportamentos violentos quanto os menos masculinos que sofrem com o estresse de discrepância.
"Esses dados sugerem que os esforços para diminuir o comportamento de risco dos homens que possam acarretar em violência deveriam, em parte, focar na maneira como a socialização masculina e a aceitação de normas de gêneros pode induzir os garotos e os homens ao estresse", concluíram.
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