Milhões e milhões jamais sequer ouviram falar em Deus ou Seu amor revelado em Cristo. Eles têm direito de receber este conhecimento. Igual direito ao nosso têm eles à misericórdia do Salvador. Recai sobre nós, os que recebemos este conhecimento, e sobre nossos filhos, a quem o podemos comunicar, atender ao seu clamor. A toda casa e escola, a todo pai, professor e criança sobre quem resplandeceu a luz do evangelho, impõe-se, neste momento crítico, a pergunta feita à rainha Ester naquela momentosa crise da história de Israel: “Quem sabe se para tal tempo como este chegaste a este reino?” Est. 4:14.
Os que pensam no resultado de apressar o evangelho, ou impedi-lo, pensam isto em relação a si mesmos e ao mundo. Poucos o pensam em relação a Deus. Poucos tomam em consideração o sofrimento que o pecado causou a nosso Criador. Todo o Céu sofreu com a agonia de Cristo; mas esse sofrimento não começou nem terminou com Sua manifestação em humanidade. A cruz é uma revelação, aos nossos sentidos embotados, da dor que o pecado, desde o seu início, acarretou ao coração de Deus. Cada desvio do que é justo, cada ação de crueldade, cada fracasso da natureza humana para atingir o seu ideal, traz-Lhe pesar. Quando sobrevieram a Israel as calamidades que eram o resultado certo da separação de Deus – subjugação por seus inimigos, crueldade e morte – refere-se que “se angustiou a Sua alma por causa da desgraça de Israel”. Juí. 10:16. “Em toda a angústia deles foi Ele angustiado; … e os tomou, e os conduziu todos os dias da antiguidade.” Isa. 63:9.
Seu “Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis”. Rom. 8:26. Enquanto “toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora” (Rom. 8:22), o coração do Pai infinito condói-se, em simpatia.
Nosso mundo é um vasto hospital, ou seja, um cenário de miséria em que não ousamos permitir mesmo que os nossos pensamentos se demorem. Compreendêssemos nós o que ele é na realidade, e o peso que sobre nós sentiríamos seria terribilíssimo. No entanto, Deus o sente todo. A fim de destruir o pecado e seus resultados, Ele deu Seu mui dileto Filho, e pôs ao nosso alcance, mediante a cooperação com Ele, levar esta cena de miséria a termo. “Este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim.” Mat. 24:14.
“Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” (Mar. 16:15) – é a ordem de Cristo a Seus seguidores. Não que todos sejam chamados para serem pastores ou missionários no sentido comum do termo; mas todos podem ser coobreiros de Cristo, dando as “boas novas” a seus semelhantes. A todos, grandes ou pequenos, doutos ou ignorantes, idosos ou jovens, é dada a ordem.
À vista deste mandado, poderemos educar nossos filhos e filhas para uma vida de respeitáveis formalidades, uma vida que se professe cristã, mas a que falte aquele sacrifício próprio como o de Jesus, uma vida, enfim, sobre a qual o veredicto dAquele que é a verdade, deverá ser: “Não vos conheço”? Mat. 25:12.
Milhares estão fazendo assim. Julgam assegurar a seus filhos os benefícios do evangelho, enquanto negam o espírito do mesmo. Mas isto não pode ser. Os que rejeitam o privilégio da associação com Cristo no serviço cristão, rejeitam o único ensino que lhes dá habilitação para participar com Ele de Sua glória. Rejeitam o ensino que nesta vida concede força e nobreza de caráter.
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