quarta-feira, 18 de março de 2015

Manifestantes do MTST fazem protestos pelo Brasil


Manifestação marcada para esta quarta-feira (18) pede o início da terceira fase do Minha Casa Minha Vida e tenta enfraquecer pauta direitista incorporada após êxito de atos do dia 15

Na manhã desta quarta-feira (18), manifestações marcadas pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto bloqueiam avenidas em São Paulo, Minas Gerais e no Rio de Janeiro. Os protestos pedem o início da terceira fase do Minha Casa Minha Vida e tentaenfraquecer pautas da direita incorporadas após manifestações do domingo (15).
Em São Paulo, foram nove pontos diferentes de bloqueio desde o início da manhã. Todos foram liberados entre as 10h e às 12h. 
Em São Paulo, manifestantes bloquearam a pista local da marginal Tietê no sentido rodovia Ayrton Senna, próximo à ponte Orestes Quércia, entre as 9h30 e 12h. Os manifestantes queimaram pneus para fechar a via.
Na Radial Leste, manifestantes ocuparam a pista no sentido centro em frente à estação de metrô Itaquera, segundo a CET. 
A avenida Aricanduva também foi interditada na altura da avenida Ragheb Choffi, em São Matheus (zona leste de São Paulo), na direção centro. 
No início da manhã, apoiadores do MTST bloquearam a rodovia Raposo Tavares nos dois sentidos na altura do km 21. Pneus queimados impediam a passagem dos veículos. Segundo a Polícia Militar, cerca de 300 pessoas participaram do protesto, que começou por volta das 8h. De acordo com a DER-SP, às 10h50 o trecho foi liberado.
Manifestantes do MTST bloqueiam pista local da marginal Tietê, em São Paulo, na manhã desta quarta (18) em Dia Nacional de Luta. Foto: Reprodução/Facebook MTST
Estrada de Itapecerica foi bloqueada nos dois sentidos por protesto do MTST na manhã desta quarta (18). Foto: Ana Flávia Oliveira/iG São Paulo
Protesto do MTST na manhã desta quarta-feira (18) na Avenida Guarapiranga, sentido centro, zona sul de São Paulo . Foto: Luiz Claudio Barbosa/Futura Press
Na zona sul de São Paulo, cerca de 1.500 manifestantes partiram da avenida Guarapiranga e seguem para a marginal Pinheiros. Foto: Reprodução/Facebook MTST
Protesto do MTST na manhã desta quarta-feira (18) na marginal Pinheiros, zona sul de São Paulo . Foto: Reprodução/Facebook MTST
Em Fortaleza (CE), manifestantes bloquearam a BR-116 em caminhada até o Palácio da Abolição. Foto: Reprodução/Facebook MTST
Protesto do MTST bloqueia, em Minas Gerais,a MG-010, que dá acesso ao aeroporto de Confins. Foto: Reprodução/Facebook MTST
Em São Paulo, manifestantes do MTST fecham a rodovia Raposo Tavares nos dois sentidos no km 21. Foto: Reprodução/TV Globo
Às 8h50 desta quarta-feira (18), manifestantes do MTST se reuniam em frente ao terminal João Dias (na zona sul) para protesto por moradia. Foto: Ana Flávia Oliveira/iG São Paulo
MTST bloqueia acesso à ponte Rio-Niterói na manhã desta quarta-feira. Foto: Reprodução/@vitorledertheil
Em Minas Gerais, protesto do MTST fecha a BR-040, em Contagem, perto da Ceasa. Foto: O TEMPO
Manifestantes do MTST bloqueiam pista local da marginal Tietê, em São Paulo, na manhã desta quarta (18) em Dia Nacional de Luta. Foto: Reprodução/Facebook MTST
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Na zona sul de São Paulo, cerca de 1.500 pessoas marcharam da avenida Guarapiranga até a ponte João Dias. O protesto interditou a marginal Pinheiros até as 9h30.
Outro protesto partiu do terminal João Dias e chegou a bloquear os dois sentidos da estrada de Itapecerica, na região do Campo Limpo, também na zona sul. De acordo com a PM, cerca de 400 pessoas participaram da passeata. Os organizadores calcularam 800. A manifestação durou cerca de uma hora entre as 9h30 e as 10h30.
Entre os manifestantes, havia ex-moradores das ocupações Chico Mendes 2, no Morumbi, Faixa de Gaza, em Paraísopolis, e Portal do Morumbi, todos já reintegrados e aguardando obras. Além disso, havia moradoras da ocupação Capadócia, que deve ser reintegrada até o dia 29 deste mês. 
Em coro, as pessoas cantaram músicas pelo direito à moradia, como "1, 2, 3, 4, 5, mil. Ou dá a nossa casa ou paramos o Brasil". 
Por volta das 9h40, cerca de 200 pessoas faziam uma barreira humana nos dois sentidos da Régis Bittencourt, que liga São Paulo ao Sul do país. Segundo a concessionária que administra a rodovia, a Autopista, a interdição com barreira humana ocorre no quilômetro (km) 269, altura do município de Taboão da Serra. A via foi liberada por volta das 10h30.
A coordenadora estadual do MTST Simone de Sousa disse que a manifestação simultânea em varios pontos de sao paulo nesta quarta-feira serve para chamar atenção do governo para a liberação das verbas da terceira fase do programa Minha Casa Minha Vida, prometida para novembro do ano passado.

"Tentamos vários tipos de negociação com o governo federal. Enquanto não tiver a liberação das verbas do programa, as obras ficam paradas. Se pelo diálogo não estamos sendo atendidos, a gente faz o governo ver que as famílias precisam de moradia".
Segundo a liderança do movimento, também foram bloqueadas as avenidas Teotônio Vilela (na zona sul) e Assis Ribeiro (zona leste). 
Além disso, estão previstos ao longo do dia a obstrução de dez vias de grande circulação de veículos na capital paulista e em outras cidades da Grande São Paulo.
Em todo o País
Os protestos estão marcados também para outros 12 Estados. No Rio de Janeiro, os manifestantes atearam fogo em uma barricada de pneus e fecharam a pista no sentido Ponte Rio-Niterói. Segundo a concessionária Autopista Fluminense, que administra a via, o protesto começou por volta das 7h na altura do km 321. 
Passageiros de ônibus chegaram a descer dos coletivos. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, as pistas foram liberadas por volta das 7h40 e o congestionamento chegou a 7 km. Os manifestantes deixaram o local em ônibus fretados.
Em Minas Gerais, os atos aconteceram em dois pontos do Anel Rodoviário, um na altura do bairro Betânia, na região oeste de Belo Horizonte, outro no viaduto São Francisco, na região da Pampulha, na região do Barreiro, na MG-010, no bairro Jaqueline, na região Norte da capital, e na BR-040, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte.
Depois de três horas de protestos, manifestantes de ocupações urbanas liberaram as rodovias federais e estaduais, na manhã desta quarta 
Na Paraíba, um grupo do Movimento Popular Terra Livre fechou nesta manhã os dois sentidos da avenida Epitácio Pessoa, em João Pessoa.
Em Fortaleza (CE), manifestantes bloquearam a BR-116 em caminhada até o Palácio da Abolição, sede do governo do Estado do Ceará para pedir a construção de moradias.
Com pneus queimados na pista, cerca de 400 pessoas bloquearam o Contorno Sul de Curitiba (BR-376, altura do km 597), perto da Vila Sabará, em Curitiba, entre as 9h e às 11h.
Há registros de bloqueios também na avenida Paralela, em Salvador, na Bahia. 
Resposta ao dia 15
Protagonista dos maiores protestos de rua do Estado de São Paulo em 2014, o grupo pretende atrair entre 15 mil e 20 mil militantes, espalhados por diversos pontos da capital paulista, para discursar contra a direita, além de exigir atenção do governo em relação às pautas que abraça desde sempre – de direitos sociais aos trabalhadores, como habitação, saúde e educação.
"De algum modo, o ato desta quarta-feira se tornou uma resposta aos protestos de domingo porque, embora existam vários motivos para a população estar indignada com o governo, nenhuma reivindicação social de fato foi feita naquele dia", diz ao iG Guilherme Boulos, um dos coordenadores nacionais do movimento. "O que vimos na Avenida Paulista no fim de semana foi um espetáculo de preconceito, fascismo, de discursos de ódio. Então precisamos dar uma resposta para frear o avanço da direita em todo o País."
O protesto desta quarta-feira é o terceiro grande ato do MTST em 2015. O grupo promete intensificar os protestos de rua em 2015, a exemplo do que já foi feito no ano passado, enquanto suas reivindicações não forem atendidas.

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