quinta-feira, 26 de março de 2015

Dieta mediterrânea reduz pela metade risco de doenças cardíacas

Estudo mostra que seguir à risca cardápio que privilegia peixes, verduras, castanhas, azeites, grãos e uma taça de vinho tinto traz mais benefícios do que praticar exercícios físicos

Um estudo que será apresentado no dia 15 de março em um dos mais importantes congressos internacionais de cardiologia, o da Academia Americana de Cardiologia, mostra que seguir a dieta mediterrânea – aquela composta por peixes, verduras, castanhas, azeites, grãos e uma taça de vinho tinto – pode reduzir em 47% a chance de ter problemas cardiovasculares. O estudo concluiu também que aderir à dieta mediterrânea traz mais benefícios protetores do que praticar exercícios físicos.
Já se suspeitava que a dieta mediterrânea é amiga do coração. Nenhum estudo anterior, porém, tinha acompanhado pessoas de meia-idade ao longo de 10 anos para concluir que o cardápio é realmente um grande protetor do sistema cardiovascular.
Salmão, atum e sardinha são os peixes mais indicados para proteger o coração. Foto: Getty Images
Chá verde é outro amigo dos cardíacos. Foto: Getty Images
Chocolate escuro: maior teor de cacau (amargo) traz benefícios ao coração. Foto: Getty Images
O azeite também é muito recomendado pelos cardiologistas. Foto: Getty Images
O alho, em especial para temperos, é outro escalado para a dieta dos cardiopatas. Foto: Getty Images
Ele é calórico, mas o abacate em doses certas só ajuda o coração. Foto: Getty Images
Aveia, mesmo misturada aos pratos quentes, é ótima protetora. Foto: Getty Images
A soja também é queridinha dos cardiologistas. Foto: Thinkstock Photos
O iogurte, principalmente o natural e sem açúcar, é muito recomendado. Foto: Getty Images
O tomate é cheio de substâncias que protegem o coração. Foto: Getty Images
A uva também é aliada, seja o suco ou o vinho, desde que em doses controladas. Foto: Getty Images
Salmão, atum e sardinha são os peixes mais indicados para proteger o coração. Foto: Getty Images
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Os pesquisadores monitoraram moradores da Grécia que seguiam a dieta mediterrânea, pessoas que seguiam parcialmente o plano alimentar e outras que absolutamente não consumiam os alimentos recomendados. Aquelas que seguiam à risca reduziram quase pela metade a chance de ter de problemas cardiovasculares. O estudo também mostrou que as mulheres eram mais disciplinadas do que os homens para seguir a dieta.
Apesar de a Grécia ser o berço da dieta mediterrânea, a urbanização levou muitos gregos a adotarem um estilo de vida ocidental ao longo das últimas quatro décadas.
“Nosso estudo mostra que a dieta mediterrânea é uma intervenção benéfica para todos os tipos de pessoas, de ambos os gêneros, de qualquer idade, saudáveis ou com problemas de saúde”, diz um dos condutores do estudo, Ekavi Georgousopoulou, da Universidade Harokopio, em Atenas, na Grécia, em comunicado.
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“Isso também revela que a dieta tem benefícios diretos para a saúde cardíaca, além de benefícios indiretos, como controle de diabetes, hipertensão e inflamação”, explica.
O estudo foi baseado em mais de 2,5 mil gregos adultos, entre 18 e 89 anos, que foram acompanhados de 2001 a 2012. Participantes eram convidados a responder perguntas sobre sua saúde, estilo de vida e dieta depois de cinco e de 10 anos no estudo.
O prato do brasileiro
“Pelo fato de a dieta mediterrânea ser baseada em grupos alimentares que são muito comuns e fáceis de achar, pessoas ao redor do mundo podem facilmente aderir a esse estilo alimentar e proteger-se contra problemas cardíacos com um custo baixo”, disse Georgousopoulou.
O cardiologista e supervisor do setor de emergências do Instituto do Coração (Incor), em São Paulo, Alexandre Matos, explica que a dieta é rica em antioxidantes e muito benéfica para o coração.
O médico ressalta que apesar de não ter um alto custo, o cardápio mediterrâneo não está presente de forma tão significante no prato do brasileiro.
“Os brasileiros não estão acostumados a comer peixe com a frequência que se come na dieta mediterrânea, por exemplo. Lá, eles consomem o alimento ao menos de três a quatro vezes por semana”, explica o médico.
“Mas a dieta é fácil de ser feita. A diferença é que se come pouca carne vermelha”, aponta Alexandre.

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