terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Dançaterapia é usada no trabalho para aliviar estresse

Técnica mistura terapia corporal, dança e movimentos teatrais. Saiba mais

  
Dançaterapia - que mistura teatro e movimentos com o corpo - chega ao ambiente de trabalho para aliviar dores e estresse

Engravatados – até aqueles que não se arriscam nem mesmo nas escuras pistas de dança – são convidados a mexer o corpo, em movimentos coreografados, para aliviar o estresse. Isso bem na hora do expediente, à luz do dia, entre uma reunião e outra.

O exercício físico – e mental – faz parte da dançaterapia. Como o próprio nome revela, o objetivo desta prática é promover o conhecimento do corpo, a prevenção de lesões trabalhistas – resultantes das horas passadas em frente ao computador – e ainda aliviar a tensão típica das grandes corporações.

As técnicas foram idealizadas pela bailarina argentina María Fux há mais de 30 anos. Antes, ficavam restritas aos estúdios e profissionais da dança, além de terapeutas interessados em novas abordagens pedagógicas.

Depois, como conta em seu livro “Ser dançaterapeuta hoje”, María diz que a prática foi adaptada às pessoas com dificuldades sensoriais, como cegos, surdos, portadores de deficiências físicas ou modalidade reduzida. Até que chegaram ao mercado de trabalho.

“A dançaterapia é aplicada no ambiente corporativo com resultados positivos”, afirma Mirian Loverro, diretora do Centro Brasileiro de Dançaterapia e uma das discípulas de María.

 
As práticas da dançaterapia podem ser em grupo ou individuais

“O trabalho é desenvolvido em grupos e com acompanhamento individual. Ele auxilia no gerenciamento do estresse, minimização de dores corporais e estimula a autoconsciência e a intuição. Trabalha, ainda, a autoestima e a integração das pessoas”, diz Mirian, que já teve como clientes empresas multinacionais, supermercados, departamentos de telemarketing e áreas de recursos humanos.

Como faz?

Os movimentos que compõem a dançaterapia mexem o corpo de forma lenta, geralmente ao som de músicas instrumentais.

Os praticantes, orientados pelos terapeutas, tateiam objetos de olhos ou ouvidos tapados para aguçar os sentidos. Em alguns momentos, há repetição de sílabas e vogais em voz alta.

As práticas, de duração média de 50 minutos, são compostas ainda por simulação de brincadeiras infantis e outras vivências, como caminhar na areia, reencontrar um velho amigo, passear na floresta.

Apesar de existir sugestão de movimentos por parte do dançaterapeuta, explica em seu site Pio Campo – um dos professores do método e idealizadores da técnica – não existe coreografia e nem é preciso saber dançar para praticar.

Os movimentos são livres – não há certo ou errado – e até é melhor que não se tenha conhecimento da dança. Quem sabe dançar “tem movimentos estereotipados”, afirma Campos. Segundo os professores, não é isso que se busca na dançaterapia. As pessoas quando fazem os movimentos, manifestam seus estados de espírito.

Atrelado à prática – um pouco parecida com as ginásticas laborais – são ensinadas técnicas de respiração e postura. Os movimentos ajudam ainda flexibilidade e no alívio das dores, as recordistas em afastamentos das pessoas do trabalho, segundo levantamento feito pelo iG Saúde no banco de dados do Ministério da Previdência Social.

A terapeuta Miriam Loverro elenca outros benefícios da prática. “Ela melhora a capacidade cardiorespiratória, ajuda na concentração e na memória”, diz. Como os movimentos liberam endorfina, o hormônio do bem-estar, eles ainda acalmam e são uma espécie de “analgésico natural”, como define a fisioterapeuta da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor, Mariana Schamas.

  
O professor de mantra Djalma Souza ensina os benefícios da vocalização

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