segunda-feira, 3 de setembro de 2012

A mulher ideal segundo os livros de autoajuda


Thinkstock/Getty Images
Focando principalmente em relacionamentos e aparências, os manuais de autoajuda dão fórmulas para a felicidade
As prateleiras de qualquer livraria estão abarrotadas de livros que prometem revolucionar a vida das mulheres e ensiná-las a lidar com todos os problemas. São receitas de sucesso para tudo: livrar-se dos quilos a mais que insistem em se acumular na cintura, resolver de uma vez por todas a vida sentimental, casando com o cara certo, enriquecer o bastante para nunca mais ter que se preocupar com dinheiro.
Resolvemos compilar todas essas receitas e conselhos e montar o perfil de como seria, na prática, a mulher ideal, criada graças aos maiores best-sellers de auto-ajuda. 

 O que toda mulher inteligente deve saber de Steve Carter e Julia Sokol (editora Sextante) propõe-se ser o roteiro oficial das mulheres inteligentes, que já começaram com o pé direito ao comprar o livro. “As mulheres inteligentes sabem que nenhuma mulher nasce inteligente”, afirma a obra. Depois de seguir ao pé da letra esse manual, a mulher terá aprendido a distinguir o homem “certo” do homem “errado”, identificando os potencialmente violentos e os mentirosos.

E se o relacionamento ainda assim não der certo? O guia ensina também a lidar com a separação, que ela vai tirar de letra. Ficar ligando para o ex e implorar por migalhas de amor? Jamais! Seguindo os 11 mandamentos da mulher inteligente, ela está pronta para sair-se bem de qualquer emboscada sentimental.
Não é a primeira vez que essa mulher desvenda os mistérios do sexo oposto. Há anos ela tem uma bíblia na cabeceira para entender porque é tão difícil falar a língua deles. “ Homens são de Marte, Mulheres são de Vênus ”, de John Gray, (ed. Rocco) ensinou-a que homens e mulheres são de planetas diferentes. E que se ela quiser um armistício, vai precisar aprender a dominar a estranha língua dos marcianos. “Você vai aprender novas estratégias para conseguir o que você quer nessas horas de conflito”, promete o livro. Não tentar dar conselhos a eles é uma dica. Aliás, melhor não falar muito para não irritá-los.
Divulgação
Julia Roberts vive Elizabeth Gilbert em "Comer, Rezar, Amar"

“Esperar que um homem, que esteja em sua caverna, instantaneamente se abra, se torne sensível e amável é tão irreal como esperar que uma mulher que esteja aborrecida imediatamente se acalme e seja completamente razoável”, diz o clássico. A mulher de Vênus vai aprender a fortalecer seu homem e a nunca tentar mudá-lo, para que ele possa ser e agir como seu “cavaleiro da armadura reluzente”.
Mas para conseguir se destacar – positivamente - no mar das outras bilhões de mulheres do planeta, nada como estar magra. Se possível, como uma francesa: magra sem precisar nunca fazer dieta, nem exercícios, ao contrário, curtindo os prazeres da mesa. Ela vai comer frugalmente, diminuir elegantemente a quantidade de comida que põe no prato, mas com prazer. Tomar sua taça de vinho para acompanhar as refeições e trocar o carro por uma rotina a pé ou de bicicleta.
Se, mesmo aproveitando para andar alguns quarteirões com os filhos até a creche, fazer supermercado ou ir para o trabalho a pé, as calorias queimadas não forem suficientes, ela pode sempre recorrer à sopa de alho-poró, até perder os quilinhos extras. É essa a receita de bem viver de “As Mulheres Francesas não Engordam”, escrito por Mireille Giuliano (ed. Campos), presidente do braço americano da companhia que produz o champanhe Veuve Clicquot.
Magra e com foco bem definido nos exemplares certos do sexo oposto, como se comportar? Antes de mais nada, ela deve saber se posicionar, dizer “não”. Em suma, livrar-se da “ Síndrome da Boazinha ”, descrita pela psicóloga Harriet B. Braiker no livro homônimo (ed. Best-Seller). O subtítulo revela a meta feminina: “Como ser poderosa curando sua compulsão por agradar”. Como? Diga “não” sempre que quiser dizer “não”, por exemplo. A dra. Braiker ensina técnicas e jeitos diferentes de dizer não: fazer uma contraproposta, se omitir, adiar a resposta ou simplesmente repetir a negativa como um “disco arranhado”.
Depois de superar a dependência da aprovação da família, dos colegas de trabalho e dos amigos, está na hora de entrar em campo. Essa mulher não tem mais nenhuma dúvida de que ser boa moça não faz sucesso. Em “Porque os homens se casam com as manipuladoras”, de Sherry Argov (ed. Best Seller), ela vai aprender a fazer um homem obedecê-la e ainda achar que a ideia foi dele, a ponto de implorar para que ela se case com ele.

Ao ser uma mulher livre, forte e segura e independente, certamente ela vai garfar o melhor solteirão do pedaço. Aliás, ela já sabia disso há tempos. Desde o lançamento de “ Meninas Boazinhas Vão para o Céu, as Más Vão à Luta ”, Ute Ehradt (Ed. Objetiva), que fez sucesso nos anos 1990, ela já tinha se acostumado com a ideia de ser um pouco rebelde para manter o respeito dos outros.

Mas mesmo tendo emagrecido ao desfrutar os prazeres da boa mesa, aprendido a se posicionar firmente e a dizer “não” e conhecendo todas as estratégias para evitar os canalhas, os violentos e os maus sujeitos, pode ainda ter um último problema pela frente. Depois depois de alguns encontros com o cara perfeito, ele deixa de retornar suas ligações e e-mails e ignora seu convite para sair.
 Ele simplesmente não está a fim de você ”, de Greg Behrendt e Liz Tuccillo (Ed. Rocco) dá uma luz: nem sempre o esforço feminino vale a pena, ainda que você tenha feito tudo para ser irresistível. Para Greg, “os homens preferem ser atropelados por elefantes pegando fogo do que dizer, pura e  simplesmente, que não estão a fim de você.” Nunca, em hipótese alguma, ela deve ir procurá-lo. Ao contrário, melhor desistir do rapaz em questão – e, quem sabe, começar o ciclo todo de novo. 

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