segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Por segurança, EUA anunciam fechamento de embaixada na Síria

Pessoal diplomático, incluindo o embaixador, vai deixar o país conflagrado.
Decisão sai após Rússia e China vetarem plano que pede saída de Assad.

Os Estados Unidos anunciaram nesta segunda-feira (6) que estão fechando sua embaixada na Síria por conta da piora da situação de segurança no país.

A medida aumenta o isolamento do regime do contestado presidente Bashar al Assad, que enfrenta com violência uma rebelição popular desde março do ano passado.

O Departamento de Estado havia prevenido, no fim de janeiro, que poderia fechar a embaixada caso as questões de segurança não fossem resolvidas.

Prédio da Embaixada dos EUA na Síria, em Damasco, em 12 de janeiro (Foto: AP)

Prédio da Embaixada dos EUA na Síria, em Damasco, em 12 de janeiro Leia mais notícias sobre a Revolta ÁrabeAgora, a diplomacia americana anunciou que suspendeu as operações da embaixada e está retirando todo o pessoal, inclusive o embaixador Robert Ford.

A embaixada americana em Damasco suspende todas as suas atividades a partir de 6 de fevereiro em consequência da continuação da violência e da deterioração das condições de segurança", informou o departamento de Estado em um comunicado, que também recomendou que os demais cidadãos americanos deixem o país.

"Nós, ao lado de diversas outras missões diplomáticas, transmitimos nossas preocupações com a segurança ao governo sírio, mas o regime não respondeu adequadamente", disse a porta-voz do Departamento de Estado Victoria Nuland em um comunicado.

Nuland afirmou que Ford manterá sua posição como embaixador norte-americano para a Síria e trabalhará com a sua equipe em Washington.

"Junto com outros funcionários norte-americanos, o embaixador Ford manterá contato com a oposição síria e prosseguirá com nossos esforços para apoiar uma transição política pacífica, almejada com tanta coragem pelo povo sírio", disse Nuland.

A decisão é tomada após China e Rússia terem vetado uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que endossava um plano da Liga Árabe pedindo a renúncia de Assad. EUA, União Europeia e países árabes apoiavam o texto.

Levantes árabes 30/01 (Foto: Editoria de Arte / G1)

Temor de guerra civil
O secretário-geral da Liga Árabe, Nabil Elaraby, disse nesta segunda-que o uso de artilharia pesada por parte do Exército da Siria contra civis era uma escalada que levava o país para a guerra civil.

"Acompanhamos com grande ansiedade e irritação os acontecimentos em campo na Síria, e a escalada das operações militares na cidade de Homs e nas áreas rurais de Damasco, e o uso de armas pesadas das Forças Armadas sírias contra civis", disse Elaraby, em um comunicado.

No comunicado publicado pela agência de notícias estatal egípcia, Elaraby afirmou que a escalada conduzia a crise na Síria a uma "direção grave", acrescentando que empurrava "as condições em direção à guerra civil".

A Liga Árabe enviou uma missão de observação para a Síria para monitorar a implementação de um acordo intermediado pela entidade, que visava à suspensão da agitação no país.

Mas a operação de monitoramento foi interrompida em 28 de janeiro devido à piora na violência.

Uma reunião com ministros árabes das Relações Exteriores para discutir a situação na Síria foi adiada em um dia, para 12 de fevereiro, disse a Liga em um comunicado separado nesta segunda-feira.

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