terça-feira, 14 de maio de 2013

Ativitas de movimentos feministas são homenageadas no plenário da Alerj

13/03/2012
 
 
 


O plenário da Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj) abriu suas portas na noite dessa segunda-feira, dia 12 de março, para receber dezenas de mulheres de diferentes grupos e homenagear ativitas de movimentos feministas. A sessão solene, nona edição do Diploma Mulher Cidadã Leolinda de Figueiredo Daltro, dá sequencia as atividades em comemoração ao Dia Internacional da Mulher (8 de março), evento organizado pela presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Alerj, deputada Inês Pandeló. O objetivo é o de reconhecer o trabalho de mulheres que se destacaram por suas atuações na luta pelos direitos femininos. Anualmente, dez mulheres recebem o diploma.
- É uma honra homenagear tantas mulheres que fazem a diferença no combate à discriminação, à violência e lutam por uma sociedade mais justa e igualitária. Essa é uma homenagem a todas as mulheres. Este é o nono ano em que entregamos o prêmio, em um momento feliz, onde comemoramos os 80 anos da conquista do voto feminino. Agora temos que trabalhar para garantirmos maior presença de mulheres nos espaços de poder - ponderou Pandelo.
Inês Pandeló aproveitou a data para homenagear a ministra Luiza Bairros, da secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, com a Medalha Tiradentes, a mais importante comenda do Parlamento Fluminense; e a deputada federal Irany Lopes (ex-ministra da secretaria de Políticas Públicas Para as Mulheres), com o Título de Cidadã do Estado do Rio de Janeiro. "A homenagem é o reconhecimento do trabalho dessas duas guerreiras que, atuando em diferentes frentes, lutam contra o preconceito, a discriminação e defendem os direitos daqueles que necessitam", justificou a parlamentar.
        
A ministra agradeceu a homenagem: "É uma honra e também uma grande responsabilidade receber esta medalha junto às comemorações do Dia Internacional da Mulher. Encaro essa homenagem como a renovação de meu compromisso em dar continuidade a minha missão, ao meu trabalho contra o preconceito e a discriminação. Na política precisamos promover a diversidade racial e de gênero". Iriny Lopes também agradeceu a homenagem e disse que essa era uma data de grande felicidade por se tornar cidadã do Estado do Rio de Janeiro. "Tenho muito orgulho de me tornar cidadã de um lugar por onde tenho tanto carinho e admiração, principalmente pela luta das mulheres fluminenses", salientou a deputada.

Também participaram da solenidade a superintendente de Direitos da Mulher da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, Cecília Teixeira Soares; a desembargadora Cristina Tereza Gaulia; e a presidente do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos do Negro (Comdedine), Dulce Vasconcelos.

As homenageadas da 9ª Edição do Diploma Mulher-Cidadã Leolinda de Figueiredo Daltro são:

* Adriana Ramos de Mello (juíza titular do 1º Juizado da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher); 
* Ana Rocha (presidente Estadual do PCdoB e fundadora da União Brasileira de Mulheres);
* Cleonir Alves - Tia Gaúcha (fundadora da COMZO - Conselho de Mulheres da Zona Oeste);
* Glória Marcia Percinoto (promotora de Justiça e militante do movimento feminista);
*  Irene Alves de Mello (enfermeira, militante dos direitos das mulheres e preservação do meio ambiente de Casimiro de Abreu);
* Idonis Batista da Silva (militante do movimento de mulheres e fundadora da Associação Beth Lobo de Volta Redonda);
*   Kássia Peixoto de Carvalho Barros (psicóloga do CIAM Marcia Lyra);
*  Maria Antonieta Rubio Tyrrell (enfermeira e ex-diretora da Escola de Enfermagem Ana Neri);
* Marileia Bezerra Alves (coordenadora do Centro de Referência de Atendimento a Mulher de Cabo Frio); e
*  Patrícia Tolmasquim (professora e militante do movimento de direitos humanos).

Quem foi Leolinda de Figueiredo Daltro (1860 a 1935)
Natural da Bahia, a educadora Leolinda Daltro trabalhou com grupos indígenas em Goiás. Precursora do movimento feminista no Brasil, fundou no Rio de Janeiro, em dezembro de 1910, depois que a justiça negou seu pedido de alistamento eleitoral, o Partido Republicano Feminino. O partido, pioneiro, defendia os direitos plenos da mulher. Também foi a responsável pela mobilização, em novembro de 1917, que reuniu quase 100 mulheres, em marcha pelas ruas do Rio de Janeiro pelo direito ao voto.
A rebeldia de Leolinda e de suas companheiras chamou a atenção da imprensa, provocou polêmica e deu visibilidade à condição feminina no Brasil. Ela foi a primeira feminista candidata às eleições municipais, em 1919. Entretanto, teve o registro negado. Apenas em 1932, o então presidente da República, Getúlio Vargas, concede às mulheres alfabetizadas o direito ao voto. Depois do Equador, o Brasil foi o segundo país da América Latina a conceder o direito. A Constituição Federal de 1934 assegurou igualdade de direitos sem distinção de sexo. 

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