Os manipulados são concentrados, mas duram menos. Os industrializados são testados à exaustão, mas não são feitos sob medida: veja os prós e contras antes de escolher o seu
Na busca pelo hidratante ou antirrugas perfeito, é comum
sair do consultório do dermatologista com receitas prontas para serem
levadas à farmácia de manipulação. Não é raro, também, ficar na dúvida
sobre as diferenças entre os produtos manipulados ou industrializados.
Dentre as vantagens da farmácia de
manipulação, está a possibilidade do médico escolher a dosagem e
composição específica para cada paciente, podendo fugir dos limites
impostos por lei aos industrializados. Ainda é possível combinar mais de
um princípio ativo no mesmo veículo - creme, loção, gel, mousse etc. -,
economizando tempo e espaço na penteadeira.
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Industrializado ou manipulado?
Cada tipo de cosmético tem suas particularidades, fique de olho nos prós
e contras antes de escolher
Para Vânia Leite, professora do departamento de
cosmetologia da Universidade Federal do Estado de São Paulo (Unifesp),
há casos em que o manipulado é, sim, o mais indicado. Como as fórmulas
são elaboradas considerando as particularidades de cada pessoa, você
nunca deve pedir uma receita emprestada a uma amiga. É este também o
motivo pelo qual você não pode chegar na farmácia sem a formulação feita
por seu dermatologista. “O farmacêutico só pode fornecer o medicamento
ou cosmético mediante apresentação de receita”, explica Vânia.
É aí que entram os produtos industrializados. Além de
estarem cada vez mais segmentados, você pode encontrar seu produto ideal
na base da tentativa e erro. “Há alguns anos, todo mundo tinha de usar o
mesmo xampu. Hoje, você encontra produtos para todos os tipos de cabelo
em qualquer supermercado”, exemplifica Vânia. “No passado, o único
jeito de ter um cosmético específico para seu tipo de pele ou cabelo era
indo à farmácia de manipulação”, arremata.
Com tanta variedade, algumas pessoas tentam copiar um
creme industrializado que compraram em uma viagem, por exemplo. Porém,
segundo Maria Valéria Robles, professora do departamento de cosmetologia
da Faculdade de Farmácia da Universidade de São Paulo (USP), isto é
impossível. “Os cosméticos vêm com os ingredientes especificados no
rótulo, mas não com as quantidades. A variação de 0,1% em um deles pode
alterar completamente o funcionamento do produto”, explica.
Mesmo assim, para Valéria, é mais fácil se dar bem com
produtos manipulados do que com os industrializados. “O médico está mais
próximo do paciente do que o serviço de atendimento ao cliente”, ela
conta. “Por isso, os efeitos são acompanhados durante o tratamento, e
ajustes na fórmula e, até, no veículo utilizado podem ser feitos”. Deste
modo, você pode ter seu dermocosmético adaptado a seu estilo de vida.
Já a dermatologista Carolina Marçon vê mais vantagens nos
produtos industrializados. Além de atenderem a diversos biotipos, as
marcas fazem testes por meses e até anos antes de lançar um produto no
mercado. Com isso, há o respaldo científico de que a fórmula
industrializada funciona e, ainda, sabe-se com certeza quais são seus
possíveis efeitos colaterais. “Com os manipulados só podemos ter
previsões do seu comportamento, pois cada um utiliza veículos e
porcentagens diferentes de princípios ativos. Os industrializados já têm
sua eficácia comprovada”, alerta Carolina.
Os produtos manipulados têm, ainda, menor data de
validade e controle de qualidade variável de farmácia para farmácia.
Este é um dos motivos pelos quais uma farmácia de manipulação não pode
produzir em larga escala. Caso uma delas tenha o interesse de lançar uma
linha própria, por exemplo, é necessário que se monte uma estrutura
industrial para cumprir com as normas de higiene e segurança.
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