Para cada homem com depressão no mundo, há duas mulheres, segundo estatísticas da ONU (Organização das Nações Unidas)
“Há dois principais tipos de depressão: a endógena, causada por
fatores internos, como falta de lítio ou disfunções hormonais, e
exógena, por fatores externos, como desemprego”, afirma Maria das Mercês
Cabral, pesquisadora da Universidade Federal de Pernambuco. “Essa
doença aumentou entre mulheres porque boa parte são depressões
provocadas pela vivência emocional dela e pelo ambiente. A mulher leva
uma vida muito dura, é muito maltratada como categoria humana. Logo,
sente mais infelicidade”, afirma.
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Depressão é mais comum em mulheres do que em homens
Segundo a ONU, as estatísticas apontam para perfis diferentes
de causas para doenças psiquiátricas em homens e mulheres. O sofrimento
psíquico feminino é causado sobretudo por questões circunstanciais da
vida das mulheres, como dependência econômica, exaustão, medo,
sobrecarga de trabalho e violência doméstica e civil.
Autoestima feminina
“Mas o que mais pesa é o valor social do homem, que a mulher não tem. Ela ainda é desvalorizada”, afirma. “Especialmente para as criadas com uma dependência afetiva de um companheiro, a violência doméstica é um grande fator de depressão da mulher. A violência psicológica é uma desvalorização construída socialmente”, diz. Não precisa ir longe: brincadeiras como “lugar de mulher é na cozinha” interferem na autoestima feminina.
“Mas o que mais pesa é o valor social do homem, que a mulher não tem. Ela ainda é desvalorizada”, afirma. “Especialmente para as criadas com uma dependência afetiva de um companheiro, a violência doméstica é um grande fator de depressão da mulher. A violência psicológica é uma desvalorização construída socialmente”, diz. Não precisa ir longe: brincadeiras como “lugar de mulher é na cozinha” interferem na autoestima feminina.
Embora mulheres sejam mais abertas para falar de seus sintomas e isso
facilite diagnósticos, faltam treinamento e preparo aos profissionais
de saúde da mulher. “Ser bem tratada no parto, por exemplo, faz toda a
diferença”, afirma a pesquisadora. “É comum uma depressão pós-parto ser
‘diagnosticada’ como uma má mãe, que não gosta do seu filho”, diz. O
esforço contra a depressão deve ser contínuo. “Toda política pública que
atenda a saúde da mulher de forma integral de alguma forma ataca a
depressão também.”
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