Existem várias palavras na Bíblia que são traduzidas como vinho ou bebida forte:
Oinos: vinho embriagante ou vinho doce (puro suco da uva)
Yaín: vinho embriagante ou vinho doce (puro suco da uva)
Shekar: bebida embriagante
Tyrosh: vinho fresco recém-espremido da uva; o puro suco da uva.
Yaín: vinho embriagante ou vinho doce (puro suco da uva)
Shekar: bebida embriagante
Tyrosh: vinho fresco recém-espremido da uva; o puro suco da uva.
Algumas pessoas pensam não haver vinho não fermentado. Porém, isso não procede. A Enciclopédia Judaica, por exemplo, declara que o vinho fresco antes da fermentação era chamado yayin-mi-gat (vinho de tonel) [1]. Em Lamentações 2:12, fala-se de um vinho (yaín) como alimento de bebês de colo; tal vinho só poderia ser o puro suco da uva.
O escritor e filosofo grego Aristóteles utiliza a palavra oinos para descrever o suco fresco da uva.[2] Ateneu, escritor grego nascido no Egito, fala sobre vinho (oinos) sendo pego no campo.[3]
Yaín (heb.) e oinos (gr.) são palavras genéricas que significam todos os tipos de vinhos que existem, sejam os embriagantes ou os não fermentados. Logo, para identificarmos quando está se tratando de um ou de outro tipo de vinho, deve-se, sobretudo, avaliar o contexto literário e o contexto social da época. Mas voltemos à pergunta principal: Qual o tipo de vinho abençoado por Deus?
Só há um tipo de vinho que é bênção do Senhor: tyrosh, o puro suco da uva recém-espremida. Isaías 65:8 diz: “Assim diz o Senhor: Como quando se acha vinho (tyrosh) num cacho de uvas, dizem: Não o desperdices, pois há bênção (bêrakah) nele…” Bêrakah, além de “bênção”, quer dizer: “louvor a Deus”, “prosperidade”, “acordo de paz”.
Em Provérbios 3:10, tyrosh aparece como símbolo de bênção e prosperidade: “E se encherão fartamente os teus celeiros e transbordarão de vinho (tyrosh) os teus lagares.” Também em Deuteronômio 11:14: “Darei as chuvas da vossa terra a seu tempo, as primeiras e as últimas, para que recolhais o vosso cereal e o vosso vinho (tyrosh) e o vosso azeite.”
Todos os vinhos embriagantes e as demais bebidas fortes são tidas como mortíferas (Pv 23:29-32) ou alvoroçadoras (Pv 20:1; Ef 5:18) e impróprias para o consumo daqueles que seguem a sabedoria e a justiça (Pv 23:20, 31, 32 e Pv 31:4).
Provérbios 23:29 e 30 afirma que os “ais”, os “pesares”, as “pelejas”, as “queixas”, as “feridas sem causa” e os “olhos vermelhos” são para dois tipos de pessoas: os que se demoram perto do vinho e para os que buscam (chaqar) o vinho misturado (nesse caso, o embriagante).
A palavra hebraica chaqar, além de “buscar”, também significa “pesquisar”, “analisar”, “investigar”, “procurar”, “esquadrinhar”, “examinar detalhadamente”; em outras palavras, todos aqueles males listados no versículo 29 também são para os que procuram consumir bebida embriagante.
Avaliando esses termos e aspectos da Palavra de Deus, fica fácil concluir que, quando a Bíblia afirma: “O vinho (yaín) que alegra (samach) o coração do homem…” (Sl 104:15), ou: “…come com alegria o teu pão e bebe gostosamente o teu vinho (yaín)”, ou coisas semelhantes, está se referindo ao puro suco da uva (tyrosh), pois é neste que habita a alegria verdadeira e a bênção do Senhor.
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