Oito pessoas caíram de altura de sete metros após trava de um dos brinquedos se abrir na tarde de domingo
São Paulo
04/04/2011 11:36 - Atualizada às 14:38
Compartilhar: Três pessoas seguem internadas, nesta segunda-feira, após se acidentarem, na tarde de domingo, no brinquedo Double Shock, do parque de diversões Playcenter, na Barra Funda, zona oeste de São Paulo.
As vítimas estão na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Metropolitano da capital. Entre elas, está Daniele Aparecida Pansarin, de 30 anos, que sofreu ferimentos no face e na perna, mas, segundo o hospital, está com quadro clínico estável. A Santa Casa de Misericórdia, para onde Daniele foi levada assim que caiu do brinquedo, informou que ela deu entrada no local com uma fratura exposta na perna.
As outras vítimas são Suzana Martins de Souza, de 19 anos, e Adriane Pereira Barros, de 13 anos. Conforme o hospital, os familiares das duas não autorizaram a divulgação de informações sobre o estado de saúde delas.
Funcionários da Polícia Científica realizam perícia no brinquedo Double Shock, no Playcenter
Ao todo, oito pessoas ficaram feridas após a trava de segurança do brinquedo se abrir em plena operação e parte dos ocupantes ser arremessada de uma altura de sete metros. Dez viaturas dos bombeiros foram enviadas para prestar socorro às vítimas.
Perícia e inquérito
A atração está interditada desde o acidente. Engenheiros peritos do Instituto de Criminalística (IC) da Polícia Técnico Científica chegaram no fim desta manhã ao parque para iniciar a perícia no brinquedo, que será acompanhada por técnicos do parque. O resultado final deve sair em 30 dias.
O parque informou que o equipamento estava com a manutenção em dia e que está trabalhando e contribuindo com as autoridades para apurar as razões do ocorrido. Por meio de nota, o Playcenter diz também que "prestando apoio às três pessoas que permanecem hospitalizadas".
A Polícia Civil também instaurou inquérito criminal para apurar as eventuais responsabilidades pelo acidente. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), o delegado da 23ª DP, em Perdizes, está ouvindo, nesta segunda-feira, várias testemunhas, entre elas três funcionários do parque.
Pânico e falta de informação
No domingo, pessoas que estavam no brinquedo relaram os momentos de pânico que passaram e a dificuldade para obter informações sobre os amigos acidentados. A vendedora Kamyla Marques, de 21 anos, foi uma delas. Ela e outros quatro amigos estavam no brinquedo no momento da pane, mas sua trava de segurança não abriu. "A gente não sabe de nada, colocaram todos para fora sem dar satisfação", diz ela. "Só sabemos que são nossos amigos porque eles estavam no brinquedo na hora do acidente, e uma outra colega viu um deles com a cabeça sangrando", afirma.
A autônoma Cione Ramos, de 34 anos, conta que tentou duas vezes ir no brinquedo, mas que ele esteve momentaneamente fechado para manutenção técnica. "Foi uma bênção de Deus, poderia ter sido eu", diz ela, que foi ao Playcenter com dois filhos e amigos.
O "Double Shock", um dos brinquedos apontados pelo parque como "radical", tem duas gôndolas que giram e balançam 360 graus e em sentido horário e anti-horário - no ponto mais alto, a atração atinge 12 metros de altura. A trava de segurança do Double Shock vem das costas dos ocupantes e fecha na altura da cintura. Em uma das fileiras, esse equipamento abriu, o que fez com que as pessoas caíssem no chão sem nenhum tipo de apoio ou rede de segurança.
O brinquedo Double Shock, do Playcenter, onde aconteceu o acidente
Outro acidente
Esse foi o segundo acidente no local em pouco mais de seis meses. Em setembro do ano passado, o choque entre dois carros de montanha-russa no Playcenter deixou 16 pessoas feridas. Com sangramentos no nariz e escoriações na cabeça, vítimas foram levadas ao Hospital Metropolitano, na Lapa, zona oeste.
Peritos do Instituto de Criminalística (IC) constataram que a batida não foi causada por pane nos veículos, mas por um problema nos freios.
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