Sites da Presidência e outros órgãos voltaram a apresentar problemas; página da UnB ganhou até anúncio de 'cerveja grátis'
No quarto dia de ataques intensificados em sites públicos, hackers invadiram novamente neste sábado vários sites governamentais. As invasões, que estão sendo investigadas pela Polícia Federal, passaram a ser acompanhadas também pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência.
Hoje, circularam em Brasília até mesmo informações de invasão ao sistema da Abin. Técnicos da instituição, entretanto, negaram ter sido alvo de uma invasão. Um dos ataques de hoje atingiu o site da Universidade de Brasília (UnB), que ganhou logo após a meia-noite notícias absurdas, como o anúncio de que o Centro Acadêmico (CA) de Biologia ganharia cerveja por conta da universidade, como resultado de uma sindicância para realizar mais festas de fim de semana no campus.
Página sai do ar após ataque de hackers
Outra notícia do site no início da madrugada apontava que o reitor teria sido "assaltado por pivetes", segundo o boletim Campus Online. As alterações foram feitas sobre notícias e fotos publicadas ontem no site da universidades. Informações sobre a invasão já foram enviadas ao departamento de crimes cibernéticos da PF.
O Serviço de Processamento de Dados do Governo Federal (Serpro) afirmou, entretanto, que o dia de hoje é de relativa tranquilidade, sem interrupção de serviço dos principais sites do governo federal. Durante a tarde, o site da Presidência voltou a apresentar lentidão, mas o Serpro afirma que isso decorre de ações para reforço de segurança no portal, e não por novos ataques.
Hoje pela manhã, o site da Secretaria de Administração de Mato Grosso ficou fora do ar após sofrer um ataque hacker. A página deve permanecer inativa por tempo indeterminado, segundo a Secretaria de Comunicação Social (Secom) do Estado. A Assembleia Legislativa do Amazonas também teria registrado problemas em seu site.
Mais tarde, até o senador paranaense Roberto Requião (PMDB) disse ter sido vítima de um ataque. Ele afirmou no Twitter que sua página na internet foi invadida por volta das 14 horas. "Desocupados invadiram meu sítio", queixou-se Requião. "Polícia Federal nesses canalhas!", completou.
Quatro dias de ataques
Os ataques de hoje marcam mais um dia de ação dos contra páginas oficiais. Diante da onda de invasões, que já resultou até mesmo no vazamento de supostos dados pessoais da presidenta Dilma, o governo acionou a Polícia Federal e a Abin.
'Pegamos balada, bebemos, somos comuns'
Grupo diz ter atacado 500 sites governamentais
Páginas da Infraero e Esporte saem do ar
Os ataques tiveram início na quarta-feira, quando um grupo de crackers quebrou a segurança de um site do Exército e roubou dados como CPFs e endereços de email. Desde então, vários sites oficiais foram invadidos. Entraram na lista as páginas da Presidência, do Governo Brasileiro, da Petrobras, do Senado, do IBGE, além de vários ministérios e órgãos oficiais. Algumas áreas do governo que tiveram suas páginas tiradas do ar negaram ataques e disseram que a falha reflete medidas preventivas diante das ameaças. Nesta sexta-feira, por exemplo, houve ataques ao site do Ministério dos Esportes e até ao Twitter do presidente da Câmara, deputado federal Marco Maia (PT-RS).
O governo brasileiro diante de ameaças virtuais costuma ser a do contra-ataque. No Exército, por exemplo, a tarefa cabe ao general José Carlos dos Santos, apelidado de "General Firewall", que comanda um centro encarregado de detectar ataques de vírus e outras ameaças.
Nos últimos dias, além da escalada no número de ataques, o tom das ameaças também aumentou. Ao derrubar o site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na madrugada desta sexta-feira, um grupo de hackers disse que, neste mês, o governo vai viver o maior número de ataques virtuais da sua história. Eles descrevem a ação como uma forma de protesto de quem quer um Brasil melhor.
Ontem, integrantes do grupo cracker Fatal Error Crew se descreveram como pessoas "comuns". "Pegamos balada, bebemos", disse um membro do grupo. O mesmo grupo diz ter atacado 500 sites de prefeituras e câmaras municipais.
*Com informações da Reuters e Agência Estado
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