terça-feira, 28 de junho de 2011

Como agasalhar seu filho na medida certa

Casaco, luva, cachecol, gorro! O armário dele pode estar cheio de roupas e acessórios, mas tome cuidado para não exagerar
É hora de sair de casa e o termômetro da rua aponta 15 graus. Diante dessa informação, uma das vontades da mãe de primeira viagem é tirar todas as roupinhas de frio do armário do filho pequeno e encapotá-lo de maneira a deixar o bebê só com os olhinhos de fora. Porém, há controvérsias.
Exagerar nas roupas da criança, dependendo do frio que estiver lá fora, pode gerar um incômodo muito grande e aumenta o risco de transpiração, desidratação e brotoejas. Por isso, para que seu filho não sofra desnecessariamente, é preciso ter, principalmente, bom senso.
- O guia dos medos das crianças
Para a pediatra Rosângela Garbers, existe um mito de que as crianças sentem mais frio do que os adultos, e os pais devem sempre lembrar que isso não é verdade. Por outro lado, segundo a pediatra do Ambulatório de Pediatria Social do Hospital Sírio Libanês Carolina Luisa Alves Barbieri, os bebês pequenos – principalmente os menores de seis meses – têm o mecanismo de regulação da temperatura ainda muito imaturo e a pele ainda muito fina, fatores que colaboram para fazer o bebê perder mais calor que o adulto, mas isso não significa que eles serão mais friorentos.
“Os bebês de até seis meses devem ser agasalhados de acordo com a temperatura ambiente e, de um modo geral, com uma peça de roupa a mais que o adulto”, diz a especialista. Já as crianças maiores devem usar a mesma quantidade de roupas de inverno que os adultos. Não há razão para exagerar, segundo a pediatra.
Evite sair de casa em dias muito frios
O principal problema de sair com os filhos pequenos no frio é, de acordo com Tadeu Fernando Fernandes, vice-presidente do Departamento de Pediatria Ambulatorial e Cuidados Primários da Sociedade de Pediatria de São Paulo, a impossibilidade de aquecer o ar que eles respiram. “Este ar frio faz mais mal do que o que bate no corpo, então é melhor evitar sair de casa com os pequenos durante a noite e se estiver ventando muito”, diz. O vento pode ocasionar, principalmente, dor de ouvido e de garganta, afirma Rosângela.
Se as pessoas precisarem sair de casa com crianças durante os dias mais frios, Tadeu afirma que luvas e gorros são importantes para os recém-nascidos, mas nem tanto para os que já passaram dos seis meses de vida. “E se a criança não aceitar, não precisa insistir. É melhor cobrir com uma coberta até chegar a um lugar fechado”, sugere. Já Carolina acha que se a temperatura estiver muito baixa estes acessórios são indicados até mesmo para crianças mais velhas. Segundo ela, a cabeça é o local de maior perda de calor na criança e as mãos costumam estar frias.
Nariz gelado ou pescoço quente
Para saber se um bebê está usando muita ou pouca roupa, os pais devem ficar atentos para saber se o pequeno está transpirando ou com o nariz gelado, que mostra que a criança está com frio. “Se as roupas próximas à pele estiverem úmidas, o cabelo da região da nuca estiver molhado e o pescoço quente, provavelmente ela está excessivamente agasalhada”, diz Carolina.
A pediatra Rosângela Garbers lembra que estes cuidados deverão permanecer até os dois anos de idade da criança, que é quando ela já é capaz de pedir para tirar o casaco. “É preciso respeitar as crianças quando atingem idade suficiente para se expressarem diante do excesso ou falta de agasalhos”, ela afirma.
Cuidado com peças de lã
O recomendado é que as crianças usem roupas confortáveis – que proporcionam maior qualidade de vida – ao invés de peças justas, de tecido sintético ou muito pesadas. “Pais devem dar preferência às roupas de algodão, principalmente as que terão contato direto com a pele”, afirma Carolina. Afinal, algumas peças de roupa de inverno – mesmo as infantis – podem causar alergia nas crianças como casacos de lã, por exemplo. Neste caso, a especialista sugere que os pais optem por roupas de lã antialérgica.
A especialista ainda comenta que, em dias muito frios, os pais devem preferir o vestuário dos filhos no estilo “casca de cebola”, ou seja, várias peças de roupa ao invés de apenas um casaco muito pesado, por exemplo. “Assim, se houver uma mudança brusca de temperatura, é possível tirar ou acrescentar uma peça na criança”, diz. Para que não haja reações alérgicas ou aparecimento de doenças respiratórias, Carolina sugere que os agasalhos, edredons e cobertores sejam lavados antes de usar.



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