Médicos e terapeutas deveriam indicar atividade física com mais freqüência a seus pacientes, dizem pesquisadores
Pesquisadores americanos analisaram os resultados de um grande número de estudos publicados e concluíram que a atividade física deveria ser mais frequentemente prescrita por médicos e terapeutas.
“Os exercícios geram grandes benefícios para a saúde mental”, diz Jasper Smits, diretor do Programa de Pesquisa e Tratamento da Ansiedade na Universidade Southern Methodist, de Dallas. “Quanto mais terapeutas aprenderem isso, melhor será a condição de seus pacientes.”
Smits e Michael Otto, professor de psicologia da Universidade de Boston, basearam suas descobertas na análise de dúzias de estudos populacionais, clínicos e meta-analíticos sobre a relação entre os exercícios e a saúde mental, e sobre a redução da sensação de ansiedade por meio da prática de exercícios. A análise dos pesquisadores demonstrou a eficácia dos programas de exercício na redução da depressão e da ansiedade.
“Os tratamentos tradicionais como terapia cognitivo-comportamental e a farmacoterapia não atingem a todos que precisam delas”, diz Smits, que também é professor de psicologia.
“Exercitar-se pode ser uma opção para pessoas que não podem fazer os tratamentos tradicionais por causa do alto custo ou pela falta de acesso ou mesmo por quem teme ser estereotipado por esses tipos de terapia”, afirma. “Os exercícios também podem complementar os tratamentos tradicionais, ajudando os pacientes a se tornarem mais focados e comprometidos.”
Os pesquisadores apresentaram suas conclusões no início do mês passado, em Baltimore, durante a conferência anual da Associação Americana de Transtornos de Ansiedade. O workshop foi baseado no guia terapêutico criado pela dupla chamado “exercícios para transtornos de humor e ansiedade”, que é acompanhado por um livro de atividade para os pacientes (Oxford University Press, September 2009).
“Indivíduos que se exercitaram apresentaram menos sintomas de ansiedade e depressão, além de níveis menores de estresse e raiva”, afirma Smits. “A prática de exercícios parece atuar em sistemas neurotransmissores específicos do cérebro, assim como os antidepressivos, e isso tem ajudado os pacientes que sofrem de depressão a restabelecer comportamentos positivos. Para pacientes que sofrem de ansiedade, os exercícios reduzem seus medos do medo e de sensações corporais relacionadas ao medo, como coração acelerado e respiração ofegante.”
Depois que os pacientes tenham passado por uma avaliação física, explica Smits, eles devem seguir a dose recomendada pelas autoridades de saúde pública, que é de 150 minutos por semana de atividade moderada ou 75 minutos por semana de atividade física intensa. Em uma realidade em que 40% dos americanos são sedentários, ele diz, psicólogos e terapeutas podem servir como instrutores de ginásticas e motivadores.
“Em vez de enfatizar os benefícios a longo prazo de um programa de exercícios – o que pode ser difícil de justificar – nós pedimos aos profissionais que foquem seus pacientes nos resultado imediatos”, diz Smits. “Com apenas 25 minutos de exercício, o humor melhora, o estresse é reduzido – isso o deixará mais motivado para se exercitar mais no dia seguinte. Mau-humor não é mais um obstáculo para os exercícios, é uma razão para se exercitar.”
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