Secretaria de Assistência Social de Casimiro de Abreu fomenta reaproveitamento de materiais que seriam descartados indevidamente na natureza
Desde 2010, garrafas PET, caixas de leite, jornal velho e óleo usado de cozinha estão ganhando uma destinação que preserva o meio ambiente e gera renda para famílias carentes de Palmital, bairro de Casimiro de Abreu. Por meio do projeto Questão de Mulher, da Secretaria Municipal de Assistência Social, a perspectiva para diversos moradores e para a natureza foi renovada. Além da criação de artesanatos feitos para fins de comercialização, muito dos materiais se transformam em produtos de limpeza que minimizam os impactos no meio ambiente e ainda proporcionam economia nos gastos com compras.
Uma vez por semana, 20 mulheres, desde adolescentes a idosas, integrantes do projeto se reúnem no Centro Comunitário do Palmital para participar das oficinas de reciclagem e de outros tipos de artesanatos que utilizam técnicas como patchwork, vagonite, crochê e pintura em tecido. A comercialização é feita em feiras, eventos e no Armazém das Artes, espaço que ainda esta semana será inaugurado no Centro de Casimiro de Abreu pela Prefeitura.
A secretária de Assistência Social, Rosana Lélia, explica que a preocupação da Administração Municipal em fomentar a geração de renda por meio da qualificação e, sobretudo, oferecer uma destinação correta ao material que em geral era descartado foram alguns dos fatores que motivaram a criação da oficina de reciclagem dentro do projeto Questão de Mulher.
Moradora do Palmital, Maria da Costa, de 74 anos, conta que mesmo sendo dona de casa não sabia qual era a origem do sabão em barra. Ao descobrir, durante as oficinas, ficou surpresa e motivada a juntar o óleo usado. Maria explica que desde 2010 consome o sabão que ela própria confecciona e ainda distribui para os cinco filhos. “Todos deixaram de comprar no mercado para consumir do meu sabão. Com isso, fazemos uma economia muito boa”, declara.
Já sua colega de projeto e xará, Maria Gomes, embora soubesse que o sabão é feito a partir do óleo vegetal, revela que até ingressar no Questão de Mulher não havia se interessado em pelo assunto porque nunca foi adepta a frituras. “Sempre foi uma raridade ter óleo em casa”, complementou. Mas Maria, após começar a frequentar as aulas do projeto, ficou sensibilizada com as consequências do descarte indevido de óleo usado, e, pela força de vontade em contribuir para a preservação da natureza, passou a recolher óleo velho utilizado pela vizinhança. Como contrapartida, doa algumas barras de sabão para os vizinhos. As demais é para consumo próprio e para a comercialização. “Coloco essência de eucalipto que deixa o sabão tão cheiroso que até na máquina de lavar eu o utilizo picadinho”, disse.
Interessadas em participar das oficinas do Questão de Mulher podem procurar o Centro Comunitário do Palmital ou o Centro Referência da Assistência Social, em Barra de São João.
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