Secretaria contabiliza 606 casos suspeitos, recomenda vacinação e reconhece surto da doença
“A principal recomendação é para os pais verificarem a carteira de vacinação. Quem não tomou, precisa tomar a vacina. E quem não sabe se tomou ou não, deve comparecer a um posto de saúde para tomar de novo”, explicou Soran. A eficácia da vacina, de acordo com a secretaria municipal de Saúde, é de 97%, ou seja, a probabilidade é de que a grande maioria dos casos registrados sejam de jovens e crianças que não estavam vacinados.
“Está havendo uma corrida aos postos de saúde, mas é preciso lembrar que as complicações da caxumba, como meningite viral ou mesmo esterilidade, são raríssimas”, explicou o subsecretário estadual de Vigilância, Alexandre Chieppe.
SECRETARIA INVESTIGA MORTE POR MENINGITE VIRAL
A estudante Juliana Guedes, de 13 anos, aluna do 1º ano do Ensino Médio, no colégio PH, filial Barrinha, estava internada havia dez dias em coma. A adolescente chegou ao hospital, há duas semanas, com quadro de meningite viral. Segundo amigos, ela foi atendida inicialmente no Hospital Barra D’or, e depois transferida para outra unidade. Médicos que atenderam a jovem contaram que ela sofreu várias convulsões. Médicos orientaram o isolamento respiratório dos casos suspeitos pelo período de 10 dias.
Na última terça-feira, Juliana não resistiu à doença. Em meio a muita dor e comoção, a adolescente foi sepultada no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na zona oeste da cidade. Nas redes sociais, amigos e familiares deixaram mensagens de despedida para a adolescente, a quem chamavam de ‘anjo’. “Estamos todos extremamente abalados. Foi muito triste. Quem puder, que ore por esta família”, disse uma amiga.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, até o momento não há confirmação de que a meningite viral contraída por Juliana tenha sido causada por caxumba.
Dor de ouvido e febre alta
O menino Matheus Balthar, de 11 anos, está há uma semana sem ir para o colégio, onde cursa 6º ano no Colégio Cruzeiro de Jacarepaguá, por conta da caxumba. A mãe, Flaviane Balthar, 39, disse que os sintomas começaram com uma dor no ouvido, sem febre. No dia seguinte, a febre começou a despontar, chegando a quase 40 graus.
“Meu filho é vacinado, e foi contaminado na escola. O melhor amigo dele estava doente também. Dois dias depois, o Matheus apareceu se sentindo mal. O quadro foi só piorando”, conta a mãe. “ Na escola é muito fácil porque eles ficam em contato o tempo todo, em ambiente fechado”, completou Flaviane, que também é médica.
No Colégio Santo Inácio, em Botafogo, as mães estão preocupadas com o surto da doença. Flávia Dias, 36, advogada, mãe da pequena Isabela Dias, 7, aluna do 1º ano, sente-se aliviada com a chegada das férias. “Pelo menos o risco de contaminação é menor nas férias. O risco de contágio em sala de aula é alto, ainda que ela possa pegar até num parquinho”, disse Flávia.
Para Bianca Castro, 39, mãe da pequena Geovanna, 7, ter informações é fundamental para saber como agir. “Fiquei bastante preocupada porque precisamos estar atentas ao que cerca nossas filhas. No caso de um surto real, é importante ver as recomendações, como orientar as crianças na escola", disse. A Secretaria de Saúde informa que não há razão para pânico porque a caxumba é uma doença com raros casos de complicação.
Ações para evitar novos contágios
Para tentar reduzir o contágio de caxumba entre crianças e adolescentes escolas do Rio adotaram algumas medidas. O colégio Andrews, onde foram constatados cinco casos entre alunos do Ensino Médio e três em funcionários, notificou o Centro Municipal de Saúde Manoel José Ferreira e as famílias.
No Colégio Alfa Cem, com unidades em Jacarepaguá e na Barra, e no Cruzeiro, os pais foram alertados para que a criança com sintomas da doença não seja levada à escola. “'A escola tem ambientes bem amplos e arejados. Usamos copos descartáveis e àlcool gel na limpeza', explicou a diretora, Maria Carolina. Com 11 casos desde abril, o Notre Dame está cobrando dos pais o compromisso com a atualização das carteiras de vacinação.
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