sexta-feira, 13 de maio de 2011

"Todo Mundo Tem Problemas Sexuais" traz histórias cômicas


Adaptação do sucesso do teatro também é dirigida por Domingos de Oliveira
Pedro Cardoso e Claudia Abreu em "Todo Mundo Tem Problemas Sexuais"
Pouca gente é capaz de falar de amor e de sexo com a inteligência, sensibilidade, humor e até poesia de Domingos de Oliveira ("Juventude", "Separações", "Amores"). O veterano dramaturgo, cineasta e ator tem um jeito todo especial para renovar o olhar sobre aqueles que são os assuntos mais antigos e polêmicos do mundo – e acerta quase sempre.
Acertou de novo em "Todo Mundo Tem Problemas Sexuais", adaptação cinematográfica dirigida por ele mesmo a partir de uma peça sua, que foi um enorme sucesso nos palcos – calcula-se que foi vista por 200 mil pessoas em suas turnês pelo Brasil, desde a estreia, em 2000.
Então, por que levá-la para o cinema? Logo no começo do filme, o próprio Domingos responde: "Para emprestar ao cinema alguns dos poderes do teatro, que é mais velho".
Também se pode pensar que, no cinema, ficarão eternizadas em celulóide algumas das situações impagáveis registradas na peça, que colheu suas histórias entre as cartas anônimas recebidas pelo terapeuta Alberto Godin, para a coluna Vida Íntima, do jornal O Globo. Godin, aliás, codirigiu a peça.
Vários atores vêm do elenco original do teatro, caso de Pedro Cardoso e Priscilla Rozenbaum, que interpretam um dos casais tumultuados do filme – aquele em que o homem, inseguro, recorre ao Viagra, abalando a auto-estima da parceira. Nesse segmento, é particularmente saborosa a intervenção de dois "terapeutas" (Cláudia Abreu e Ricardo Kosovski), que surgem magicamente e tentam mediar o conflito dos amantes.
Em outro esquete, Pedro e a impagável Paloma Riani vivem um casal ultra-convencional que descobre o próprio potencial de fantasias reprimidas depois de um incidente vivido com o chefe dela (Orã Figueiredo). Também ao lado de Paloma, Pedro vive o funcionário de farmácia que sonha conquistar a colega ousada e desbocada que não quer nada com ele – até que ele recorre a uma esperteza.



Cláudia Abreu divide a cena com Pedro em outra situação, em que o casal vive liberadamente suas fantasias sexuais, com uma postura muito agressiva por parte dela – até que uma troca de casais muda definitivamente alguma coisa nele.
Nenhuma outra parte do filme é tão hilariante quanto a final, em que Pedro interpreta – nada mais, nada menos – do que o pênis: uma situação que veio do teatro e costuma, literalmente, levar a plateia às lágrimas, de tanto rir.
Em várias sequências, Domingos de Oliveira opta por intercalar a montagem de um esquete com trechos de apresentações teatrais da mesma situação – o que dá um molho especial ao filme, numa espécie de diálogo entre as artes.








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