No dia do Orgulho Nerd, conheça histórias de garotas que não dispensam a alegria - e as praticidades - de ter um namorado nerd
Em "The Big Bag Theory", o físico Leonard conquista o coração de Penny
"Nerd" já foi um dia rótulo indesejado. Mas hoje, ser designado com esta palavra é algo a ser exaltado. É justamente disso que se trata o Dia Internacional do Orgulho Nerd, comemorado nesta quarta-feira (25). Ser nerd virou "cool". O sucesso de seriados como "The Big Bang Theory" e "Glee", comprova isso e, se antes gostar de filmes de ficção científica era motivo de chacota, agora são os geeks que conquistam os corações delas.
Ainda no colégio, enquanto as amigas cobiçavam os caras populares, esportistas e que faziam festas em casa quando os pais viajavam, a hoje jornalista Flavia Saad, que na época tinha 16 anos, apaixonou-se pelo cara quietão, fã de "Star Wars", que gostava de filmes fora do circuito e bandas alternativas.
Embora tenha sido rejeitada pelo nerd da classe, o que pode ter sido um pouco desolador já que, segundo ela, “ser nerd não era descolado na época”, Flavia seguiu em frente e, na faculdade, os dois se reencontraram. E entre livros do Douglas Adams, brinquedos de “Star Wars” e uma parte da sequência de
“O Senhor dos Anéis” vista três vezes no cinema, o romance dos dois engatou, evoluiu e, hoje, estão casados há quase quatro anos. “Ter um marido nerd é bom porque ele conserta tudo na casa, resolve quando a internet não funciona e dá presentes tipo iPhone de aniversário”, ri Flavia.
Rafael de Aquino, o marido, é formado em engenharia, portanto, um genuíno nerd de exatas. “Uma vez ele me deu um conjunto de pilhas recarregáveis e um carregador de dia dos namorados”, conta Flavia. “Eu tinha acabado de comprar uma máquina digital e ele me deu esse presente. A intenção foi ótima, mas menina não espera um presente desses, principalmente de dia dos namorados”, diverte-se, explicando que nerds são práticos, portanto, as demonstrações de afeto deles são igualmente objetivas. “Raramente ele deixa bilhete ou carta. Às vezes me traz flores, mas é raro. Com nerd a gente tem que aprender a apreciar as pequenas coisas, como consertar o wi-fi”, diz. “Não tem prova de amor maior do que ele fazer a declaração do meu imposto de renda”.
Quando o nerd tenta se aventurar fora das áreas de seu interesse, o resultado pode ser um fiasco. Agatha Ottoni, de 31 anos, mais conhecida como Sra. Jovem Nerd, conta que o marido Alexandre, 31, do blog Jovem Nerd, não entende nada de roupas ou joias. “Ele me deu uma vez um brinco minúsculo, mas eu sempre gostei de brincos super grandes”. Segundo ela, o ideal é um presente do qual ambos possam desfrutar, como um filme ou um livro, só não vale ser algo só para ele. “Uma vez ele me deu um bonequinho do ‘Senhor dos Aneis’ que, com certeza, ele gostava mais do que eu”, conta entre risadas.
Sr. e Sra. Jovem Nerd: um casal nerd, e feliz
Quando os dois se conheceram, com 13 anos, Agatha confessa que, apesar de também ter um lado bastante nerd, ela se sentia um pouco excluída nas rodas de conversa. “Ele conversava com os outros amigos sobre computador, jogos... aquelas coisas bem nerds, e eu ainda não entendia muito, me sentia de fora”. Depois que o namoro vingou, no entanto, ela garante que as vantagens de um companheiro deste tipo podem ser muitas. “Os nerds têm um lado mais sensível, mais sossegado, uma cabeça mais tranquila, mais centrada... diria até que eles são mais maduros”.
Aline Viana, de 23 anos, namora um nerd há dez meses, e “todos os ex têm alguma nerdice”. Com conhecimento de causa, ela comprova a tese de Flavia e Agatha. “Os nerds são mais atenciosos, perguntam como foi o dia e gostam de conversar e ajudar no cotidiano”, afirma. Segundo ela, as provas de amor são mesmo muito práticas. “Sou estudante de arquitetura e meu namorado de história. Como o espanhol dele é mais fluente que o meu, leu um texto inteiro no idioma comigo e me ajudou a fazer o resumo”.
E é por isso que, para conquistar um cara nerd, a melhor alternativa não é vestir o vestido de bandagens curtinho e dançar com ele na balada. Até porque, dificilmente o nerd vai se jogar em uma pista de dança. O que seduz um cara intelectual é, justamente, a inteligência. “Ajudou o fato de nós termos muita coisa em comum, tipo gostar de tecnologia, de filmes nerd, de música...”, conta Flavia, que acredita que nerds se dão melhor entre si e, portanto, meninas nerds têm mais chances com os caras inteligentes e cult. “Nerd é meio prepotente, né? Acha que todo mundo é burro, menos ele e os amigos nerds”, explica Flavia.
A planejadora de comunicação Paula Neves, de 26 anos, que namora o designer Raphael Aleixo, 28, concorda. “A inteligência é primordial. Para dar certo, a garota tem que ter conteúdo”. Entender sobre os assuntos que ele gosta também é importante. “É uma cultura forte, repleta de referências características”, explica. Nerd assumida, Paula conta que para que o relacionamento dê certo, é necessário que haja troca. “Eu aprendi um monte sobre jogos de tabuleiro, mas também ensinei várias coisas sobre videogame. Isso é muito saudável”.
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