Aparelho simples que mede o nível de oxigênio no sangue foi eficaz em detectar 76,6% dos problemas cardíacos em recém-nascidos
Doenças cardíacas congênitas estão entre as causas de 3% a 7,5% das
mortes de crianças, mas a cirurgia aumenta em muito as chances de
sobrevivência, especialmente se o problema for detectado cedo.
Médicos liderados por Shakila Thangaratinam, da Universidade Queen
Mary de Londres, realizaram uma pesquisa sobre oximetria de pulso, em
que um pequeno monitor é colocado na ponta do dedo da mão ou do pé para
monitorar os níveis de oxigênio na hemoglobina arterial.
Ele compara as diferenças entre a luz vermelha, que é absorvida pelo
sangue oxigenado, e a infravermelha, que é absorvida pelo sangue que não
está oxigenado. Os níveis de oxigenação são representados
instantaneamente, em um visor digital. Trinta estudos com quase 230 mil
recém-nascidos foram incluídos na publicação.
A oximetria de pulso detectou 76,6% dos problemas cardíacos e teve
uma taxa de apenas 0,14% de "falsos positivos", expressão usada quando o
dispositivo indica um problema inexistente, quando na verdade a criança
está saudável.
O risco de um "falso positivo" foi ainda menor quando o bebê foi
examinado pelo menos um dia depois do nascimento, se comparado àqueles
que fizeram o teste nas primeiras 24 horas de vida, afirma o estudo.
A oximetria de pulso é um método eficiente e não invasivo para bebês
que não têm sintomas claros de problemas cardíacos, dizem os
pesquisadores.
As crianças que forem apontadas como em risco podem ser
diagnosticadas por um eletrocardiograma e, se necessário, tratadas com
cirurgia.
A oximetria de pulso para recém-nascidos foi profundamente debatida
na área médica, pois alguns especialistas alegam que sua eficácia não é
comprovada. Os Estados Unidos são o único país que a utiliza como um
procedimento de rotina.
No entanto, o novo estudo afirma que as evidências agora são claras,
já que a oximetria de pulso foi testada em 100 mil crianças a mais do
que havia sido feito na última análise, em 2009.
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