A discriminação sofrida em uma prova esportiva motivou Isidora a mudar de vez seus hábitos de vida. Funcionou!
A luta contra a balança começou cedo na vida de Isidora Brasil. A advogada, que nasceu em Juiz de Fora (MG) e se mudou para Brasília ainda criança, já pesava 100 quilos aos 10 anos. Um peso excessivo para os 1,65m de altura que media nessa época.
Apesar da obesidade, Isidora foi uma criança bastante ativa. Começou a nadar aos dois anos. Aos oito, já fazia parte da equipe de natação de um clube brasiliense. Além das competições, teve aulas de jiu jitsu e caratê.
“O clube me indicou uma nutricionista, mas foi um desastre. Com o tempo desisti das competições de natação. Existe muito preconceito e discriminação, mas isso nunca me impediu de fazer nada”, conta Isidora.
Foi na faculdade que a obesidade passou a incomodá-la de verdade. Aos 19 anos, ela chegou ao seu maior peso: 150 quilos. Mesmo para os seus 1,79m, era muito.
“Eu já tinha feito de tudo, nutricionista, spa, remédio. Aí, comecei, por conta própria, a nadar mais, treinar mais musculação e controlar a dieta. Em três anos, consegui perder 25 quilos”, conta.
A partir daí, Isidora não conseguia mais baixar dos 125 quilos. Procurou diferentes médicos e nutricionistas, que sempre recomendavam remédios para emagrecimento, o que a incomodava ainda mais. Aos 23 anos, então, decidiu se submeter a uma cirurgia bariátrica.
Com o procedimento, ela perdeu 15 quilos. Depois, parou de emagrecer de novo. Mesmo com os exercícios diários na academia, os ponteiros da balança não mudavam de lugar. Foi então que Isidora conheceu um nutricionista que a ajudaria a, finalmente, mudar de hábitos.
Quebrando preconceitos
A primeira dieta que ele passou para a advogada continha 12 refeições diárias. “Pensei que ele era um louco e que eu iria engordar. Sempre me passaram dietas muito restritas, mesmo quando fazia cinco horas de exercício por dia. Mas eu estava determinada e segui à risca”, conta.
A grande motivação para encarar a dieta mais uma vez Isidora conseguiu uma competição de triatlo. Ela fez a melhor prova de natação, parte do revezamento feito em equipe. Na hora de receber o prêmio, não acreditaram que ela havia competido.
“Mostrei minha identidade, mas não adiantou. Eles não queriam me entregar o prêmio. Exigiram a comprovação da minha participação à equipe e a presença de todos no pódio comigo. Nenhum premiado subiu com a equipe. Foi um preconceito muito grande”, conta, com a voz embargada.
Desde que aumentou a quantidade de refeições e começou a correr, em maio do ano passado, Isidora perdeu 24 quilos. Dos atuais 95, cinco são de massa magra, adquiridos depois da dieta.
“Ninguém gosta de ser gordo. Eu agora me encontrei”, comemora.
A consagração, para a advogada de 32 anos, foi nadar 3,5 quilômetros em alto mar durante a Travessia dos Fortes no Rio de Janeiro, em abril deste ano.
“Ninguém me olhou diferente, ninguém me contestou. Me sinto muito bem”, diz, animada.
Três dias depois da travessia, Isidora fez a primeira de uma sequência de três cirurgias que precisará para retirar o excesso de pele do corpo, a “herança” deixada pelos quilos a mais. Ao final do processo, serão cinco quilos a menos. Hoje, além de comemorar a nova forma, ela celebra todas as pequenas vitórias diárias contra obesidade.
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