Estudo comparou resultado de testes realizados em quatro anos. Alterações no resultado foram relacionadas a mudanças cerebrais
Foto: Ramsden
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Mudanças no resultado do teste de QI foram acompanhadas de alterações na estrutura cerebral
O coeficiente de inteligência, o QI, é variável, pelo menos ao
longo da adolescência, segundo um estudo da University College London
divulgado nesta quarta-feira (19). A pesquisa foi realizada com 33
voluntários adolescentes e, ao longo de quatro anos, mostrou que seus
resultados em testes de QI variou em até 20 pontos, o que contradiz a
ideia de que o índice seria algo fixo para toda a vida. O estudo também
analisou imagens de ressonância magnética e concluiu que a flutuação do
QI está relacionada com alterações na estrutura do cérebro.
O aumento no resultado do teste de QI verbal - que mede linguagem,
aritimética, conhecimento geral e memória – está relacionado com o
crescimento da massa cinzenta no córtex motor esquerdo, ligado a
motricidade da fala. Já o aumento no resultado do teste de QI não-verbal
– que se pede para identificar peças faltantes em quebra-cabeças – está
relacionado ao crescimento da densidade de massa cinzenta em uma região
anterior ao cerebelo, ligada ao movimento.
Os pesquisadores ainda não sabem o que causa a flutuação do QI na
adolescência. “Ela pode ser ativada por efeitos ambientais como
educação e aprendizado ou pode estar relacionada com diferenças no
desenvolvimento do adolescente. Ou pode ser as duas coisas. É a clássica
questão de quem veio primeiro, o ovo ou a galinha”, disse ao iG Sue Ramsden, autora do estudo publicado no periódico científico Nature. Sue afirma no entanto, que está quase certa que a mudança do QI seja
mais afetada por fatores ambientais. “Nós sabemos que o cérebro do
adulto muda com o aprendizado”, disse. A pesquisa testou apenas
adolescentes, porém estudos anteriores mostraram que treinamento intenso
pode alterar estruturas do cérebro.
Adolescentes em teste
O estudo mediu o QI de 33 voluntários entre 12 e 16 anos e 2004 e depois comparou com os resultados medidos em 2008, quando eles tinham entre 15 e 20 anos. A pesquisa encontrou flutuação ente – 20 e +23 pontos, diferença suficiente para fazer uma pessoa que estava na média ir para acima da média ou abaixo da média. Cerca de 21% dos participantes mudaram de categoria.
Adolescentes em teste
O estudo mediu o QI de 33 voluntários entre 12 e 16 anos e 2004 e depois comparou com os resultados medidos em 2008, quando eles tinham entre 15 e 20 anos. A pesquisa encontrou flutuação ente – 20 e +23 pontos, diferença suficiente para fazer uma pessoa que estava na média ir para acima da média ou abaixo da média. Cerca de 21% dos participantes mudaram de categoria.
“O aumento e a diminuição no score foi notada tanto em pessoas com
alta e baixa habilidade. Não é o caso de jovens com baixo desempenho
irem melhor e jovens de alto desempenho ir mal. Alguns de alto
desempenho foram ainda melhores 3 alguns de baixo desempenho foram ainda
pior”, disse Sue.
A pesquisadora acredita que o estudo tem grande valia sobre como a
habilidade é avaliada nas escolas. “isto quer dizer que se um
adolescente tem baixa habilidade verbal, isto não quer dizer que ele
possa melhorar. Da mesma forma que um adolescente com alta habilidade
também pode piorar caso não a pratique”, disse a pesquisadora.
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