''É bom ser mulher!!!!
Porque podemos ser todas em uma só, fortes e corajosas, frágeis e acessíveis, mães, filhas, amantes, donas de casa, profissionais.
Somos sensíveis e analisamos no dia-a-dia a melhor maneira de demonstrar o que pensamos .
"Nosso cérebro dá conta de vários serviços ao mesmo tempo.
''Porque mulheres são como chocolates. Podem ser brancas ou negras. Podem ser doces ou amargas. Podem até virem acompanhadas, mas no final todo mundo gosta.''
Irene Mell
Ex-delegado do DOPS conta ter participado atentado, dá nomes dos chefes militares da operação e conta o que deu errado
“Participei do atentado ao Riocentro (durante as
comemorações do Dia do Trabalhador, em 1981) e fiz parte das várias
equipes que tentaram provocar aquela que seria a maior tragédia, o
grande golpe contra o projeto de abertura democrática”, revela o
ex-delegado Cláudio Guerra, do DOPS (Departamento de Operações Políticas
e Socias), no livro “Memórias de uma guerra suja”.
O depoimento aos jornalistas Rogério Medeiros e Marcelo Netto, que
acaba de ser publicado pela editora Topbooks, é a primeira confissão de
participação no atentado feita por um integrante das forças de
resistência á redemocratização do país no final da década de 70.
Foto: Agência O Globo
No Riocentro, bomba explodiu antes da hora do atentado previsto e matou agente de informações do Exército
Cláudio Guerra conta que a bomba explodiu por engano no colo do
sargento Guilherme Pereira do Rosário por um erro do capitão Wilson Luís
Chaves Machado, que dirigia o Puma onde os dois estavam:
“Aquela bomba era uma das três que deveriam explodir no show. O
capitão Wilson estacionou o veículo embaixo de um fio de alta tensão e a
carga elétrica desse fio, a energia que passava em cima do Puma, fechou
o circuito da bomba, provocando a explosão. O erro foi do capitão.
(...) Eu era especialista em explosivos.”
O ex-delegado dá os nomes dos comandantes da operação, “os mesmos de sempre”:
O coronel de Exército Freddie Perdigão (Serviço Nacional de
Informações); o comandante Antônio Vieira (Cenimar); e o coronel Carlos
Alberto Brilhante Ustra (comandante do Departamento de Operações de
Informações do 2º Exército – DOI-Codi).
Quanto à sua equipe, a missão seria prender esquerdistas que seriam
responsabilizados pelo atentado: “Fui para lá com uma lista de nomes.”
Mas deu tudo errado. Com a explosão da bomba no Puma, os militares
policiais civis e os policiais civis que levavam outras duas bombas
abortaram a operação.
“O destino daquela bomba era o palco. Tratava-se de um artefato de
grande poder destruidor. O efeito da carga explosiva no ambiente
festivo, onde deveriam se apresentar uns oitenta artistas famosos, seria
devastador. A expansão da explosão e a onda de pânico dentro do
Riocentro gerariam consequências desastrosas. Era evidente que muitas
pessoas morreriam pisoteadas.”
Segundo conta Cláudio Guerra, a coordenação feita pelo pessoal de
inteligência havia mandado suspender todos os serviços de apoio do
Riocentro, incluindo o policiamento e a assistência médica, para que não
houvesse socorro imediato às vítimas. Até as portas de saída foram
trancadas e placas de trânsito com siglas da VPR (Vanguarda Popular
Revolucionária) haviam sido pichadas para dar a entender que se tratava
de uma ação da esquerda.
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