Daniela Pessoa Chuahy, de 36 anos, conta como foi o nascimento de sua filha Helena, hoje com dois anos
"Sempre quis um parto normal. Talvez tenha um pouco a ver com a experiência da minha mãe, que passou por cinco partos normais, mas sempre tive esse desejo. Sempre acreditei, também, que seria bom para o bebê optar por esse lado um pouco mais natural e não queria passar por um processo cirúrgico. Tanto que o que chamamos de “parto normal”, os médicos chamam simplesmente de “parto”. Como não tive nenhuma real complicação na hora de dar à luz, meu plano deu certo: a Helena nasceu às 8h24 da manhã – no momento em que ela mesma quis.
No dia anterior, minhas contrações começaram às seis da tarde, mas ainda muito espaçadas. Liguei para o médico e ele pediu que eu retornasse quando elas estivessem impossíveis e com maior frequência: seis contrações em um espaço de trinta minutos.
Passaram quatro horas e ainda estava tudo muito tranquilo, aproveitei para deitar e acabei dormindo. Porém, à uma da manhã a dor começou a ser insuportável e, após uma hora, liguei para o médico outra vez: era hora de ir para o hospital. Chegando lá, fizemos todo o preparativo e fui anestesiada às cinco da manhã.
As dores já eram fortes, mas não absurdas: nada que superasse a dor que senti quando o médico fez o toque de dilatação antes disso. Quando a dilatação chegou a 10 centímetros, fomos para o centro cirúrgico. Tudo aconteceu rapidamente a partir deste momento: o relógio marcava 8h11 quando descemos e a Helena nasceu menos de quinze minutos depois.
Foram três empurrões e, como eu estava anestesiada, não sentia muito bem a força que estava fazendo. Nisso, a minha touca já tinha ido para o espaço e eu estava me sentindo completamente à vontade. Enquanto o assistente empurrava a minha barriga, eu tinha total visão do que estava acontecendo e é muito emocionante realmente participar e contribuir para o nascimento do seu próprio filho. Eu contribuí para que ela nascesse e em nenhum momento pensei em desistir.
Tudo aconteceu sob controle – o único percalço foi quando o médico percebeu que, durante as contrações, diminuía a passagem de oxigênio para a minha filha. Ela mesma estava amassando o cordão umbilical com a cabecinha, mas resolvemos o problema enquanto eu usava uma máscara de oxigênio e ele monitorava o coraçãozinho dela.
Tive sorte: qualquer outro médico poderia ter optado pela cesárea rapidamente nesta hora.
No total, na hora do parto, tinha aproximadamente dez pessoas na sala. E quando a Helena veio ao mundo, ela passou rapidamente com a pediatra para colocar nitrato de prata nos olhos, sugar o nariz e fazer a medição e logo veio para mim: sem gorrinho na cabeça ou qualquer outro apetrecho.
Foi uma emoção muito grande. Cinco minutos depois ela foi para o berçário para que a limpassem e eu fiquei para concluir o parto. Foi tudo perfeito e faria o parto normal novamente, com certeza. Além disso, em 10 dias eu já não tinha mais barriga – o útero voltou ao normal rapidamente – e em 40 dias eu já estava de volta ao meu peso anterior. Eu tive muita sorte".
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