Jornalista americana tenta desvendar as razões da boa educação das crianças francesas
A falta de limites durante a refeição em um bistrô na França foi a gota d’água para Pamela Druckerman, 41, jornalista americana que mora há 10 anos no país com o marido e três filhos. Enquanto as outras pessoas conseguiam realizar suas refeições calmamente, na companhia dos filhos, suas crianças se comportavam como “pequenos monstros”. Pamela resolveu, então, entender por que as crianças francesas eram mais bem educadas.
A pesquisa resultou no livro “French Children Don’t Throw Food” (“Crianças francesas não jogam comida” em tradução livre), sucesso recente na Inglaterra e nos Estados Unidos e com lançamento no Brasil, ainda sem data definida, pelo selo Fontanar da Editora Objetiva. Pamela acredita que a fórmula francesa consiste em estabelecer regras claras para a criança segui-las.
A pesquisa resultou no livro “French Children Don’t Throw Food” (“Crianças francesas não jogam comida” em tradução livre), sucesso recente na Inglaterra e nos Estados Unidos e com lançamento no Brasil, ainda sem data definida, pelo selo Fontanar da Editora Objetiva. Pamela acredita que a fórmula francesa consiste em estabelecer regras claras para a criança segui-las.
Conversamos com quatro mulheres para tentar desvendar os segredos da mãe francesa. Elas contam como lidam com áreas importantes da educação de uma criança, como sono, alimentação e autonomia para aprender a brincar sem a necessidade insistente da interação com um adulto, consideradas fundamentais no livro de Pamela. Leia e deixe sua opinião: a mãe francesa educa melhor?
Apesar do fascínio de Pamela pela boa educação à mesa das crianças francesas, algumas mães revelam que nem sempre as refeições são calmas. A assistente administrativa Aurélie Marteau, 30, vez ou outra não consegue controlar seu filho de 17 meses. “Tem dias em que ele simplesmente não quer ficar quieto enquanto come. Acontece”, diz.Alimentação
Já a professora universitária brasileira Ilana Heineberg, 36, que mora na França com o marido francês e filho Thomas, de dois anos e meio, concorda com a visão de Pamela. Ela acrescenta que a tolerância para algazarras infantis nos restaurantes é baixa. “As pessoas e os garçons não estão dispostos a aturar barulho ou falta de respeito com a comida, mesmo por parte das crianças. Dificilmente os pais continuam frequentando esses locais enquanto seus filhos se comportam dessa forma. Encaram como um vexame”, conta Ilana.
Hora de ir dormir
Os bebês são deixados em seus quartos e aprendem a adormecer sozinhos por volta dos três meses. As crianças francesas, no geral, são preparadas para pegar no sono sem o auxílio dos pais. “Não é fácil ensinar isso aos filhos, mas acredito que seja um bom hábito que eles adquirem para a vida toda. Thomas já sabe que depois do jantar ele vai escovar os dentes, ouvir uma história e ir dormir”, afirma Ilana.
A especialista em comércio exterior Béatrice Malot, mãe de Taïs, 16 meses, também resolveu colocar a filha no quarto separado aos três meses. “Normalmente ela consegue dormir sozinha à noite. Mas durante a tarde não é bem assim”. Béatrice conta que na creche onde fica, Taïs é ninada assim como as outras crianças. “Tentamos acostumá-la a dormir sozinha para não ser dependente de um adulto toda noite”, afirma.
Autonomia
Unanimidade entre as mães consultadas, as crianças francesas aprendem, desde cedo, a serem independentes em suas brincadeiras. Seja por razões práticas ou por convicção, as mães valorizam em seus filhos a habilidade de conseguir ficar bem consigo mesmo.
“Para nós, é muito importante deixar a criança criar o universo imaginário dela. Se a criança é todo tempo estimulada por um adulto, não cria oportunidades de desenvolver a imaginação”, diz Béatrice.
Com a mesma opinião, Ilana ressalta que permitir à criança ficar bem sozinha não significa deixá-la desacompanhada. “Fico sempre por perto e procuro observar as brincadeiras do meu filho, sem interrompê-las”.
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