Gleice Oliveira, de 18 anos, foi encontrada morta dentro de um bar na última terça-feira
Rio - O sentimento de amigos e parentes da jovem Francisca Gleiciane Oliveira da Silva, de 18 anos, encontrada morta num bar da Favela da Rocinha, na última terça-feira, é de consternação e revolta. Enquanto na manhã desta quinta-feira aguardavam a chegada do corpo na Capela da Vila Verde, na própria comunidade, todos procuravam entender o motivo do crime. O pai da menina, Antônio Emanuel Marques da Silva, 48 anos, pede que a justiça seja feita.
"Quero justiça! O cara que fez isso é um monstro, fez isso a 10 metros da minha casa", diz ele, que está no velório com uma camisa do Flamengo, último presente que sua filha lhe deu.
Gleice foi encontrada num bar, onde o pai dela trabalhou. Antônio, que é cozinheiro, disse estar indignado com a dona do estabelecimento por ter alugado o local para um homem morar e não ter pego nenhum tipo de documento. "Ela alugou o bar para um assassino", afirma Antônio, que tem como última lembrança de sua filha um "eu te amo", que ela disse ao sair de casa na última segunda-feira.
Já Gabriel Silva, que estudou com Gleice na Escola Estadual Ayrton Senna, lembrou que ela tinha planos em fazer o curso superior.
"Nos formamos no ano passado e ela sonhava em fazer faculdade. A Gleice era muito agarrada ao filho, ela tinha muitos sonhos", diz o jovem, pedindo mais paz na Rocinha.
Como toda jovem, Gleice, que tinha um filho de três anos, utilizava corriqueiramente as redes sociais. No último dia 28 de fevereiro, ela deixou um mensagem que falava sobre morte, provalmente falando sobre a perda de um tio. "E agente mesmo sabendo que um dia todos nós vamos morrer, nunca estamos preparados pra perder ninguém (sic)".
Padrinho diz que vítima estava sendo perseguida
Segundo Evandro Souza, padrinho da vítima, Gleice saiu de casa para encontrar os amigos na noite de segunda-feira e não voltou. A família desconfiou quando no dia seguinte, os próprios amigos foram saber o motivo da menina não ter aparecido no encontro. Em seguida, foi registrada queixa na 11ª DP (Rocinha).
Ainda de acordo com Evandro, Gleice, que já havia dito que sentia estar sendo perseguida por um homem, foi encontrada nua, amarrada com suas próprias roupas e apresentando sinais de estrangulamento e uma pancada na cabeça. Ele também acredita que a jovem tenha sido violentada. Policiais da Divisão de Homicídios (DH) da Capital estão investigando o caso.
O velório de Gleice acontece na manhã desta quinta-feira, na capela localizada na Vila Verde, na própria Rocinha. O enterro será às 16 horas, no Cemitério São João Batista, em Botafogo, Zona Sul.
Nas redes sociais, amigos de Gleice organizam uma manifestação, às 18 horas, na Passarela da Rocinha. Eles prometem cobrar por justiça no caso da jovem
Nenhum comentário:
Postar um comentário