Exame de PSA diminui mortalidade de câncer de próstata em 22%, mas ainda é visto com ressalvasSegundo autores de estudo, excesso de diagnósticos causados por testes periódicos pode não compensar redução da mortalidade
Os testes sanguíneos para detecção do câncer de próstata estão na rotina de exames, mas ainda não são recomendados por todos os médicos(Creatas Images/Thinkstock/VEJA)
Um grande estudo publicado na quarta-feira no periódico The Lancet concluiu que fazer exames de sangue para detectar câncer de próstata pode reduzir as mortes pela doença em 22%. Apesar disso, os autores da pesquisa questionam se esse benefício compensa o excesso de diagnósticos, que podem desencadear tratamentos desnecessários e causar sequelas como incontinência urinária e impotência.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Screening and prostate cancer mortality: results of the European Randomised Study of Screening for Prostate Cancer (ERSPC) at 13 years of follow-up
Onde foi divulgada: The Lancet
Quem fez: Fritz H Schröder, Jonas Hugosson, Monique J Roobol, Teuvo L J Tammela, Marco Zappa, Vera Nelen, Maciej Kwiatkowski, entre outros
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Instituição: Universidade Erasmus, na Holanda, entre outras
Resultado: Fazer exame de sangue para medir o PSA rotineiramente diminui em 22% o número de mortes causadas pelo câncer de próstata. Apesar disso, os autores não recomendam realizar o teste periodicamente.
Em uma pesquisa que durou treze anos, pesquisadores fizeram em 162 000 homens europeus de 50 a 74 anos o exame de sangue que mede o antígeno prostático específico (PSA, na sigla em inglês), sinalizador de aumento da próstata.
Os voluntários foram escolhidos aleatoriamente e divididos em dois grupos: aqueles que fariam o PSA a cada quatro anos e outros que não se submeteriam a nenhum teste. Os homens que tinham concentrações de PSA maiores que 3,0 ng/ml passavam por biópsia.
Segundo os cientistas, o teste periódico diminuiu as mortes causadas pelo câncer de próstata em 22%. O risco de o homem ser diagnosticado com a moléstia em estágio avançado também foi menor naqueles que faziam os exames.
"Apesar de o exame de PSA reduzir o número de mortes, diagnósticos falsos ocorreram em 40% dos casos, o que resultou em tratamentos desnecessários", afirma Fritz Schröder, professor do Centro Médico da Universidade Erasmus, na Holanda. "Mais estudos devem ser feitos para reduzir os falsos diagnósticos e, principalmente, a realização de biópsias não necessárias."
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