sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Ministério Público acha frágil defesa de Eduardo Cunha sobre fortuna no exterior

Os investigadores do Ministério Público Federal consideram frágil a justificativa que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tem apresentado a aliados a respeito da origem de recursos no exterior. Cunha teria feito fortuna de forma lícita com a venda de carne processada para a África antes de ser deputado federal.
Para os investigadores, o volume de recursos depositados no exterior, as datas das movimentações e o casamento de transferências com pagamento de propinas formariam um conjunto desfavorável a Cunha. Portanto, o peemedebista continuará a ter vida dura na Procuradoria Geral da República.
Na Câmara dos Deputados, a situação é mais confortável para o presidente da Casa. Foi uma vitória do peemedebista a escolha de Fausto Pinato (PRB-SP) para relatar o processo dele no Conselho de Ética.
Apesar de o presidente do conselho, José Carlos Araújo (PSD-BA), ser apontado como um crítico do presidente da Câmara, a opção por Pinato é boa para Cunha. Todo o jogo interno na Câmara, enquanto Cunha mantiver a ameaça de detonar o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, deverá ser favorável ao peemedebista.
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Greve preocupa Planalto
O governo tem procurado esvaziar a greve dos caminhoneiros que está prevista para começar na próxima segunda-feira. Mas tem enfrentado dificuldade para negociar. Há muita divisão no movimento.
A greve do início do ano deixou uma memória ruim no Palácio do Planalto. O temor do governo é de uma adesão crescente a partir do início da paralisação. O mau momento da economia e a ligação política de setores da representação sindical dos caminhoneiros podem dar gás ao movimento.
O governo já fez concessões em março aos caminhoneiros. Hoje, tem menos margem de manobra para negociar. Entre as reivindicações, há redução do preço do óleo diesel, a criação de um frete mínimo e crédito com juros mais baixos.
Desses três pedidos, o único que o governo considera factível é fornecer uma linha de crédito mais barata até determinado valor. Tudo o que o governo não precisa perto do final do ano e numa hora de dificuldade política e econômica é de uma greve de caminhoneiros, que poderá afetar o abastecimento de algumas cidades, como aconteceu em março.
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De volta ao jogo
entrevista de Lula ao SBT mostra que o ex-presidente voltou ao jogo político com força. Durante o primeiro mandato da presidente Dilma e ao longo deste ano, o petista evitou opinar sobre os rumos do governo. Fez um discurso aqui e outro ali.
Na entrevista, ele foi muito claro sobre erros que a presidente cometeu no primeiro mandato, como congelar o preço da gasolina em 2012 e desonerar de maneira excessiva, ficando sem dinheiro para sustentar a política fiscal.
Foi a primeira vez que ele fez uma crítica econômica tão detalhada, inclusive dizendo que, no lugar de Dilma, aplicaria uma ampla política de crédito para tentar sair da crise.
Sobre 2018, admitiu ser candidato para defender um projeto de inclusão social. Concordou que era pequena a bandeira de disputar para derrotar a oposição. Tem de ser candidato de um projeto, ele disse.
A respeito das investigações da Lava Jato e da Zelotes, disse que não temia ser preso porque tinha a consciência tranquila. Afirmou que duvidava que alguém pudesse apontar uma conversa ilícita com ele.
Daqui para frente, o ex-presidente deverá estar mais presente no debate público. Isso é bom para o país. Goste-se ou não de Lula, ele saiu do governo com 80% de aprovação. É melhor que opine publicamente sobre o governo e os temas políticos do que manter em segredo o que pensa.

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