Mulheres que comeram 72g por dia tiveram 20% menos risco de ter acidente vascular cerebral (AVC)
Na mais recente pesquisa para avaliar os benefícios cardiovasculares de um alimento já amado, o chocolate, cientistas suecos relataram que consumi-lo parece diminuir o risco de acidente vascular cerebral (AVC) em mulheres.
O estudo descobriu que mulheres que tiveram o maior consumo de chocolate – cerca de duas barras por semana – tinham um risco 20% de redução dessa ocorrência.
“O cacau contém flavonóides, com propriedades antioxidantes e pode suprimir a oxidação da lipoproteína de baixa densidade [conhecida como o colesterol ruim], que favorece o surgimento de doenças cardiovasculares, incluindo o AVC”, explicou a autora do estudo, Susanna Larsson, professora associada da divisão de Epidemiologia Nutricional do Instituto Karolinska, em Estocolmo, na Suécia.
Os benefícios do chocolate não param por aí, disse Larsson, acrescentando que o consumo da versão escura – mais rica em cacau – também foi ajuda a reduzir a pressão arterial, a reduzir a resistência à insulina e ajuda evitar a formação de coágulos sanguíneos. A autora alerta: os resultados não significam que o chocolate deva ser acrescentado ao menu diário.
“É importante manter descobertas como essas dentro de contexto. Estes resultados não significam que as pessoas precisam devem trocar o chocolate pelo brócolis na dieta”, afirmou Nieca Goldberg, cardiologista e diretora médica do H. Joan Tisch Center for Womens Health, de Nova York.
“Chocolate tem antioxidantes e essas substâncias são benéficas à saúde. Elas podem ajudar a tornar as artérias mais flexíveis e que podem ajudar a reduzir a oxidação do colesterol. Mas, e se os cientistas tivessem testado no estudo cascas de maçã ou uvas?” questiona ela. Ao mesmo tempo em que o estudo observou uma associação entre o chocolate e o risco reduzido de AVC, ele não provou uma relação de causa e efeito.
Os resultados serão publicados em 18 de outubro na publicação científica Journal of American College of Cardiology.
O estudo incluiu mais de 33 mil mulheres suecas com idades entre 49 e 83. Nenhuma tinha qualquer histórico de acidente vascular cerebral, doença cardíaca, câncer ou diabetes quando o estudo começou, em 1997. Todas foram convidadas a preencher um questionário que incluía perguntas sobre mais de 350 fatores envolvendo dieta e estilo de vida.
Na década de 1990, escreveu Larsson, 90% do chocolate consumido na Suécia era à base de leite, e continha cerca de 30% de cacau na composição – uma concentração de cacau maior do que a encontrada na maioria dos chocolates escuros consumidos nos Estados Unidos.
Larsson revisou informações dos registros suecos de alta hospitalar entre 1998 e 2008 para documentar os casos de acidente vascular cerebral entre as mulheres participantes do estudo.
Ao todo, 1.549 das mulheres do estudo tiveram um AVC ao longo desse período. Desse total, cerca de 1,2 mil, tiveram AVCs do tipo isquêmico – quando um vaso sanguíneo no cérebro é bloqueado e deixa de receber sangue e oxigênio. Outros 224 AVCs foram do tipo hemorrágico, quando uma área do cérebro sangra, e este sangue inunda algumas áreas ou todo o cérebro. Os restantes 125 foram registrados como um tipo não especificado de AVC.
“Observamos que mulheres com o maior consumo de chocolate – cerca de 72g por semana – tinham um risco 20% inferior de AVC do que as que nunca ou raramente consumiam chocolate”, disse Larsson, acrescentando que, embora o estudo tenha sido feito com mulheres, espera-se que os resultados seriam semelhantes nos homens.
“Há um lado positivo e um lado negativo em tudo. Não acho que as pessoas devem comer todo o chocolate que podem, mas um pouco de chocolate com moderação pode ter benefícios”, disse Goldberg. Ela acrescentou que é importante lembrar que o chocolate é rico em açúcar e gordura, e também contém cafeína. Dessa forma, para quem é propenso a ter batimentos cardíacos irregulares ou a pressão alta, comer chocolate pode afetar essas condições
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