domingo, 30 de outubro de 2011

Em relação de marido e mulher não se mete a colher?


Em relação de marido e mulher não se mete a colher?
Esse dito popular é tão antigo quanto sábio: “Em briga de marido e mulher, não se mete a colher”. Resolvi adaptá-lo para uma versão mais abrangente e sugerir uma reflexão. Ou seja, não só em brigas, mas nas relações amorosas, de forma geral, o ideal é que ninguém se intrometa, dê palpites ou faça intervenções que não foram solicitadas, certo? Depende... 

Claro que ninguém melhor do que as duas pessoas diretamente envolvidas num relacionamento para saberem o que fazer de suas vidas. Entretanto, amigos e familiares podem enxergar questões e “nós” que nem sempre o casal enxerga. E, especialmente, quando solicitados, podem ser de grande ajuda. 

Este é um convite aos enxeridos? De forma alguma! Aqueles cuja intenção não passa de bisbilhotar e palpitar sobre a vida alheia são absolutamente dispensáveis, sem dúvida. E mesmo os mais próximos, talvez até pais e irmãos, quando desejam tão somente criticar, julgar e acusar, devem ser solenemente ignorados. 

Se é para se meter, então que seja para apaziguar, unir, sugerir alternativas, novas possibilidades e, sobretudo, estimular a capacidade do casal de se reinventar, redescobrir e reamar (inventei esse verbo há alguns anos, porque acredito nesta possibilidade de amar novamente a mesma pessoa!). 

Afinal, vivemos em grupos, temos amigos e, às vezes, sentimos vontade de compartilhar o que angustia nossos corações. E os amigos são providenciais em alguns momentos de nossas vidas. Mas, se não for para acrescentar e esclarecer, certamente vale a máxima: “ema, ema, ema, cada um com seus problemas”. 

E quem controla as intromissões? Quem autoriza ou veta os comentários, selecionando quem pode e quem não pode participar de determinados momentos da relação de um casal? Eles mesmos: um e outro. E somente eles. Mais ninguém! 

Isso significa, em última instância, que é você quem deve permitir – e decidir até onde se estende essa permissão – quem e como outra pessoa pode fazer parte do seu relacionamento. Tem a ver com saber impor limites, capacidade de cuidar de si mesmo e deixar bem claro que é você quem dá a última palavra, e de preferência, de acordo com seu par. 

E se achar que ninguém pode fazer isso, esta é a lei. E vai valer à medida que você não ouvir, de fato, ninguém! Sim, porque embora você não possa sair por aí tapando a boca do mundo, pode tapar os seus próprios ouvidos, ainda que seja ignorando o que entrar por eles. E é exatamente a esta capacidade que chamamos de maturidade. 

Por fim, também vale lembrar que todas as suas ações geram reações. Todas as suas escolhas geram consequências. E que caberá somente a você arcar com elas. De nada vai adiantar permitir ou vetar pessoas em sua relação por pura rebeldia, só para contrariar ou brincar de ser gente grande. 

Sendo assim, sugiro que você comece a cuidar pessoalmente do que lhe aflige, aprendendo a diferenciar um palpite inteligente e válido de um comentário desnecessário e pedante. E assim, dono da catraca de sua história, certamente vai construindo relações verdadeiras, profundas e coerentes

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