Inimigo oculto da saúde, o vírus pode ficar anos sem se manifestar. Justamente aí mora o perigo: ao ser detectado, os estragos já são grandes demais. E sua ocorrência tem aumentado: a cada ano o Ministério da Saúde registra mais de 100 mil novos casos no país
É a sigla para designar o papiloma vírus humano, um grupo de mais de 100 vírus que infecta homens e mulheres em idade sexualmente ativa.
Como se transmite?
O HPV é considerado uma DST (doença sexualmente transmissível), resume a ginecologista Rosa Maria Neme, de São Paulo. Não é preciso haver penetração, basta um contato mais íntimo.
O contágio de mãe para filho durante o parto também ocorre. Já as chances de se contaminar de outro modo (como beijos e roupa íntima partilhadas com portadores do vírus) são mínimas, mas não impossíveis.
O HPV instala-se no organismo e se manifesta quando o sistema imunológico está enfraquecido, explica a terapeuta ortomolecular Nia Valezzi, de São Paulo. Em geral, o período de incubação vai de três semanas a oito meses, mas o HPV pode ficar latente por mais de 15 anos.
Como descobrir?
Nem sempre a pessoa apresenta sintomas, no máximo coceira e corrimento. Mas o sinal característico da presença do intruso são verrugas de cor esbranquiçada ou cinza, parecidas com uma couve-flor, que afetam órgãos genitais e ânus ¿ raramente acometem pés, mãos, laringe e outras regiões.
As lesões podem ser observadas por meio de exame ginecológico (Papanicolau, colposcopia e vulvoscopia) e urológico (peniscopia). E para saber com certeza qual é o tipo de vírus entram em cena exames sofisticados, como o Sistema de Captura Híbrida (HCS) e a Reação em Cadeia de Polimerase (PCR).
Qual é o tratamento?
Além do uso de medicamentos tópicos e orais, costuma-se indicar ácidos ou laser para cauterizar as verrugas. Dependendo da extensão, pode ser necessária a retirada cirúrgica da área afetada, esclarece o ginecologista Luiz Fernando Dale, do Rio de Janeiro.
Quais são as consequências?
As verrugas, quando visíveis, representam um estágio avançado da doença, afirma Luiz Fernando Dale. E este é o maior perigo. No caso dos tipos de alto risco, que agem de maneira silenciosa no organismo, o HPV pode causar o câncer de colo de útero a longo prazo, alerta Rosa Maria Neme.
No homem , as lesões podem provocar câncer de pênis e ânus, completa Luiz Fernando Dale.
Como é a prevenção?
Para evitar a contaminação, o uso da camisinha é fundamental. Consultas com ginecologista e exames anuais, como o papanicolaou, também são medidas preventivas.
Tomar vacina adianta?
A anti-HPV não previne contra todos os tipos do vírus, apenas os mais preocupantes. Há duas vacinas comercializadas no Brasil. A principal atua contra HPV-16 e HPV-18, presentes em 70% dos casos de câncer de colo do útero, e contra HPV- 6 e HPV-11, que aparecem em 90% das verrugas, explica a ginecologista Rosa Maria Neme.
Indicada para imunizar principalmente homens e mulheres entre 12 e 29 anos, ela estimula a produção de anticorpos específicos para cada HPV. A proteção vai depender da quantidade de anticorpos fabricados pela pessoa vacinada, da presença deles no local da infecção e da sua persistência durante um longo período de tempo, conclui a médica, citando que o real impacto da vacinação só poderá ser observado daqui a algumas décadas.
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