Conversamos com especialistas para saber o que uma boa autoestima pode fazer por você no trabalho, casamento ou até em uma balada
No trabalho
"Ela é mais espontânea, corre mais riscos, fracassa mas tenta de novo. É mais aberta ao debate, aceita críticas com segurança e cresce com elas, porque não as leva para o lado pessoal". Estas são algumas características de uma pessoa com boa autoestima, segundo a psicóloga Ana Maria Rossi, doutora em Psicologia Clínica e Comunicação Verbal e autora do livro "101 Maneiras de Viver Melhor". Não é difícil concluir que, no ambiente de trabalho, o felizardo que reúne todas estas características será o primeiro da fila para uma promoção. Quem tem boa autoestima é mais confiante, tende a se expor mais e ter mais presença. Na hora da promoção, será mais lembrada do que uma colega amuada ou que não costuma defender seu próprio ponto de vista.
No casamento
Sabe aquela famosa pergunta "se você não se valoriza, quem é que vai te valorizar?". Nada mais verdadeiro. "A autoestima significa a valorização e o cuidado consigo mesmo", explica Daniella Marques, psicóloga do Setor de Gerenciamento em Estresse e Qualidade de Vida da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Quem tem a autoestima lá em cima estimula a valorização do parceiro - recebendo inclusive mais elogios e estímulos positivos. Mulheres que cuidam bem de sua autoestima também têm mais coragem de ousar e de mudar quando é preciso. "Quem tem a autoestima elevada consegue analisar o custo-beneficio de uma relação e não precisa de aprovação ou validação dos outros", completa Ana Maria. Portanto, não fica presa a um relacionamento em ruínas.
Na relação com seus filhos
Ser mãe significa saber dizer "não" em boa parte do tempo. Mulheres sem autoconfiança podem enfrentar crises de culpa a cada vez que negam um desejo do filho - o que não é bom para ela, nem para a criança. "Pessoas com mais autoestima se tornam mais disponíveis para lidar com dificuldades e fatores externos e têm mais tolerância para situações de estresse", diz Ana Maria. "Fica mais fácil exercer o papel materno sem se descabelar", completa.
Na balada
Ao conhecer gente nova, você se retrai ou é realmente aberta e confiante? "Uma pessoa que assume as próprias imperfeições e defende suas posições e crenças passa para outras pessoas o que ela realmente é", explica Daniella. "Isso torna a pessoa naturalmente mais receptiva". Indivíduos com a autoestima elevada conseguem ser realmente abertos para novas amizades - e, quem sabe, relacionamentos futuros. No quesito beleza, ela também ajuda muito: se você chegar em uma festa se sentindo bonita, com autoestima de sobra, as pessoas também vão achar você ótima - vale mais do que a roupa certa ou o corte de cabelo do momento.
Com as amigas
Quem não gosta de estar perto de alguém confiante? A autoestima faz com que as pessoas lidem com os obstáculos como se fossem desafios, e não problemas intransponíveis. Gente disposta e capaz de resolver um drama é sempre boa companhia, como explica Gisela Rao, escritora e autora do blogVigilantes da Autoestima. "O bacana de uma amiga com a autoestima lá em cima é que ela nos ajuda a sair das frias e nos arranca do papel de vítimas que adoramos fazer. Ela não fica fazendo listas de infelicidades e geralmente topa ir em todos os lugares que propomos, porque não vai achar que está gorda, feia ou que não tem roupa", brinca. E aponta na mosca o que torna as pessoas que estão de bem consigo mesmas companhias tão agradáveis. "Amiga com autoestima fica nos validando, ou seja: aponta em nós o que temos de melhor em nós mesmas e que nem imaginávamos".
Segundo a psicóloga Ana Maria Rossi, ao contrário do que muita gente imagina, não existe a armadilha do "excesso de autoestima". O que é visto como excesso de autoestima - arrogância, narcisismo ou egoísmo - são, na opinião da psicóloga, justamente o oposto: a falta dela. "A pessoa que precisa depreciar os outros o tempo todo para se valorizar faz isso por falta de autoestima, mascarada pela arrogância", diz. "Dizer que alguém tem problema por excesso de autoestima é como falar que fulano está doente por 'excesso de saúde'", finaliza.
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